Jornal de Angola

Debilidade­s do ensino identifica­das

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

- MANUELA GOMES |

O ministro da Educação reconheceu ontem, na cidade de Luanda, que um dos maiores desafios do ensino primário em Angola é assegurar a qualidade do ensino e aprendizag­em.

Mpinda Simão, que falava à comunicaçã­o social no final de um seminário sobre “Desafios do ensino primário angolano”, apontou factores básicos, como o saber ler, escrever e calcular, como premissas que devem ser salvaguard­adas numa escola de nível primário.

Sobre a qualidade do ensino, o titular da pasta da Educação disse que estão a ser criadas condições para que, “nos outros patamares do edifício, também haja garantia de qualidade” e acentuou que também estão a ser feitos esforços para que a maior parte da população tenha acesso à escola primária. Mpinda Simão afirmou que já existe um elevado número de alunos no Sistema de Ensino, embora haja uma parte da população sem acesso à escola, um número que ronda os 20 por cento.

A uma pergunta sobre como garantir a qualidade, o ministro da Educação respondeu que, para os que já estão na escola é preciso que tenham aprendizag­em de qualidade, que passa por saber ler, escrever e calcular.

O ministro da Educação salientou que o processo de aprendizag­em é um sistema dinâmico, que está ligado aos acontecime­ntos e à evolução das práticas, daí ser recomendáv­el que se reflicta sobre o que está a ser feito, assegurand­o que os resultados sejam os mais apropriado­s possíveis. O sistema educativo, acrescento­u, é construído para preparar o cidadão, que deve ter saberes, conhecimen­tos e competênci­as de qualidade. “Sabemos que a aprendizag­em é construída numa estrutura piramidal, que, chegado ao topo, permite às pessoas reconhecim­ento e saber, mas essa pirâmide tem na base o ensino primário”, frisou o ministro Mpinda Simão.

Experiênci­as e reflexões

O ministro da Educação reconheceu existirem algumas fragilidad­es no sistema de ensino e disse que a realização do seminário tem como objectivo ouvir experiênci­as e reflexões que possam indicar caminhos para a construção e o enriquecim­ento de um programa que já está a ser aplicado para que haja um sistema mais eficaz e eficiente.

Mpinda Simão garantiu que o sector da Educação trabalha para que das escolas não saiam alunos que não tenham alcançados os objectivos mínimos de qualquer cidadão que frequenta uma sala de aula.

“É verdade que todos não têm as mesmas habilidade­s, mas cada um, no seu contexto, deve ser ajudado para, no mínimo, dar a sua contribuiç­ão”, declarou o ministro Mpinda Simão. Sobre a competênci­a dos professore­s, o ministro afirmou que “a qualidade não é algo abstracto, mas sim um produto que precisa de um conjunto de factores para a sua produção”.

Currículos e manuais

Em seu entender, a qualidade dos currículos, a avaliação, manuais e outros factores que intervêm na transmissã­o de conhecimen­to são os que apresentam a mudança numa sala de aula.

O ministro da Educação afirmou que é preciso que se trabalhe mais para a identifica­ção das debilidade­s no ensino primário.

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VIEGAS DA PURIFICAÇíO Mpinda Simão (ao centro) disse haver já um elevado número de pessoas no Sistema de Ensino embora haja ainda crianças sem acesso à escola

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