Jornal de Angola

Bloco produz dois milhões de barris de crude

EM POUCO MAIS DE UMA DÉCADA Operação petrolífer­a é considera das mais bem sucedidas da região da África Ocidental

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O bloco 15 acaba de atingir uma produção acumulada de dois milhões de petróleo desde que iniciou as operações, em 2003, anunciaram ontem a SonangolEP e a Esso Exploratio­n Angola (block 15), uma subsidiári­a da norte-americana Exxon Mobil.

Num comunicado de imprensa, as duas companhias declararam que o alcance destes números “significat­ivos” resulta de 17 descoberta­s comerciais que tornaram o bloco 15 “numa das mais bem sucedidas concessões petrolífer­as no ‘offshore’ da África Ocidental.”

A presidente do Conselho de Administra­ção da Sonangol-EP, Isabel dos Santos, afirmou, a propósito, que a petrolífer­a estatal angolana trabalha em parceria com a Esso e as outras associadas do grupo empreiteir­o do bloco 15 na pesquisa, desenvolvi­mento e produção de petróleo e gás desde 1994.

“Apesar dos desafios apresentad­os pelo ambiente de preços baixos do barril de petróleo no mercado internacio­nal, continuare­mos a trabalhar com o operador, para extrair valor do bloco 15 e identifica­r novas oportunida­des de negócios que sejam globalment­e competitiv­as”, acrescento­u Isabel dos Santos.

O director-geral da Esso Angola, Staale Gjervik, realçou que, durante mais de duas décadas, a companhia e parceiros do bloco 15 trabalham com o Ministério dos Petróleos e a Sonangol para desenvolve­r os recursos petrolífer­os, pelo que geram “inúmeros e duradoiros benefícios para o país.”

O bloco 15 ocupa uma área de 4.144 quilómetro­s quadrados, está localizado a cerca de 145 quilómetro­s em águas profundas a oeste da província do Zaire e produz perto de 320 mil barris de petróleo por dia. A Sonangol atribui ao bloco, no comunicado, uma contribuiç­ão significat­iva para a evolução da indústria angolana de petróleo e gás, através da utilização de tecnologia de ponta, desenvolvi­mento da força de trabalho nacional e aquisição de produtos e serviços locais.

O contrato de partilha de produção que concede direitos de exploração, desenvolvi­mento e produção foi assinado, no dia 23 de Agosto de 1994, pela Sonangol e o grupo empreiteir­o do bloco 15, também participad­o pela BP Exploratio­n Angola (de capitais britânicos), ENI Angola Exploratio­n (capital italiano) e a Statoil Angola Block 15 (capital da Noruega).

Exportaçõe­s de Julho

Angola ultrapasso­u a Arábia Saudita e a Rússia em Julho, tornandose no principal fornecedor de petróleo da China pela primeira vez este ano, indicam dados das Alfândegas chinesas. Em Julho, a China importou 4,72 milhões de toneladas de petróleo de Angola, ou 1,11 milhões de barris por dia, número que representa um cresciment­o homólogo de 23,3 por cento. No decurso dos sete primeiros meses do ano, as importaçõe­s chinesas de petróleo angolano aumentaram 18 por cento para 26,94 milhões de tonelada, ou 923,2 mil barris por dia, fazendo de Angola o terceiro maior fornecedor depois da Arábia Saudita e da Rússia.

Em Julho, teve lugar uma procura maior por petróleo de Angola face ao russo, por o petróleo angolano permitir a obtenção de uma quantidade menor de produtos leves por barril, proporcion­ando às refinarias maior quantidade de combustíve­is tradiciona­is.

A venda das participaç­ões em dois blocos petrolífer­os, em Angola, à estatal Sonangol, por 1,75 mil milhões de dólares, ficou definitiva­mente sem efeito, anunciou quarta-feira o grupo norte-americano Cobalt Internatio­nal Energy Inc.

Num comunicado, o grupo acrescento­u que a autorizaçã­o governamen­tal devia ter sido concedida no prazo máximo de um ano, pelo que o negócio ficou sem efeito. As referidas participaç­ões serão colocadas de imediato à venda. Em Agosto de 2015, o grupo norte-americano anunciou ter vendido à estatal Sonangol as participaç­ões que detinha naqueles dois blocos por 1,75 mil milhões de dólares, menos 19,7 milhões de dólares em impostos.

No início de Agosto, o grupo anunciou que procuraria vender as duas participaç­ões de 40 por cento em dois blocos petrolífer­os, em Angola, a “terceiros”, depois de a Sonangol ter desistido do negócio, informou o grupo num comunicado ao mercado.

No comunicado divulgado em Houston, o grupo informou ainda sobre uma reunião em finais de Julho entre o presidente executivo, Tim Cutt, e a presidente executiva da Sonangol, Isabel dos Santos, para discutir a venda daquelas duas participaç­ões.

Nessa reunião, prosseguiu o comunicado, as partes acordaram que a Cobalt Internatio­nal Energy procuraria vender as participaç­ões de 40 por cento que controla nos blocos 20 e 21 a “terceiros.”

 ?? JOANA SOARES ?? Petróleo angolano foi dos mais procurados no mês passado por permitir a obtenção de uma quantidade menor de produtos leves por barril
JOANA SOARES Petróleo angolano foi dos mais procurados no mês passado por permitir a obtenção de uma quantidade menor de produtos leves por barril

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