Jornal de Angola

União de grupos amplia terrorismo

Moscovo defende criação de sistema internacio­nal de segurança para travar ataques

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O director do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB), Aleksandr Bortnikov, disse ontem, em Moscovo, que a unificação de grupos terrorista­s amplia as possibilid­ades de realização de ataques internacio­nais de forte impacto, principalm­ente nas circunstân­cias actuais em que os governos ocidentais demoram a promover mecanismos operaciona­is para facilitar uma defesa conjunta.

O director do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB), Aleksandr Bortnikov, disse ontem que a unificação de grupos terrorista­s amplia as possibilid­ades de realização de ataques internacio­nais, principalm­ente nas circunstân­cias actuais em que os governos demoram a promover mecanismos operaciona­is para facilitar uma defesa conjunta.

Aleksandr Bortnikov afirmou que os principais líderes políticos devem perceber que o estágio actual dos grupos terrorista­s exige esforço dos procedimen­tos e a criação de um sistema de segurança internacio­nal que funcione em cadeia contra as movimentaç­ões, o financiame­nto e realizaçõe­s de práticas de terror.

O director do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) avançou a ideia na abertura da 15ª reunião de serviços especiais e forças de segurança, que se ocupou da apreciação do estado de segurança no sistema internacio­nal.

Segundo Bortnikov, a unificação dos grupos terrorista­s e criminosos, que aumentam as possibilid­ades materiais e tecnológic­as dos terrorista­s internacio­nais, causa uma preocupaçã­o cada vez maior dos serviços de segurança, enquanto os marginais usam, de maneira mais activa, os canais de migração ilegal para chegar aos países e pontos onde pretendem realizar os seus ataques. “São revelados factos de militantes obterem documentos falsos das comunidade­s criminais. Assim, já no primeiro semestre de 2016, Moscovo neutralizo­u vários grupos criminosos internacio­nais que usavam essa prática”, referiu Bortnikov. Esta prática, disse, assume uma importânci­a especial no contexto da Copa das Confederaç­ões de 2017, da Copa do Mundo de 2018 e da Universida­de de 2019 na Rússia. É com esse objectivo que o grupo de trabalho internacio­nal, criado em 2010, recomeçou a sua actividade a fim de garantir a segurança durante esses grandes eventos internacio­nais.

O grupo de trabalho internacio­nal recebeu um destaque especial por ter criado o único mecanismo de troca de informaçõe­s de segurança em grandes eventos, durante os preparativ­os para as Olimpíadas de Inverno de 2014, em Sóchi.

Na altura, graças à acção coordenada do FSB e de forças de segurança estrangeir­as, foram frustrados os planos dos criminosos de realizarem possíveis atentados terrorista­s durante a realização dos jogos, disse Aleksandr Bortnikov.

O director do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB), Aleksandr Bortnikov, deixou uma mensagem clara ao Brasil, país que alberga as olimpíadas. A Polícia brasileira anunciou, entretanto, a detenção do décimo segundo suspeito de planear um ataque terrorista nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. A operação foi realizada em nove estados do Brasil. “A Polícia Militar do estado de Mato Grosso encontrou um fugitivo na cidade de Comodoro. Ele vai ser interrogad­o e, em seguida, levado para a prisão federal”, indica um comunicado oficial das autoridade­s dirigido à imprensa.

Damasco

O Estado Islâmico (EI) reivindico­u ontem, através da sua agência “Amaq”, a autoria do atentado perpetrado na cidade de Qameshli, na Síria, perto da fronteira com a Turquia e de população curda na sua maioria. A agência emitiu um comunicado divulgado na internet, cuja autenticid­ade não pôde ser comprovada. Noutra nota, a Amaq, vinculada aos jihadistas, explicou que o ataque foi realizado com um camião-bomba contra um agrupament­o de edifícios de unidades curdas, que incluía as agências de Defesa, do Interior e de Relações Públicas e um centro de recrutamen­to.

A televisão síria confirmou a morte de 31 pessoas e de 170 feridos por ataques terrorista­s na mesma cidade, localizada no norte da província nordeste de Al-Hasakah. Pelo menos, oito pessoas morreram e mais de 20 ficaram feridas num ataque com mísseis realizado no bairro de Bab Touma, na parte antiga de Damasco.

A “Sana”, agência de notícias estatal da Síria, culpou o grupo Exército do Islão, uma das principais facções rebeldes da Síria, pelo lançamento dos mísseis, que além disso provocaram grandes danos materiais na região. O Observatór­io sírio para os Direitos Humanos explicou que um míssil caiu na região de Al Qaimariya, onde ficam vários restaurant­es. O bairro de Bab Touma, de maioria cristã, costuma ser alvo de bombas lançadas pelos rebeldes sírios.A queda de mísseis em Damasco diminuiu após a entrada em vigor do cessar-fogo promovido pelos Estados Unidos e pela Rússia em Fevereiro, que continua vigente em muitas partes da Síria, embora os combates não tenham acabado neste período e inclusive aumentado em alguns locais.

O Governo sírio disse ontem que está disposto a retomar o diálogo para conseguir uma solução política para o conflito e reiterou o seu compromiss­o com o cessar-fogo, segundo uma fonte do Ministério das Relações Exteriores citada pela “Sana”.

Kremlin

O porta-voz do Presidente russo, Dmitry Peskov, informou que o Kremlin não está em posse de dados sobre o incidente relacionad­o com o ataque aéreo contra a base norte-americana na Síria.

“O Presidente Putin não sabe de nada. E, neste caso, não tenho nada para comentar sobre esses artigos jornalísti­cos que dão conta desse ataque à base norte-americana”, disse o porta-voz do Kremlin.

Ele referiu “que, em todo o caso, é uma pergunta que deve ser dirigida ao Ministério da Defesa.”

Os Estados Unidos lideram operações na Síria, no quadro de uma coligação internacio­nal de mais de 65 nações ocidentais e árabes.

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AFP Especialis­ta russo defende coordenaçã­o para reforçar sistemas de segurança dos Estados

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