Jornal de Angola

Bernie Sanders reafirma apoio

Candidato derrotado nas primárias defende unidade urgente dos democratas

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Os Estados Unidos precisam de uma liderança que os ajude a melhorar a vida dos seus cidadãos e promova a sua unidade. É por este motivo que Hillary Clinton deve ser a próxima presidente do país, afirmou segunda-feira o senador Bernie Sanders, no primeiro dia da Convenção Democrata. “Qualquer observador objectivo irá concluir que, baseado nas suas ideias e na sua liderança, Hillary Clinton deve tornar-se a próxima presidente", disse Sanders.

Os Estados Unidos precisam de uma liderança que os ajude a melhorar a vida dos seus cidadãos e promova a sua unidade, é por este motivo que Hillary Clinton deve ser a próxima presidente do país, afirmou segunda-feira o senador Bernie Sanders, no primeiro dia da Convenção Democrata.

“Qualquer observador objectivo irá concluir que, baseado nas suas ideias e na sua liderança, Hillary Clinton deve tornar-se a próxima presidente. Não há sequer comparação”, disse Sanders na Filadélfia.

Num dramático apelo à unidade do Partido Democrata em torno da candidatur­a de Hillary Clinton, o senador Bernie Sanders disse sentir “orgulho” de participar na Convenção Nacional para a apoiar, frase que provocou vaias entre os seus próprios seguidores.

“Hillary Clinton será uma extraordin­ária presidente e estou orgulhoso de estar esta noite aqui junto com ela”, declarou o senador, que recebeu a mais longa ovação do primeiro dia da Convenção Nacional Democrata.

No seu apelo ao partido para cerrar fileiras em torno de Clinton, o senador disse: “nestes momentos difíceis para o nosso país, esta eleição deve servir para nos unir e não para nos dividir.”

“Não é um segredo que Hillary Clinton e eu discordamo­s de muitas coisas. Mas é disto que se trata, precisamen­te, uma campanha. Isto é a democracia.”

Numa mensagem aos seus seguidores, Bernie Sanders recordou que o movimento lançado no início da campanha interna levou o Partido Democrata a ter nestas eleições “a plataforma mais progressis­ta de toda a sua história.”

O encorajame­nto de Michelle

Num outro discurso muito esperado na Convenção, a primeira-dama, Michelle Obama, afirmou que Hillary Clinton é a única pessoa qualificad­a para ser presidente nas eleições de Novembro.

“Estou aqui porque nesta eleição há apenas uma pessoa em que confio. Apenas uma pessoa que creio estar realmente qualificad­a para ser Presidente dos Estados Unidos e é nossa amiga, Hillary Clinton.”

Numa mensagem directa a Donald Trump, o candidato republican­o, Michelle pediu aos delegados que “não deixem que ninguém lhes diga que este país não é grande, que temos que torná-lo grande novamente, porque agora mesmo este é o maior país da face da Terra.”

Michelle Obama recordou que é mãe “de duas belas jovens mulheres negras” e que, na geração das suas filhas, é possível considerar natural “que uma mulher seja Presidente dos Estados Unidos.”

No primeiro dia da convenção, o pequeno estádio Wells Fargo Center foi palco de um ensurdeced­or duelo entre os seguidores de Hillary e os do senador Bernie Sanders.

Quando a pastora Cynthia Hale, convocada para as orações de abertura dos trabalhos, pronunciou o nome de Hillary, foram claras as vaias seguidas de um intenso coro “Bernie, Bernie.” Os delegados da ex-secretária de Estado fizeram a sua parte e devolveram com um igualmente estrondoso “Hillary, Hillary.”

Escândalo do WikiLeaks

Os democratas não deveriam encontrar dificuldad­es para formalizar a equipa presidenci­al composta por Hillary e pelo senador Tim Kaine. O partido chegou à Convenção Nacional, porém, profundame­nte dividido e em crise, após o escândalo pela publicação de e-mails da direcção do partido durante as prévias, os quais, claramente, beneficiav­am Hillary.

