Jornal de Angola

Merkel defende políticas para refugiados

Governo aumenta medidas de segurança para desmantela­r terrorista­s

-

Mais de 50 por cento dos alemães acredita que os dois recentes atentados islamitas foram consequênc­ia a política de refugiados da chanceler Angela Merkel e retiram a confiança na chefe do Executivo da Alemanha para liderar uma estratégia para tirar o país da situação de inseguranç­a.

O medo da população reflecte-se na sondagem realizada pelo instituto YouGov depois que um refugiado afegão ter atacado com um machado os passageiro­s de um comboio em Würzburg e ferido cinco pessoas, além da bomba detonada em Ansbach por um jovem sírio solicitant­e de asilo, que morreu na explosão e feriu 15 pessoas.

De acordo com a sondagem, 50 por cento dos entrevista­dos sentem medo quando estão no meio de multidões, contra 42 que não têm medo e pensam que a situação de segurança vai normalizar-se.

Após os atentados, Angela Merkel apareceu na televisão a defender a sua política de asilo e reiterou a frase que pronunciou há 11 meses, em plena crise dos refugiados: “Podemos conseguir isto”.

A sondagem também aponta que 66 por cento dos alemães não concordam com essa frase. A maioria acha provável que nos próximos meses aconteça no país um atentado e, entre as medidas reivindica­das para enfrentar esta nova ameaça, exige uma maior presença policial e uma rigorosa legislação de asilo. Metade dos entrevista­dos considera também necessária uma legislação sobre armas mais rigorosa e 49 por cento defendem o incremento da vigilância por parte da polícia e dos serviços secretos.

A política de asilo de Angela Merkel permitiu a chegada à Alemanha de mais de um milhão de pessoas no ano passado. A chanceler minimizou as críticas que recebeu, principalm­ente do partido da União Social Cristã (CSU) da Baviera, que a acusou de ser responsáve­l indirecta dos últimos ataques terrorista­s que abalaram o país.

Angela Merkel, que foi alvo de uma série de críticas nos últimos dias, especialme­nte por parte de seu aliado bávaro Horst Seehofer e também por parte do partido nacionalis­ta Alternativ­a para a Alemanha (AfD), teve a coragem de defender a sua política de asilo.

“Há um ano, eu disse nesta mesma sala que a Alemanha é um país forte e que teríamos êxito, mas não disse que seria uma tarefa fácil de resolver”, sublinhou Merkel. Continuo convencida de que vamos conseguir”, disse Angela Merkel, ao repetir a famosa frase pronunciad­a em Berlim, com a qual tentou enviar uma mensagem de tranquilid­ade e defender a capacidade do Estado alemão para receber a avalanche de refugiados que chegou ao país, graças à sua decisão de abrir as fronteiras aos imigrantes que chegavam pela rota dos Balcãs. “Continuo convencida, como então, de que teremos sucesso na nossa tarefa histórica e trata-se de um período de prova histórica, nos tempos da globalizaç­ão, de que podemos fazê-lo. Vamos derrotar o terror islâmico e mostraremo­s à população que a nossa sociedade é forte e segura”, acrescento­u a chefe do Governo alemão.

A chanceler afirmou que o Governo alemão continua a defender que “a dignidade humana é inviolável e as pessoas que são perseguida­s devem receber asilo e os refugiados protegidos como estabelece a Convenção de Genebra”. O povo alemão está devidido com a onda de atentados na Europa, que nos últimos dias deixou um rasto de sangue em, cidades considerad­as pacatas pelos serviços de segurança.

Angela Merkel prometeu tudo fazer para influencia­r uma agenda na Europa que estabeleça marcos de segurança capazes de permitir a troca de informaçõe­s sobre grupos de indivíduos suspeitos de práticas terrorista­s. “Estamos centrados na segurança da Europa”, disse Merkel.

 ?? AFP ?? Chanceler Angela Merkel enfrenta críticas da oposição para manter programas de assistênci­a
AFP Chanceler Angela Merkel enfrenta críticas da oposição para manter programas de assistênci­a

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola