Universidade aposta na investigação e na inovação
Objectivo é reforçar a protecção de espécies da fauna e da flora em vias de extinção
A Universidade José Eduardo dos Santos (UJES) vai reforçar a aposta na investigação e inovação, em todos os sectores do saber, com realce para as actividades rurais, como a agropecuária, estudo de plantas medicinais e recuperação de espécies em vias de extinção na província do Huambo.
O reitor da maior Universidade Pública da região, Cristóvão Simões, que falava na terça-feira durante a cerimónia de outorga de certificados e diplomas de licenciatura a 2.177 finalistas graduados entre 2013 e 2015, afirmou que a Universidade José Eduardo dos Santos tem como prioridade a aposta na pesquisa e inovação, nos sectores virados para as actividades rurais e agropecuárias, estudos botânicos, com a criação de herbários de plantas medicinais, espécies endémicas e de espécies ameaçadas.
Cristóvão Simões disse que a Universidade José Eduardo dos Santos vai virar a suas acções para a comunidade, privilegiando para isso a troca de experiências com as suas congéneres no país e no estrangeiro.
Afirmou que a Universidade José Eduardo dos Santos vai ainda privilegiar a formação de quadros com perfil profissional, altamente qualificados e responsáveis, nas diferentes áreas de saber, com habilidades de investigar e prestar serviços à comunidade.
A nível internacional, Cristóvão Simões realçou que a Universidade José Eduardo dos Santos vai assinar protocolos e acordos de cooperação com os países que têm relações com Angola, para reforçar o desenvolvimento académico, económico, social e cultural da V Região Académica.
O reitor defendeu a igualdade de condições de acesso às instituições académicas, transparência na gestão dos recursos, respeito pelas leis nacionais e internacionais e aplicação da justiça social.
Cristóvão Simões referiu que a província do Huambo e a região em geral é fértil na produção de ciência, conhecimentos sobre a tecnologia da agricultura, saúde, indústria e outros, por isso a Universidade José Eduardo dos Santos precisa de afirmar-se e dar muito mais em prol do desenvolvimento do país em geral e da região em particular.
Do grupo de finalistas que receberam na terça-feira diplomas e certificados figuram 800 profissionais das ciências da saúde, licenciados em informática, electrónica, telecomunicações, ciências agrárias e medicina veterinária.
Por cursos, a distribuição de diplomas e certificados obedeceu à seguinte ordem: 180 engenheiros agrónomos, 14 engenheiros florestais, 23 para o curso de Direito, Gestão de Empresas 97, Contabilidade de Auditoria 20, Medicina Humana 117, Medicina Veterinária 101. Receberam também certificados e diplomas 264 finalistas do curso de
Enfermagem, 138 finalistas do curso de Análises Clínicas, Electromedicina com 82, Electrónica e Telecomunicação com 134 e 125 nos cursos de Informática e Computadores, enquanto para o curso de Arquitectura receberam 15 finalistas.
Cristóvão Simões frisou que não se pode crescer sem a promoção efectiva e activa dos quadros, tendo referido que, nesta fase de crescimento, a universidade está fundamentalmente direccionada à produção de bens e serviços competitivos.
“Queremos que o conhecimento científico e técnico se expandam e que todos os angolanos tenham acesso, quer nas escolas e academias universitárias como noutros serviços públicos”, afirmou, acrescentando que do programa do Executivo consta, entre as prioridades, a capacitação de jovens do ensino médio e superior, para que possam constituir as suas empresas.
“A formação de quadros técnicos diferenciados e eficazes é uma componente estratégica essencial do processo de reconstrução nacional em curso, e, neste processo, as universidades desempenham um papel fundamental”, disse o reitor.
O vice-governador provincial para o Sector Económico, Joaquim Rodrigues, presente no acto, afirmou que o Executivo continua a reforçar a formação adequada dos estudantes, por serem os futuros dirigentes do país.
A expansão do ensino superior em todo o país é um facto indiscutível, por isso, prosseguiu, vai continuar a ser uma das prioridades. “Isto quer dizer que temos que apostar cada vez mais na qualificação e capacitação dos nossos estudantes, com cursos de licenciatura, mestrado e doutoramento no país ou no exterior. “A UJES cumpriu com mais um objectivo de formação de quadros técnicos qualificados, nas diversas áreas do saber, dotados de conhecimentos científicos e técnicos, que lhes permitam interagir com os outros quadros e transformar o meio ambiente local, para a melhoria das condições de vida das populações, bem como preservar o meio ambiente, visando a promoção de um planeta saudável, combatendo a desertificação.
Ivo Viegas, licenciado em Medicina, elogiou o empenho do Executivo, no âmbito do plano de formação de quadros, com a participação de professores nacionais e repatriados.
A Universidade José Eduardo dos Santos, com sede no Huambo, foi criada em 2009, no quadro do decreto 7/9 de 12 de Maio do Conselho de Ministros, que estabelece a reorganização da rede de instituições de ensino superior público, a criação de novas instituições de ensino superior e o redimensionamento da Universidade Agostinho Neto, até então a única Universidade pública em funcionamento no país.
Afecta à Quinta Região Académica de Angola, abarca as províncias do Bié e Moxico e inclui as Faculdades de Ciências Agrárias, Medicina Humana, Medicina Veterinária, Economia e Direito, todas na província do Huambo, assim como o Instituto Superior Politécnico.
Na província do Bié está em funcionamento a Escola Superior Politécnica, tal como na província do Moxico. A Universidade tem uma população estudantil estimada em 12.460 discentes.
Na província do Huambo estão em funcionamento seis unidades orgânicas da UJES, que comportam as faculdades de Medicina Humana e Veterinária, Ciências Agrárias, Direito, Economia e o Instituto Superior Politécnico, com 15 cursos de licenciatura e cinco de mestrado.