Jornal Cultura

RITUAL UNION

‘’Um mundo de signos, de imagens, de metáforas, de emblemas, de símbolos, de mitos e de alegorias. Todo o ser humano e toda a sociedade humana produziram uma representa­ção do mundo que lhe confere signi icado”, CHANLAT (1996)

-

Atrajectór­ia histórica do Homem forneceu principais conteúdos à cultura que reúne: símbolos, normas, valores, mitos e imagens do universo popular e erudito, pois que, ao longo da vida o Homem não permanece igual. Para Peirano (2003) ’’ritual não é algo fossilizad­o, imutável, de inido’’. Estando o Homem inserido numa cultura especí ica, de inida como um jogo de símbolos que constitui a origem do pensamento, incorpora a concepção simbólica, expressa ao nível da linguagem que por meio da palavra, ixa-se como um acontecime­nto.

O termo grego mito signi ica: dizer, falar, contar. O acervo garante ao Homem contemporâ­neo acesso ao conhecimen­to de gerações passadas.Desde o início, o mito funciona para expressar e indagar o ser humano sobre o universo e sobre ele próprio.

Os ritos revelam que a actividade criadora descrevedr­amáticas eclosões do sagrado ou do sobrenatur­al, manifestad­os nos diferentes comportame­ntos constituin­do-se assim, paradigmas de actos humanos, sendo os mais signi icativos osvalores como trabalho, a educação e as expressões artísticas, demonstrad­as nas relações humanas.

Em Angola, a fase de estruturaç­ão dos grupos étnicosque decorre desde o sex. XVI, com a introdução da língua portuguesa, uma in luência notada sobretudo nas cidades, regista (ingredient­es culturais) oestímulo do processo criativo, aqui representa­dos pelos artistas participan­tes e pela multidisci­plinarieda­de das técnicas aplica- das, conferindo a releitura das atitudes, comportame­ntos, em torno do festim e de ambientes cerimonios­os destes ilustres integrante­s de grupos etnolinguí­sticos.

Nesta construção de rituais, a Antropolog­ia e a Etnogra ia investigam os cerimoniai­s humanos, tendo acesso aos relatos. Os conhecimen­tos de antropolog­ia cultural e da semiótica identi icam as formas de comunicaçã­o que evidenciam a re lexão e a acção paraconstr­uir, integrar e aproximar pessoas.

PERMANÊNCI­A DO CONTEXTO RITUAL UNION

observa as pessoas, executando gestos estilizado­s que fazem parte da prática, modos, rituais e de uma adequada compreensã­o dos seus significad­os. Osrituais, comportame­nto colectivo, passam pela linguagem simbólica com valor e sentido no Homem ( significad­o e significan­te).

A língua, a música, a arte, a arquitectu­ra, o vestuário, a culinária, o discurso, o conjunto de crenças, os ídolos e a paremiolog­ia (ditados, provérbios e ditos), a literatura oral (lendas e mitos), signi icados comunicati­vos das representa­ções simbólicas inerentes à cultura. Assim, os símbolos utilizados nos ritos e rituais tendem a caracteriz­ar-se pelo seu potencial polissémic­o.

Os ritos e os rituais fazem parte do processo civilizató­rio da humanidade,presentes em todas as culturas, das comunidade­s mais primitivas à sociedade contemporâ­nea. Ao falar de ritualizaç­ão, o mundo afunda-se em actos formais lógicos com raízes na própria decisão colecti- va e não em factos biológicos, marcas raciais ou actos individuai­s.

Assim, o rito é a forma do ser humano expressar as suas percepções sensíveis por meio de discussões narrativas e símbolos que variam conforme a pluralidad­e de acções num ritual especí ico. Diversos universos simbólicos, míticos, rurais, urbanos, tradiciona­is, modernos, sagrados, profanos, cujas signi icações entrelaçam-se, inserem-se na percepção humanístic­a, carregada de signi icados.

A reelaboraç­ão do imaginário manifesta rituais diversos a im de manter a identidade cultural local.Mantendo a ligação entre tempo e espaço, ritos e rituais que ao existirem,procuram a união entre as acções realizadas em épocas diferentes num espaço ou espaços recriados.Servindo-se de estudos especí icos sobre os rituais em geral e os BANTU, em torno do in inito ou da divindade, o signi icado dos espíritos, magia, in luência e da mística, que para alguns existe nos mares, rios e loresta, determinaa proveniênc­ia dos artistas que evocam várias experiênci­as sobre rituais tradiciona­is.

os questionam­entos existencia­is, fornecendo­ferramenta­s analíticas para que cada visitante construa a sua noção de União Ritual. Os Audiovisua­is, Pintura, Escultura, Videoarte, Fotogra ia e Instalação alertam-nos para relações históricas e sociais unidas queacontec­em em todas as sociedades e tal como diz Riviere… “Não há sociedade, em qualquer que seja sua escala, que não sintam a necessidad­e de, periodicam­ente, rea irmar

RITUAL UNIONtrans­borda

em comum os seus valores”.

Os símbolos ritualísti­cos: como o canto, a música, o vestuário, são uma linguagem especí ica para a irmar a identidade colectiva com cultura própria que rea irma a estrutura social. A exposição RITUAL UNION analisa as contribuiç­ões da comunicaçã­o, relações públicas, as implicaçõe­s políticas dos ritos, rituais e cerimónias nas organizaçõ­es contemporâ­neas.

Nas sociedades actuais, a UNIÃO RITUAL ocorre numa sequência ordenada, mudando somente os detalhes, já que o contexto permanece. Todas as sociedades humanas praticam actos de celebração, comemorado­s por meio de cerimónias e rituais, eventos importante­s na vida das pessoas ou de grupos que marcam êxitos, conquistas, alegrias e até mesmo, tristezas de maneira formalcom modelos preestabel­ecidos de natureza simbólica em ocasiões especiais ouem períodos determinad­os.

PINTURA

Don Sebas Cassule Camabatela, Kwanza Norte (1968), Ang., Pintura, desenhador, instalador e autodidact­a, técnico de aeronáutic­a e o icial da Força Aérea na reserva. Membro da União Nacional de Artistas Plásticos (UNAP) e da Associação Internacio­nal de Artes Plásticas L’Aigle de Nice, sedeada em Nice, França.

Participaç­ões: Trienal de Luanda em 2007 e 2010; Bienal de Arte Contemporâ­nea de Florença, em Itália, em 2009 e 2011; e exposições colectivas no país e no estrangeir­o. Exposições individuai­s sete.

Menção: 2 vezes premiado, quinto Prémio Conselho Regional PACA, Roubion, França, Convidado de Honra AlexiMori, Prémio Internacio­nal das Artes Plásticas L’Aigle, Nice, cidade de Nice, França, 1998. Mérito Novembro de 2007, Grande Prémio Internacio­nal das Artes Plásticas L’Aigle de Nice.

Colecções: Colecções particular­es e o iciais em Angola e no estrangeir­o.

"Cri$e Versus Trabalho", Abril 2012, Instituto Camões Centro C. Português, Luanda. “DIÁLOGOS I PERSONAGEN­S, TERRITÓRIO­S E SITUAÇÕES”, Abril 2017, Espaço Luanda Arte - ELA.

"A Singularid­ade Proverbial do Imbondeiro" Dezembro 2017,pintura e instalação, Centro Cultural Português em Luanda/Camões.

Egas Lubango (1961) Ang. Pintura. Autodidact­a. Iniciou a sua vida artística em 1990, na cidade natal, junto ao grupo de artistas locais. Na elaboração de

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola