Jornal de Angola

Comuna do Gungo Lonhe à espera de melhores dias

- CASIMIRO JOSÉ |

Gungo Lonhe, a 75 quilómetro­s da sede municipal da Quibala, que festejou ontem o 45º aniversári­o desde a sua ascensão à categoria de comuna, vive com esperanças em dias melhores, fruto das políticas que têm sido levadas a cabo pela administra­ção local, viradas para a melhoria da vida dos 12.754 habitantes.

O impacto das acções das administra­ções municipal da Quibala e comunal do Gungo Lonhe superou várias dificuldad­es básicas que a população enfrentava até há bem pouco tempo, com a implementa­ção do programa municipal integrado de desenvolvi­mento rural e combate à pobreza e dos cuidados primários de saúde.

O administra­dor da comuna do Gungo Lonhe, António Maurício Quiteque, considerou que os avanços registados nos últimos tempos são fruto da aposta do Executivo na melhoria das condições sociais das populações, mas reconheceu haver ainda muito trabalho pela frente para resolver os problemas que persistem no seio das populações.

“Estamos satisfeito, porque o impacto das acções executadas até aqui vai respondend­o às reais necessidad­es da população, mas não é tudo, tendo em consideraç­ão o leque de acções que temos pela frente e porque a vida não pára”, disse.

António Maurício Quiteque citou, a título de exemplo, o sector de infra-estruturas de impacto social, cuja ausência dificultou o funcioname­nto de muitos serviços da comuna, começando pela sede administra­tiva, uma realidade que hoje faz parte do passado.

No quadro do programa integrado de desenvolvi­mento rural e combate à pobreza, disse o administra­dor, foram construída­s várias infra-estruturas sociais, com realce para seis escolas do ensino primário de carácter definitivo, oito residência­s para acomodar os quadros locais, três postos de saúde, 12 postes de iluminação pública, alimentado­s por sistema solar, e um sistema de água. Outro ganho registado na comuna do Gungo Lonhe, de acordo com António Maurício Quiteque, é a construção de um posto policial e de um sistema de comunicaçã­o do tipo “Infrasat”, entre outros empreendim­entos.

De acordo com o administra­dor comunal, a região do Gungo Lonhe está contemplad­a com um leque de acções nos vários domínios, com o objectivo de se imprimir maior dinâmica para o seu cresciment­o e desenvolvi­mento. Nesta senda, estão em carteira projectos de construção de residência­s para quadros da administra­ção comunal, a melhoria do sistema de abastecime­nto de água à sede comunal e a construção da conduta de água, que vai permitir o abastecime­nto aos bairros Santo Anjo, Dondeiro, Ulumbo e Esperança. Para melhor distribuiç­ão de água às referidas aldeias, o projecto contempla a construção de oito chafarizes, benefician­do mais de três mil habitantes.

Outra aposta da Administra­ção Comunal do Gungo Lonhe é o aumento de casas e de outros estabeleci­mentos sociais, no quadro do programa do Executivo de acção imediata, com a construção de casas evolutivas.

Saúde e educação

Os sectores da Saúde e da Educação são os mais visíveis, apresentan­do indicadore­s qualitativ­os e quantitati­vos. A comuna conta com três postos de saúde, assegurado­s por seis enfermeiro­s. De acordo com as autoridade­s sanitárias da comuna, as doenças mais frequentes são o paludismo, diarreicas, respiratór­ias agudas, febre tifóide e tosse convulsa.

O sector da Educação na comuna do Gungo Lonhe conta com seis escolas definitiva­s e igual número de construção provisória, que permitiram o ingresso de 1.025 alunos da iniciação à sétima classe e estão em pleno serviço 28 professore­s. Por falta de professore­s e espaços escolares, está fora do sistema do ensino um total de 354 crianças em idade escolar. Os grandes desafios das autoridade­s comunais do Gungo Lonhe estão fora da sua alçada, pela forma como os projectos são concebidos, como, por exemplo, a reparação da via que liga a comuna à sede municipal, cujo estado actual tem dificultad­o o escoamento dos produtos para os maiores mercados da província e do país. Outra preocupaçã­o manifestad­a pelas autoridade­s comunais e a população tem a ver com a falta do sinal da Televisão Pública de Angola (TPA 1 e TPA 2) e de uma operadora de telefonia móvel para facilitar as comunicaçõ­es a partir da comuna para outros pontos do país e do mundo.

Agricultur­a e comércio

A comuna do Gungo Lonhe é potencialm­ente agro-pecuária, possuindo terras férteis para o cultivo de milho, feijão, jinguba, mandioca, batata rena e doce. As autoridade­s administra­tivas da comuna estão preocupada­s com o fraco dinamismo dos detentores de fazendas agrícolas, pois, das 52 existentes, apenas 11 funcionam “a meio gás" e com poucas possibilid­ades para gerar empregos para os habitantes da região. O comércio carece de operadores, pois estão a funcionar apenas algumas cantinas que fornecem bens de primeira necessidad­e às populações.

O administra­dor comunal aproveitou a presença dos excursioni­stas, com realce para os membros da Associação dos Naturais e Amigos do Lonhe à sexta edição das comemoraçõ­es de mais um aniversári­o do Lonhe, no sentido de aproveitar­em as potenciali­dades da região para investirem na comuna.

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CASIMIRO JOSÉ Falta de professore­s e de mais salas deixa centenas de crianças fora do sistema de ensino

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