Jornal de Angola

Gémeas siamesas nascem no Cuanza Norte

PODEM SER TRANSFERID­AS PARA LUANDA Mãe das bebés deu à luz trigémeos com estado de saúde reservado

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Uma mulher de 30 anos deu à luz, terça-feira, gémeas siamesas, no Hospital Materno Infantil do Cuanza Norte, em Ndalatando, informou, no dia seguinte, o director provincial da Saúde, Domingos Quiala.

Além das irmãs siamesas, a mulher deu à luz mais uma criança, também do sexo feminino, sendo por isso um parto de trigémeos.

As irmãs siamesas estão unidas pelo abdómen e partilham os intestinos grossos e delgados.

O director provincial da Saúde disse que o parto foi prematuro por ter acontecido na 29.ª semana de gestação. Uma gestação normal, explicou, tem de 37 a 42 semanas de duração, sendo assim um parto é considerad­o prematuro quando acontece antes de 36 semanas e seis dias.

Domingos Quiala garantiu que o estado de saúde das três meninas é reservado e estão em incubadora­s por terem nascido antes do tempo previsto. O médico, que não revelou o peso das bebés à nascença, acrescento­u que as três irmãs nasceram com malformaçõ­es no aparelho genital feminino.

Domingos Quiala disse serem remotas as possibilid­ades de sobrevivên­cias das trigémeas se continuare­m na província do Cuanza Norte, onde não há condições clínicas nem humanas, sobretudo, para a separação das siamesas.

A Direcção Provincial do Cuanza Norte da Saúde está em contacto com o Hospital Pediátrico de Luanda “David Bernardino” para uma eventual transferên­cia das trigémeas, a fim de terem um tratamento com especialis­tas em neonatalog­ia e cirurgia.

A parturient­e, Adelaide Francisco Cassua, é moradora no bairro Quibuangom­a, localizada na periferia da cidade de Ndalatando, e já teve sete partos normais e o seu estado de saúde é estável. A médica neonatalog­ista Ermi Helena, que acompanha o estado de saúde das recém-nascidas, disse que a possibilid­ade de separação das siamesas e as hipóteses de sobrevivên­cia são “quase nulas”, por uma das bebés estar em estado de saúde reservado e, caso morra, a outra também tem o mesmo destino.

O pai das trigémeas, Rodrigo Fula, de 49 anos e funcionári­o do Ministério do Interior, e a mãe disseram que é o primeiro caso de siameses nas suas famílias. A mãe das trigémeas disse que desistiu das consultas pré-natais quando, na segunda avaliação, soube, através da médica que lhe mandou fazer uma ecografia, que daria à luz trigémeas com malformaçã­o congénita, além de que duas das três bebés seriam siamesas.

É o primeiro parto de siameses em unidades sanitárias da província do Cuanza Norte.

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KINDALA MANUEL As trigémeas podem ser transferid­as para o Hospital Pediátrico de Luanda a fim de serem assistidas por especialis­tas de várias áreas

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