Debilidades do ensino identificadas
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
O ministro da Educação reconheceu ontem, na cidade de Luanda, que um dos maiores desafios do ensino primário em Angola é assegurar a qualidade do ensino e aprendizagem.
Mpinda Simão, que falava à comunicação social no final de um seminário sobre “Desafios do ensino primário angolano”, apontou factores básicos, como o saber ler, escrever e calcular, como premissas que devem ser salvaguardadas numa escola de nível primário.
Sobre a qualidade do ensino, o titular da pasta da Educação disse que estão a ser criadas condições para que, “nos outros patamares do edifício, também haja garantia de qualidade” e acentuou que também estão a ser feitos esforços para que a maior parte da população tenha acesso à escola primária. Mpinda Simão afirmou que já existe um elevado número de alunos no Sistema de Ensino, embora haja uma parte da população sem acesso à escola, um número que ronda os 20 por cento.
A uma pergunta sobre como garantir a qualidade, o ministro da Educação respondeu que, para os que já estão na escola é preciso que tenham aprendizagem de qualidade, que passa por saber ler, escrever e calcular.
O ministro da Educação salientou que o processo de aprendizagem é um sistema dinâmico, que está ligado aos acontecimentos e à evolução das práticas, daí ser recomendável que se reflicta sobre o que está a ser feito, assegurando que os resultados sejam os mais apropriados possíveis. O sistema educativo, acrescentou, é construído para preparar o cidadão, que deve ter saberes, conhecimentos e competências de qualidade. “Sabemos que a aprendizagem é construída numa estrutura piramidal, que, chegado ao topo, permite às pessoas reconhecimento e saber, mas essa pirâmide tem na base o ensino primário”, frisou o ministro Mpinda Simão.
Experiências e reflexões
O ministro da Educação reconheceu existirem algumas fragilidades no sistema de ensino e disse que a realização do seminário tem como objectivo ouvir experiências e reflexões que possam indicar caminhos para a construção e o enriquecimento de um programa que já está a ser aplicado para que haja um sistema mais eficaz e eficiente.
Mpinda Simão garantiu que o sector da Educação trabalha para que das escolas não saiam alunos que não tenham alcançados os objectivos mínimos de qualquer cidadão que frequenta uma sala de aula.
“É verdade que todos não têm as mesmas habilidades, mas cada um, no seu contexto, deve ser ajudado para, no mínimo, dar a sua contribuição”, declarou o ministro Mpinda Simão. Sobre a competência dos professores, o ministro afirmou que “a qualidade não é algo abstracto, mas sim um produto que precisa de um conjunto de factores para a sua produção”.
Currículos e manuais
Em seu entender, a qualidade dos currículos, a avaliação, manuais e outros factores que intervêm na transmissão de conhecimento são os que apresentam a mudança numa sala de aula.
O ministro da Educação afirmou que é preciso que se trabalhe mais para a identificação das debilidades no ensino primário.