Cuanza Sul é certeza na produção agrícola
ANGOLA A CRESCER
Definitivamente a província do Cuanza Sul está destinada a ser um dos principais centros agroindustriais de Angola, a avaliar pela quantidade de projectos agrícolas que alberga. Uns já em pleno funcionamento e outros em fase de implementação, numa altura em que cresce o número de pedidos para a cedência de terras para a criação de explorações agro-pecuárias. No total estão catalogados 216 mil agricultores e 3.868 empresas agrícolas ocupando mais de 1.346 mil hectares.
No dia em que uma delegação chefiada pelo ministrado português da Agricultura e Florestas, Luís Coupolas Santos, se deslocou à província do Cuanza Sul no quadro de uma visita de alguns dias a Angola, o governador Eusébio de Brito Teixeira destacou aquilo que são as potencialidades da região no domínio agrícola e lançou um repto aos empresários dos dois países para a criação de parcerias que podem contribuir para o aumento da produção agrícola em Angola.
À delegação portuguesa, que integrou vários empresários foi explicado, ao detalhe, que a variedade de ecossistemas naturais dessa província permite a criação, com sucesso, de vastas explorações para a prática da agricultura e criação de gado bovino para abate e produção de leite e seus derivados em diferentes zonas do litoral e planalto.
Se no litoral as condições climatéricas são suficientemente propícias para a prática de culturas tipicamente tropicais, como a palmeira do dendém, a cana-de-açúcar e o algodão, já na região sub-planática predomina a produção do café, numa área de mais de 19 mil hectares.
As culturas de clima mediterrâneo, como o milho, trigo, batata, soja, arroz, girassol, banana, citrinos, hortofrutícolas e outros são feitas em quantidades razoáveis permitindo o abastecimento regular do mercado da província e de outras regiões do país. Contudo, e como em muitas outras zonas do país, persiste a problemática do escoamento dos produtos para os grandes centros de consumo.
Explorações Pecuárias
No quadro que traçou para a delegação portuguesa, o governador Eusébio de Brito Teixeira indicou que criação de gado bovino para corte e leite, no Cuanza Sul, é feita quer nas zonas média e alta do planalto, como no litoral. A ocorrência de chuvas durante sete meses permite a produção de forragens e armazenagem de feno, o que torna possível a implantação de explorações pecuárias numa base de sequeiro no litoral.
Aqui, a exploração baseia-se no aproveitamento das pastagens naturais ao longo de todo o ano com pequenas deslocações de espaços em função da distribuição natural das chuvas, ressaltando-se a faixa sul com condições naturais para a criação de gado, segundo o governador. Ele destaca, igualmente, o potencial madeireiro dos municípios do Seles, Libolo e Amboim, onde existem grandes quantidades de eucaliptos, pinheiros, gravilhas e outras espécies que podem ser enquadradas nos produtos passíveis de exportação no âmbito da estratégia de diversificação económica adoptada pelo Governo.
Parceria Estratégica
“No Cuanza Sul, explica, Eusébio de Brito Teixeira, o sector agrícola tem dois eixos. O tradicional, com 216 mil agricultores (camponeses), com recurso à mão-de-obra familiar e o de tracção animal nas lavouras, cuja produção está confinada a culturas anuais de curto círculo vegetativo, cereais, leguminosas, oleaginosas, abacaxis e fruteiras tropicais para a sua subsistência e, o excedente, para a obtenção de algumas receitas”.
O governador destaca o sector empresarial privado que está a passar por uma fase de reorganização, nomeadamente nas fazendas e parcelas de terra anteriormente vinculadas ao Estado e as que nunca foram intervencionadas mediante a concessão de uso e aproveitamento de terras.
A recuperação de várias fazendas e outras infra-estruturas, assim como os projectos de produção agro- 200 toneladas Nova Agrolíder aposta forte na Quibala