As parcerias agrícolas
O país testemunha o crescimento da produtividade e das oportunidades nos sectores da agricultura, pecuária e agro-indústria, facto que transforma aqueles sectores em variáveis com as quais o Estado conta para assegurar a diversificação da economia.
Vivemos ainda desafios notáveis para que os níveis de produção, a parceria com as instituições bancárias e o devido encaminhamento dos financiamentos, para quem trabalha a terra, sejam uma realidade tangível em todo o país. Todos os dias, somos ainda confrontados com distorções que numerosos agricultores, criadores e industriais com iniciativa no sector da transformação enfrentam e para as quais as instituições do Estado têm de reforçar a sua sensibilidade.
É fundamental que todos os intervenientes, directos e indirectos, no processo produtivo enveredem por um processo por via do qual as experiências trocadas, as parcerias efectivadas e a presença das instituições financiadoras tornem-se uma vantagem. Acreditamos que com maior sentido de compromisso, a julgar pela fase difícil por que passa o país, é possível estabelecerem-se as pontes através das quais se podem mitigar os constrangimentos e dar sustentabilidade à agricultura.
Embora vivamos uma situação menos boa do ponto de vista económico e financeiro, não há dúvidas de que com maior seriedade e compromisso, o sector agrícola representa esperança e certeza em muitos aspectos. Nesta fase, é bom que todos saibamos, não temos muitas opções quando se trata de olharmos para a agricultura como um aliado do Estado para acelerar a diversificação económica.
Com o actual processo produtivo na agricultura, pecuária e com fortes sinais na agro-indústria, o país dá provas de que é possível a reviravolta do actual quadro de incertezas no campo económico.
E, para isso, nada melhor que juntar as vozes com experiência já dada naqueles sectores que, ao lado dos representantes da banca, podem contribuir para que nos próximos tempos haja maior cooperação, para o bem da agricultura e da economia nacional.
Começa hoje, em Luanda, um seminário sobre parcerias agrícolas, da iniciativa de uma instituição bancária angolana, que se reveste de uma grande importância nesta conjuntura. Numa altura em que o país dá passos consistentes no processo de diversificação com aumento crescente da produção agrícola um pouco por todo o país, urge reforçar as parcerias entre agricultores, associados ou não, e a banca.
Sob o tema “Angola e o investimento agrícola - parcerias”, que envolverá sobretudo entidades angolanas e portuguesas, trata-se de um evento em que todos os actores deverão identificar as melhores soluções para a maximização das nossas potencialidades.
As parcerias são fundamentais para assegurar as vantagens do investimento agrícola que, fruto das condições existentes em Angola, incorporam sempre uma grande probabilidade de sucesso. O fundamental é que cada parte desempenhe bem e oportunamente o seu papel para que, na busca dos resultados, a famosa mão invisível opere a favor de todos.
É oportuno a iniciativa ter partido de uma instituição bancária, realidade que aponta para a abertura e sentido da urgência como aquele sector encara a agricultura no país. O país dá passos importantes na direcção da produção e, quando as instituições financeiras se aliam a estes esforços, apenas podemos esperar os melhores resultados e sustentabilidade.
Hoje mais do que nunca as perspectivas de o sector agrícola crescer, não apenas para garantir a segurança alimentar, mas igualmente fortalecer o agro-negócio e assegurar “inputs” para o sector industrial, evidenciam-se cada vez mais. E os nossos agricultores e criadores dão prova disso todos os dias. Urge continuar a aproveitar as oportunidades de emprego no sector agrícola pela dupla razão de ser o maior empregador dos país e absorver em maior número mão-de-obra não especializada.
O evento que tem lugar hoje vai permitir que os diferentes intervenientes façam uma avaliação das principais variáveis ligadas ao campo, à criação e à indústria, tendo a banca como principal facilitadora.
As parcerias, fortalecidas a partir de dentro e de fora do país, mostramse como uma alternativa segura aos desafios que os sectores enfrentam, sobretudo quando são valorizadas e maximizadas a troca de experiência e a inter ajuda. É preciso que as instituições do Estado continuem a olhar para estes desenvolvimentos a nível do sector agrícola, pecuário e agroindustrial com o devido empenho para que sejam competitivos, produtivos e decisivos para Angola.
Esperamos que do seminário saiam importantes iniciativas e recomendações para que os pequenos, médios e grandes agricultores, ao lado dos criadores e dos industriais, tenham parceiros, dentro e fora do país, capazes de fazê-los crescer a todos os níveis. Que haja da parte da banca angolana contínua sensibilidade para financiar a agricultura, pecuária e agroindústria e por parte destas últimas o papel já demonstrado.