Jornal de Angola

Mulheres e desenvolvi­mento

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Comemorou-se ontem o Dia da Mulher Africana, data que é habitualme­nte aproveitad­a para se fazerem reflexões sobre os direitos da mulher no nosso continente, onde há ainda há muito por fazer para a defesa da dignidade das pessoas do sexo feminino.

Já se fizeram grandes avanços no que diz respeito à defesa da igualdade do género, mas os governos e os parlamento­s dos países africanos continuam a trabalhar para a que as mulheres africanas sejam parte activa do processo de desenvolvi­mento do continente.

A mulher africana não deve ser considerad­a uma pessoa inferior ao homem até porque, em vários países, ela é responsáve­l pelo sustento da família. Em Angola, muitas famílias ficaram desestrutu­radas, devido à guerra que durou muitos anos, e são muitas as mulheres que, em virtude da morte dos seus maridos, têm de assumir o sustento dos seus filhos e assegurar a sua educação. Mas as mulheres angolanos têm assumido também responsabi­lidades ao nível político e em esferas de actividade produtiva. Hoje temos no país muitas mulheres no Parlamento e no Governo e a dirigir projectos empresaria­is, o que é prova de que as angolanas estão a dar também um grande contributo para o progresso do país.

As mulheres constituem a maioria da nossa população e este facto não deve passar despercebi­do. O cresciment­o e desenvolvi­mento do país tem necessaria­mente de passar pela participaç­ão da mulher a todos os níveis. Angola não deve dispensar uma camada da população que constitui uma força que pode ajudar grandement­e a fazer progredir o país.

Temos, entretanto, de resolver muitos problemas relativos à defesa dos direitos da mulher. Apesar dos poderes públicos estarem empenhados em promover a participaç­ão da mulher em várias actividade­s, políticas e económicas, há ainda muito caminho a percorrer para que a sua valorizaçã­o seja um facto em todo o território nacional.

Há ainda resistênci­as em relação à emancipaçã­o da mulher, com causas diversas, sendo de enaltecer os esforços daqueles países africanos, como Angola, que promovem a igualdade do género. A questão da defesa dos direitos da mulher tem de estar no centro das preocupaçõ­es dos governante­s. A mulher em África tem de andar ao lado do homem neste grande esforço que temos de desenvolve­r para chegarmos ao desenvolvi­mento. Não haverá desenvolvi­mento sem a mulher. No nosso país, as mulheres constituem um segmento indispensá­vel para que os nossos esforços atinjam o progresso. E o progresso consegue-se com pessoas que tenham direitos e sejam incluídas na execução das grande s tarefas da reconstruç­ão nacional.

É um erro relegar a mulher para segundo plano. A mulher pode ter competênci­as necessária­s ao cresciment­o e desenvolvi­mento do país. Subestimar a mulher, não lhe dando oportunida­des para participar no processo de desenvolvi­mento do país é prejudicar a comunidade.

A comunidade precisa da mulher na política, na vida empresaria­l, no desporto, no ensino, na agricultur­a e na indústria, entre outros sectores.

Se contarmos com a mulher neste processo de desenvolvi­mento do nosso país, havemos de obter bons resultados. Que haja cada vez mais mulheres a aumentar os seus conhecimen­tos em escolas médias e superiores, de modo a poderem por exemplo potenciar muitos sectores produtivos da vida nacional. O acesso da mulher à escola deve ser facilitado pois ela, por via do conhecimen­to, pode contribuir para o bem -estar da sociedade. É imperioso que incentivem as mulheres a estudar, para que seja actores activos nas transforma­ções económicas e sociais que todos nós pretendemo­s. Estamos num processo de diversific­ação da economia e, sendo a nossa população constituíd­a maioritari­amente por mulheres, há que se prestar atenção a esta camada da nossa comunidade que realiza actividade­s produtivas diversas, nas zonas urbanas e no campo.

É um facto inquestion­ável a existência de milhares de mulheres que se dedicam a negócios de diversa natureza. Muitas destas mulheres encontram-se no mercado informal e têm capacidade para expandir os seus negócios . Temos no país muitas mulheres empreended­oras com larga experiênci­a, devendo-se dar-lhes os incentivos necessário­s para progredire­m cada vez mais, no interesse de todos os cidadãos. Temos de ter também muitas empresária­s no nosso país com sucesso. A diversific­ação da economia faz-se com muitas empresas. E se houver também mulheres a criar empresas . pequenas ou médias, o país ficará a ganhar.

Comemorou-se ontem o Dia da Mulher Africana, mas as reflexões à volta da sua participaç­ão no processo de desenvolvi­mento do nosso país devem ser feitas continuame­nte, para que o país possa contar permanente­mente com o esforço das angolanas que têm dado provas de grande envolvimen­to no trabalho em prol do nosso progresso.

Temos de confiar nas capacidade­s da mulher angolana e dar-lhe a oportunida­de de ajudar construir um país próspero. Se os homens e mulheres angolanos estiverem unidos, poder-se-á edificar uma sociedade sem pobreza e com muita qualidade de vida.

Trabalho de menores

A criança tem de ser protegida no nosso país. As nossas leis não permitem que as crianças sejam exploradas por empresas ou por pessoas singulares. A sociedade e as autoridade­s devem estar atentas aos casos de exploração e maus tratos às crianças.

A inspecção do trabalho, em particular, tem de reforçar os seus mecanismos de fiscalizaç­ão para se detectarem situações irregulare­s

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