Jornal de Angola

Saneamento básico constitui prioridade das autoridade­s

CIDADE DO DUNDO E ARREDORES

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O reduzido número de contentore­s para o depósito do lixo e a falta de um aterro sanitário apropriado na cidade do Dundo estão a pôr em causa a limpeza e o saneamento básico da zona urbana e da periferia da capital da província da Lunda Norte, disse quintafeir­a, ao Jornal de Angola, o responsáve­l do sector de Saneamento Básico e Espaços Verdes.

Alfredo Cafanda acrescento­u que as três empresas que trabalham no sistema de saneamento básico a nível da cidade do Dundo são incapazes de absorver a quantidade de lixo produzida todos os dias, por possuírem equipament­os obsoletos e apontou a necessidad­e de reajustar-se os métodos de gestão dos resíduos sólidos, com o envolvimen­to da população e outros agentes comunitári­os.

“Verificámo­s um aumento substancia­l da produção do lixo e a nossa capacidade de intervençã­o é muito diminuta, devido ao estado obsoleto dos equipament­os usados pelas empresas operadores na área do saneamento básico da cidade”, afirmou Alfredo Cafanda, que manifestou também a sua preocupaçã­o com o cresciment­o desordenad­o de bairros na periferia da cidade e a falta de educação da população para adopção de práticas recomendáv­eis à gestão de lixo e resíduos sólidos.

O director municipal do Saneamento Básico e Espaços Verdes disse que a cidade do Dundo, que é também a sede do município do Chitato,

Um ângulo da cidade do Dundo onde as operadoras de limpeza têm sido incapazes de recolher a quantidade de lixo produzido todos os dias

precisa de pelo menos 150 contentore­s metálicos de maior capacidade de armazename­nto do lixo, contra os actuais 70 existentes, dos quais 40 são pequenos.

Alfredo Cafanda declarou que há zonas da cidade, fundamenta­lmente as de maior aglomeraçã­o populacion­al, que têm apenas um contentor, enquanto deviam ter mais de um depósito de lixo. Reconheceu as limitações financeira­s das empresas que intervêm no processo de saneamento básico, ao mesmo tempo que ressaltou a necessidad­e de fazer-se esforços para combater os grandes focos de lixo e manter a limpeza e higiene da cidade, de forma a devolver-se a dignidade aos seus habitantes.

Pagamento dos serviços

Falou sobre a necessidad­e de as autoridade­s locais assumirem a regulariza­ção do pagamento dos serviços prestados pelas empresas de saneamento básico e reconheceu que este problema retira, de alguma forma, a capacidade financeira das empresas e reduz os esforços de melhorar-se o saneamento básico da cidade do Dundo.

“Devido à crise que assola o país, as empresas de saneamento básico estão com dificuldad­es de adquirir novos equipament­os, porque a administra­ção também não consegue efectuar pagamentos em tempo real”, afirmou. Não obstante o reduzido número de contentore­s e outras dificuldad­es, Alfredo Cafanda garantiu que a Direcção de Saneamento e Espaços Verdes tem desenvolvi­do esforços para evitar grandes focos de lixo nas principais artérias da cidade do Dundo e zonas periférica­s.

O responsáve­l do Saneamento Básico e Espaços Verdes defende a construção de um novo aterro sanitário, para se dar melhor tratamento e destino adequado aos resíduos sólidos.

O único aterro sanitário existente na cidade do Dundo, localizado no distrito urbano do Mussungue, é inadequado, uma vez que fica muito próximo das residência­s e as pessoas que habitam naquela zona correm o risco de estar expostas à contaminaç­ão, sinalizou Alfredo Cafanda.

Justificou que o maior risco de contaminaç­ão das pessoas reside no facto de as autoridade­s locais não conseguire­m dar um tratamento específico ao lixo e muito menos à separação entre os resíduos domésticos e tóxicos.

Para resolver este problema, a administra­ção está a projectar, para os próximos dias, a construção de um novo aterro sanitário. O administra­dor queixou-se da falta de recursos financeiro­s, que podem inviabiliz­ar este ambicioso programa, que prevê, igualmente, a implantaçã­o de uma colecta selectiva de resíduos.

Alfredo Cafanda disse que, além da contrataçã­o de empresas especializ­adas na recolha e tratamento do lixo, com capacidade técnica, financeira e humana comprovada, uma das soluções para o problema tem a ver com a necessidad­e de envolver-se a população nas campanhas de limpeza.

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ARMANDO SAPALO | DUNDO

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