A secretária do Comité Nacional Democrata e presidente da Câmara da cidade de Baltimore, Stephania Rawlings Blake, encarregou-se de abrir os trabalhos da convenção, já que a presidente do partido, a representa­nte Debbie Wasserman Schultz (Flórida), renunciou na véspera. Nesta segunda pela manhã, Debbie tentou discursar perante os delegados do seu estado, mas vaias e interrupçõ­es forçaram-na a sair escoltada do palco. Instantes depois do início da convenção, o Comité Nacional do Partido Democrata pediu desculpas a Sanders por comentário­s sobre a sua campanha. De acordo com a nota divulgada, o partido “não tolera, nem vai tolerar linguagem desrespeit­osa para com os nossos candidatos.”

Na sexta-feira, a publicação no portal WikiLeaks de quase 20 mil e-mails privados de dirigentes do partido mostrou como beneficiar­am a campanha de Hillary Clinton e até discutiram formas de prejudicar Bernie Sanders.

“Em nome de todos os integrante­s do Comité Nacional Democrata, queremos apresentar o nosso profundo e sincero pedido de desculpas ao senador Sanders, aos seus seguidores e a todo o Partido Democrata, pelos imperdoáve­is e inoportuno­s comentário­s feitos nos e-mails”, acrescenta o comunicado.

De acordo com a nota, o Comité Nacional democrata “está a adoptar medidas para garantir que isso nunca mais aconteça.”

A equipa de campanha de Hillary Clinton acusou hackers russos de terem roubado as mensagens, “para ajudar Donald Trump.”

O FBI (a Polícia Federal americana) anunciou que "trabalha para determinar a natureza e o alcance" do ciberataqu­e dos servidores de e-mail do Comité Nacional Democrata.

População latina

O candidato democrata à vicepresid­ência dos Estados Unidos, Tim Kaine, criticou Donald Trump que considerou os latinos “pessoas de segunda classe.” Numa entrevista concedida à estação de televisão latina “Telemundo” e divulgada segunda-feira, Kaine declarou que o republican­o não só “está contra a reforma do sistema migratório”, mas, para ele, “os latinos são gente de segunda classe.”

O senador pela Virgínia lembrou a promessa de Hillary Clinton de trabalhar para que nos “primeiros 100 dias de governo, o congresso aprove uma reforma migratória”, uma meta que a ex-secretária de Estado já apoiava desde 2006, quando era senadora, e que mantém na actualidad­e.

“Estamos a lutar a cada dia por uma reforma do sistema migratório”, acrescento­u Kaine, ex-governador da Virgínia, durante uma entrevista feita totalmente em espanhol, idioma que domina.

Durante a conversa, Kaine não ignorou a polémica provocada no final de semana pela divulgação do portal Wikileaks de quase 20.000 e-mails do Comité Nacional Democrata (DNC), nos quais altos funcionári­os do partido falam de estratégia­s para debilitar o senador Bernie Sanders durante a campanha das primárias.

O candidato à vice-presidênci­a defendeu, no entanto, que são "os eleitores nos 50 estados" que escolhem os candidatos, “não a equipa num escritório em Washington” e que esses votos serão respeitado­s

Trump sobe nas sondagens

Uma sondagem realizada pela rede de televisão CNN e divulgada segunda-feira mostra Donald Trump à frente de Hillary, em cenários que consideram um duelo directo, assim como a candidata do Partido Verde, Jill Stein, e o libertário, Gary Johnson.

Na disputa directa, Donald Trump tem uma ligeira vantagem, com 48 por cento contra 45 de Hillary Clinton, das intenções de voto. Num cenário de quatro candidatos, a diferença entre ambos sobe para cinco pontos, com 44 por cento contra 39, segundo a sondagem de opinião.

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AFP Primeira-dama norte-americana elogiou Hillary Clinton durante o discurso em Filadélfia

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