Presidente é convidado à Cimeira das Américas
AROCA EXPRIME ADMIRAÇÃO PELOS DIRIGENTES ANGOLANOS
O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, recebeu, ontem, um convite do seu homólogo do Equador, Rafael Correa, para participar numa cimeira África-América do Sul, em meados do próximo ano, em Quito.
Numa carta entregue pelo ministro das Relações Exteriores e da Mobilidade Humana do Equador, Ricardo Aroca, o Presidente equatoriano solicitou também os préstimos de José Eduardo dos Santos, líder em exercício da Conferência Internacional dos Grandes Lagos (CIRGL), para a Cimeira de Quito ser realizada com êxito.
O chefe da diplomacia equatoriana disse que o encontro foi frutuoso, por ter permitido transmitir a boa impressão com que ficou dos contactos que manteve com diferentes entidades angolanas antes de ser recebido na Cidade Alta.
“Temos muitos temas de interesse comum”, disse Ricardo Aroca, antes de anunciar que ficou decidido a criação de um plano de acção conjunto para desenvolver nos próximos meses. “Esperamos que desta maneira as relações entre os dois países cresçam”, sublinhou.
Durante a visita de 48 horas a Angola, Ricardo Aroca encontrouse com o ministro das Relações Exteriores, com a secretária de Estado da Cooperação, com o vice-ministro dos Petróleos, com a vice-ministra do Comércio Externo e com o ministro da Ciência e Tecnologia.
Na audiência foi revisitado o “dossier” da abertura de representações diplomáticas nas duas capitais. O ministro equatoriano disse que o Equador tem já uma delegação em Luanda, chefiada pelo encarregado de negócios Guillermo Lara Calderón, que prepara a instalação da Embaixada.
Capital da América do Sul
Ricardo Aroca disse que o Equador deseja que Angola instale brevemente a sua Embaixada em Quito, cidade que, por acolher a sede da União das Nações Sul Americanas (UNASUL), é considerada a capital da América do Sul. Quito foi ainda designada pelas Nações Unidas para acolher em 2016 a Conferência Habitat III, uma reunião de alto nível que acontece a cada duas décadas, qual os líderes mundiais vão discutir sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável.
O ministro das Relações Exteriores do Equador falou ainda do convite feito pelo Presidente José Eduardo dos Santos para participar em Outubro próximo, em Luanda, numa conferência internacional sobre segurança marítima e energética no Golfo da Guiné. Proposta pelos Estados Unidos da América, a conferência vai analisar a actual situação da região e as perspectivas de inserção na economia global.
Angola, que é a segunda maior produtora de petróleo da região, já presidiu à Comissão do Golfo da Guiné (CGG), organização que vela pela promoção da paz, segurança e bem- estar económico, social e ambiental do bloco de países situados na reentrância da costa ocidental de África banhada pelo oceano Atlântico.
Petróleo e muito mais
Angola e Equador são ambos produtores de petróleo e membros da OPEP. Os dois países pretendem estreitar laços nessa área, com Angola a manifestar interesse na experiência equatoriana na exploração de crude em terra, disse, ontem, a secretária de Estado da Cooperação.
Ângela Bragança encontrou-se com Ricardo Aroca e informou terem sido identificadas áreas de interesse comum. “A experiência do Equador, quer no ramo petrolífero quer noutros domínios, abre boas perspectivas para cooperação”, disse a secretária de Estado da Cooperação, que acrescentou: “A mensagem que queremos transmitir é de que a América latina é um parceiro importante para Angola e para toda África.”
Acordos lançam cooperação
No âmbito da visita de Ricardo Aroca, foram assinados vários instrumentos jurídicos, com destaque para o Acordo Geral de Cooperação, o Memorando de Entendimento para o Estabelecimento de Mecanismos de Consultas Políticas e o Acordo sobre Isenção Recíproca de Vistos para passaportes diplomáticos e de serviço.
O Acordo Geral de Cooperação prevê o intercâmbio nos domínios económico, técnico, científico e cultural e a cooperação nos domínios dos petróleos, comércio, ensino superior, tecnologias de comunicação e na área de gestão de Governo.