Candidata Helen Clark espera apoio do Governo
CORRIDA AO POSTO DE SECRETÁRIO-GERAL DA ONU Vice-Presidente da República recebeu em audiências separadas Helen Clark e os bispos do SECAM
Todos os caminhos têm estado a dar a Luanda, onde desembarcaram nos últimos dias dois candidatos ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas. Na passada semana foi o candidato da Eslováquia, Miroslav Lajcak, a pedir ao VicePresidente da República, Manuel Vicente, o apoio de Angola. Ontem foi a vez da antiga primeiraministra da Nova Zelândia Helen Clark. Com larga experiência de trabalho no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Helen Clark informou à imprensa, no final do encontro com o Vice-Presidente, que reúne as melhores condições para assumir o posto, tendo em vista a larga experiência de trabalho no sistema da ONU e os nove anos à frente do Governo da Nova Zelândia. O ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, que acompanhou Helen Clark à Cidade Alta, sublinhou a propósito que o mais importante para Angola, enquanto Membro Não Permanente do Conselho de Segurança da ONU, é encorajar os candidatos. O Vice-Presidente recebeu ainda em audiência os bispos das Conferências Episcopais de África e Madagáscar (SECAM). Candidata ao cargo de secretária-geral das Nações Unidas Helen Clark foi recebida pelo Vice-Presidente da República
O Vice-Presidente da República recebeu ontem a antiga chefe do Governo da Nova Zelândia, Helen Clark, com quem tratou de aspectos relacionados com a candidatura desta ao cargo de secretária-geral das Nações Unidas, organização mundial actualmente liderada por Ban Ki-moon.
Helen Clark, que veio a Angola com o único propósito de solicitar apoio das autoridades angolanas ao cadeirão mais alto das Nações Unidas, informou à imprensa, no final do encontro, que reúne as melhores condições para assumir o posto, tendo apontado algumas vantagens sobre os outros candidatos a experiência de trabalho acumulada durante os nove anos à frente do Governo da Nova Zelândia e a actividade desenvolvida no continente africano à frente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
A candidata neozelandesa disse que com o Vice-Presidente da República também abordou questões relacionadas com os desafios da organização. O ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, que acompanhou Helen Clark à Cidade Alta, sublinhou, a propósito, que mais importante para Angola, enquanto Membro Não Permanente do Conselho de Segurança, é encorajar os candidatos.
Para o chefe da diplomacia angolana, o candidato ideal para o continente africano deve ter interesse na reforma da organização mundial, o que permitiria a entrada de países africanos no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Deste modo, acrescentou Chikoti, seria possível alcançar uma fórmula equilibrada na abordagem dos problemas relacionados com o continente africano.
Georges Chikoti informou que existem sectores que defendem para o cargo de secretário-geral da ONU a eleição de um candidato do Leste, outros de uma mulher, outros ainda um “bom candidato” que seja capaz de salvaguardar os interesses da organização mundial.
Bispos na Cidade Alta
Noutra audiência, o Vice-Presidente da República recebeu alguns bispos que participaram na 17ª Assembleia Plenária do Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar (SECAM), tendo estes agradecido o apoio prestado pelo Executivo na realização do evento que decorreu durante cinco dias na capital angolana.
“Viemos expressar ao Vice-Presidente da República os nossos agradecimentos por tudo quanto o Executivo fez para que o evento tivesse êxito”, disse o presidente do SECAM, Dom Gabriel Mbilingi.
O prelado angolano falou dos desafios da SECAM para os próximos anos, com destaque para a assumpção do estatuto de observador junto da União Africana. “Com os Estados africanos vamos trabalhar no tema da família. Tudo faremos para permitir que tudo o que as autoridades angolanas fazem em prol do bem-estar das famílias se estenda a outros Estados africanos, como forma de vermos o nosso continente evangelizado”, disse Dom Gabriel Mbilingi.
Para Dom Gabriel, as demais confissões religiosas devem colaborar na promoção do tema da família, por ser nela onde se promove o diálogo, a paz e o bem comum. O prelado reconheceu haver esforços do Estado angolano para tornar as famílias sólidas.
A candidata da Nova Zelândia ao cargo de secretária-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Helen Clark, solicitou ontem, em Luanda, o apoio de Angola para ocupar o lugar cimeiro da diplomacia mundial.
O pedido foi manifestado durante uma audiência que lhe foi concedida pelo ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, que serviu também para apresentar a sua candidatura, uma vez que Angola é membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
No final de encontro, que decorreu à porta fechada, Georges Chikoti informou à imprensa que, nesta primeira fase, Angola apenas recebe os candidatos para os encorajar, salientando que cabe ao Conselho de Segurança da ONU fazer a pré-selecção e, posteriormente, a eleição do candidato que considerarem apto para ocupar o cargo de secretário-geral da ONU.
Georges Chikoti lembrou que para este cargo concorrem 12 candidatos, sendo que seis passam para a segunda fase e três para a terceira até se encontrar o candidato com melhor qualificação. Além da candidata da Nova Zelândia, já estiveram no país o de Portugal, António Guterres, da Eslováquia, Miroslave Laikaque, e da Sérvia, Vuk Geremik.
“Apesar de Angola ser apenas membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU, ainda assim, a vinda de alguns candidatos ao nosso país permite aos mesmos fazer a apresentação das suas ideias, o que nos permite fazer melhores recomendações ao nosso embaixador na organização mundial, que de certa forma influencia na escolha do próximo secretário-geral das Nações Unidas”, esclareceu.
A candidata da Nova Zelândia explicou que todos os candidatos estão a visitar os Estados-membros da ONU, para apresentar os seus planos de trabalho. “Como a tarefa do próximo secretário-geral da ONU é abordar a situação do desenvolvimento e paz, sintome a pessoa certa para ocupar este cargo de tamanha responsabilidade”, afirmou.
Helen Clark de 66 anos, dirige desde 2009 o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Do seu curriculum, consta ainda que foi professora universitária e primeira-ministra da Nova Zelândia entre 1999 e 2008. Apresentou a sua candidatura para dirigir a ONU a 14 de Abril último.
Entre os 12 candidatos, ela foi a oitava a anunciar que deseja ocupar o lugar cimeiro da diplomacia mundial. A eleição acontece em Outubro próximo na sede da ONU, em Nova Iorque, Estados Unidos da América, sendo que o secretário-geral eleito inicia as suas funções em Janeiro de 2017.