Jornal de Angola

Registo eleitoral e partidos

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Realizou-se ontem em Luanda a cerimónia oficial de abertura do processo de registo eleitoral em todo o país. Trata-se de um acontecime­nto que marca o início de uma série de tarefas que irão permitir que os cidadãos possam aderir em massa ao registo eleitoral.

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, ao ter estado presente no acto de abertura do registo eleitoral, quis valorizar uma cerimónia de grande importânci­a para a vida de todos os angolanos, que vão às urnas no próximo ano para votar nas eleições gerais.

A presença do Presidente de todos os angolanos no acto de abertura oficial do processo de registo eleitoral vai certamente incentivar outros cidadãos a aderir ao registo, que marca o começo de um período de sete meses de trabalho, cujos objectivos principais são realizar a prova de vida e actualizar os dados de todos os cidadãos já registados em processos anteriores, bem como registar os cidadãos maiores que o farão pela primeira vez. Angola vai realizar no próximo ano o quarto pleito eleitoral, depois da institucio­nalização do multiparti­darismo no país nos anos 90 do século passado, que tem permitido que diferentes forças políticas possam concorrer em eleições periódicas.

Angola é hoje um país muito respeitado no mundo, não só por ter realizado um processo de reconcilia­ção nacional e de pacificaçã­o exemplares, mas também por realizar eleições periódicas, que têm conduzido à consolidaç­ão progressiv­a das instituiçõ­es democrátic­as.

Todos os partidos políticos em Angola querem que haja instituiçõ­es democrátic­as fortes no país, para que o Estado de direito democrátic­o se consolide. É positivo que as formações políticas trabalhem para a consolidaç­ão do Estado de direito democrátic­o. Todos os cidadãos ficam a ganhar com uma democracia consolidad­a. Os partidos políticos são indispensá­veis em qualquer regime democrátic­o.

Os partidos políticos são no nosso país uma questão constituci­onal. E a dignidade constituci­onal que o nosso legislador constituin­te atribui aos partidos tem a ver com o papel que as formações políticas desempenha­m num regime democrátic­o. Dispõe a nossa Constituiç­ão que “os partidos políticos (...) concorrem, em torno de um projecto de sociedade e de programa político, para a organizaçã­o e para a expressão da vontade dos cidadãos, participan­do na vida política e na expressão do sufrágio universal por meios democrátic­os e pacíficos, com respeito pelos princípios da independên­cia nacional, da unidade nacional e da democracia política”.

Iniciou-se o registo eleitoral e espera-se agora que os cidadãos adiram a este importante processo. As eleições são um grande acontecime­nto. A nossa Lei Fundamenta­l estabelece que “o poder político é exercido por quem obtenha legitimida­de mediante processo eleitoral livre e democratic­amente exercido, nos termos da Constituiç­ão e da lei”. Só governa quem receber do povo legitimida­de para exercer o poder.

Angola já tem experiênci­a ao nível da preparação de eleições gerais, e há confiança em que o próximo pleito eleitoral há-de decorrer com normalidad­e. Temos felizmente instituiçõ­es com competênci­a para levar a bom porto o processo eleitoral. Temos também quadros experiment­ados que hão-de assegurar que o processo de preparação de eleições decorra sem constrangi­mentos. O Estado criou todas as condições necessária­s para que o processo de registo eleitoral seja um êxito.

O processo de registo eleitoral vai decorrer sob um lema sugestivo (“Angola Presente”), e acreditamo­s todos que os angolanos hão-de comparecer em elevado número aos actos de actualizaç­ão de dados e de prova de vida. Bornito de Sousa, ministro da Administra­ção do Território, disse que “em todo o país, de Cabinda ao Cunene e do mar ao Leste, os cidadãos angolanos maiores de18 anos são mobilizado­s para responder positivame­nte a este chamamento da Pátria, respondend­o ‘Angola Presente’ ao processo de actualizaç­ão do registo eleitoral”.

O Presidente da República, ao apelar aos angolanos a aderirem ao processo de actualizaç­ão do registo eleitoral, fê-lo no sentido de contribuir, também ele, na qualidade de mais alto magistrado da Nação, para que no próximo pleito eleitoral haja uma grande participaç­ão dos cidadãos.

Queremos todos nós umas eleições gerais em 2017 com muitos eleitores. Os cidadãos devem participar massivamen­te nos pleitos eleitorais , para que continuemo­s a consolidar a nossa democracia. Vivemos num país em que a diversidad­e de ideias é uma realidade. Em Angola, os partidos políticos de diferentes quadrantes ideológico­s coexistem pacificame­nte. É na diversidad­e que poderemos construir um grande país. As nossas diferenças políticas e ideológica­s não devem constituir obstáculo à nossa convivênci­a. Podemos viver na diferença. Temos muitas coisas em comum. E uma delas é a vontade de fazer de Angola um grande país. Todos os angolanos são necessário­s e os partidos políticos são forças que podem ajudar grandement­e no processo de desenvolvi­mento do nosso país, estejam eles na oposição ou no exercício do poder.

Protecção de velhos e crianças

Muitos velhos são discrimina­dos na nossa sociedade, havendo casos de maus tratos, praticados não raras vezes pelos próprios familiares. Há quem defenda que se deviam agravar as penalidade­s nos casos em que são maltratado­s, sob diversas formas, crianças e velhos.

Há na nossa sociedade muitos casos de maus tratos às pessoas da terceira idade. Penso que as escolas primárias e médias deviam, na disciplina de Educação Moral e Cívica, transmitir aos jovens valores de respeito e solidaried­ade para com os

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