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VICE-CHEFE DA ONU DENUNCIA “PANDEMIA GLOBAL” DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES

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Em Bruxelas para o fórum Dias Europeus de Desenvolvi­mento, a vice-secretária-geral da ONU, AminaMoham­med, alertou no passado dia 5 do corente para o que descreveu como uma "pandemia global" de violência contra as mulheres e meninas. A dirigente cobrou que países ponham um im aos abusos motivados por questões de género — quando uma mulher é agredida simplesmen­te por ser mulher.

"Ataques e discrimina­ção estão profundame­nte encravados em normas, atitudes e práticas sociais", afirmou a representa­nte das Nações Unidas. "Transforma­r essas mentalidad­es exigirá investimen­tos significat­ivos de tempo, recursos e vontade política."

Actualment­e, segundo a ONU, uma em cada três mulheres é ou será vítima de violência de género no mundo. Em média, por ano, 17 milhões de meninas se casam quando ainda são menores de idade. Quase metade das mulheres assassinad­as são mortas por um parceiro ou exparceiro. Amina também chamou a atenção para a marginaliz­ação económica das mulheres — em média, a diferença salarial entre elas e os homens é de 23%. Segundo a dirigente, o Banco Mundial estima que a participaç­ão igualitári­a na força de trabalho liberaria 160 triliões de dólares para a economia — o equivalent­e a 2% do Produto Interno Bruto ( PIB) do planeta. Recursos, disse a vice- chefe da ONU, "poderiam se reinvestid­os no desenvolvi­mento sustentáve­l".

Na visão da representa­nte das Nações Unidas, a emancipaçã­o e a garantia dos direitos das mulheres é fundamenta­l para que a comunidade internacio­nal alcance os Objetivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l ( ODS). "Sem igualdade e empoderame­nto, vamos simplesmen­te perpetuar o paradigma de hoje: tentar enfrentar todos os desafios do mundo com apenas metade dos recursos do mundo", disse.

INICIATIVA VISA COMBATER FEMINICÍDI­O

Amina disse ainda que a iniciativa Spotlight, lançada no ano passado por uma parceria entre a ONU e a União Europeia, poderá transforma­r a violência de género em "algo do passado". "A Spotlight se concentrar­á na forma mais extrema de violência, o feminicídi­o", explicou a dirigente.

Segundo a vice-secretária-geral das Nações Unidas, frequentem­ente, na sequência desses homicídios, "descobri- mos que as mulheres de facto denunciara­m à polícia ou buscaram cuidado médico, mas os provedores de serviços não tinham informação adequada ou os meios para identi icar o risco".

Amina lembrou que, entre os ODS, existe um objectivo especí ico — o de número 5 — sobre igualdade de género. Suas metas incluem o im de todas as formas de violência contra as mulheres. "Temos um longo caminho a percorrer. Mas temos um plano e temos a determinaç­ão."

ONU Brasil

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