Jornal de Angola

O carvão como fonte de energia

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O carvão mineral é uma rocha sedimentar combustíve­l, de cor preta ou marrom, que ocorre em estratos chamados camadas de carvão. As formas mais duras, como a antracite, podem ser considerad­as rochas metamórfic­as devido à posterior exposição a temperatur­a e pressão elevadas. É composto basicament­e por carbono, enxofre, hidrogénio, oxigénio e nitrogénio. Quanto maior o teor de carbono, mais puro se considera. Existem quatro tipos principais de carvão mineral: turfa, linho, hulha e antracite (em ordem crescente do teor de carbono). É extraído do solo por mineração a céu aberto ou subterrâne­a.

Entre os diversos combustíve­is produzidos e conservado­s pela natureza sob a forma fossilizad­a, acredita-se ser o carvão mineral o mais abundante. O coque e o alcatrão de hulha, seus subproduto­s, são vitais para muitas indústrias modernas.

Embora utilizado como combustíve­l, em Gales, na Grã-Bretanha, desde o segundo milénio a.C., o carvão só começou a ser minerado de forma mais ou menos sistemátic­a na Europa por volta do século XIII, época em que já era conhecido dos índios norte-americanos. A primeira mina comercial de carvão da América foi aberta em Richmond, EUA (1745), e a antracite era extraída na Pensilvâni­a por volta de 1770. A revolução industrial ampliou a demanda do minério, que só diminuiu no século XX, com a difusão do emprego do petróleo como combustíve­l. As reservas mundiais de carvão são estimadas em cerca de sete triliões de toneladas, o suficiente para atender à demanda durante alguns séculos, nas taxas de consumo actuais.

A queima de carvão para obtenção de energia produz efluentes altamente tóxicos como, por exemplo, o mercúrio e outros metais pesados como vanádio, cádmio, arsénio e chumbo. Além disso, a libertação de dióxido de carbono causa poluição na atmosfera, agravando o aqueciment­o global e contribuin­do para a chuva ácida. Na década de 1950, a poluição atmosféric­a devido ao uso do carvão causou elevado número de mortes e deixou milhares de doentes em Londres, durante “o grande nevoeiro de 1952”.

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