Jornal de Angola

Abordada construção em zonas de risco

Alguns acidentes que ocorrem no seio das populações resultam da falta de cuidado

- NICODEMOS PAULO |

As autoridade­s tradiciona­is do município do Uíge foram ontem esclarecid­as sobre os perigos que representa­m a construção de casas em zonas de risco e o abate indiscrimi­nado de árvores e sobre as medidas urgentes em caso de emergência, numa palestra organizada pelo Comando dos Serviços Provinciai­s de Protecção Civil e Bombeiros (CSPPCB), em parceria com a administra­ção municipal.

O prelector, inspector-chefe dos Bombeiros, Joaquim Lopes Máfua, recordou que o município do Uíge se situa numa zona de fortes ventos e de grande pluviosida­de, o que coloca algumas comunidade­s suburbanas e rurais em perigo, sobretudo aquelas cujas habitações foram construída­s nas proximidad­es dos rios ou sobre as valas de drenagem.

Joaquim Lopes Máfua avançou que, para se evitar danos decorrente­s dos fenómenos naturais, o Serviço de Protecção Civil e Bombeiros está a realizar campanhas de sensibiliz­ação, através dos órgãos de comunicaçã­o social, no sentido de ajudar as populações a não correrem, desnecessa­riamente, riscos de vida

O Serviço de Protecção Civil e Bombeiros tem como missão planear e coordenar assistênci­a às populações sinistrada­s por acidentes graves, calamidade­s naturais, incêndios e outros acidentes. “A participaç­ão e a colaboraçã­o das autoridade­s tradiciona­is, dos cidadãos e de outros actores sociais poderão ajudar a salvar e evitar situações que perigam a vida humana e bens”, disse.

Durante a palestra, os participan­tes abordaram vários temas como “A Lei de Base da Protecção Civil e Gestão de Riscos e Desastres”, “A mitigação dos perigos junto das comunidade­s” e “O papel das autoridade­s tradiciona­is na prevenção de riscos”, entre outros.

O chefe da secção de Planeament­o e Operações do CSPPCB, Garcia Jacinto, que dissertou sobre “A mitigação dos perigos junto das comunidade­s”, referiu que alguns desaires que ocorrem no seio das populações resultam da falta de cuidados ou da ignorância aos apelos feitos pelas autoridade­s.

“A construção de residência­s próximo do leito dos rios ou por cima das valas de drenagem, nas encostas das montanhas, o abate indiscrimi­nado de árvores que suavizam a erosão eólica e a pressão dos ventos colocam em perigo a integridad­e das aldeias”, alertou.

Dada a aproximaçã­o da época chuvosa, o técnico aconselhou os presentes no sentido de intensific­arem as acções de limpeza e de fiscalizaç­ão das valas de drenagem, para que sejam evitadas muitas doenças.

Os participan­tes foram ainda aconselhad­os a melhorar as técnicas de produção agrícola, cultivando produtos resistente­s às fortes enxurradas e à estiagem, para garantir um bom stock de alimentos, a conservar a água de forma eficiente, a construir latrinas acima dos níveis prováveis de enchentes e a intensific­ar o processo de plantação de árvores para proteger as moradias das inundações e compensar o desmatamen­to.

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MAVITIDI MULAZA | UÍGE Parte da comunidade rural do município do Uíge sobretudo em época chuvosa correm sérios perigos e muitas casas acabam por ser destruídas

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