Pérolas regressam ao país
Depois de alcançar a classificação inédita nos Jogos Olímpicos disputados na cidade do Rio de Janeiro, onde ocupou o oitavo posto da tabela classificativa, a Selecção Nacional sénior feminina de andebol regressa hoje às 8h00, com o sentimento de dever cumprido.
Com o apuramento para os quartos-de-final dos Jogos, as Pérolas de África melhoraram todos os registos das anteriores participações na prova. Consequentemente, dignificaram o continente e mostraram que podem chegar longe, caso sejam criadas as condições para o efeito.
Inserido no Grupo A, com a Espanha, Noruega, Roménia, Montenegro e Brasil, o “sete” nacional às ordens de Filipe Cruz não se deixou intimidar pela experiência competitiva das adversárias na fase regular. Contra todas as expectativas, Angola começou o torneio de andebol a vencer a Roménia, por 23-19.
A Selecção Nacional comandou sempre o jogo, tendo a guarda-redes Teresa Almeida “Bá” como a principal figura do encontro. O triunfo diante das romenas motivou o grupo para os próximos desafios. No encontro com Montenegro, Angola triunfou por 27-25.
A concentração na parte final do desafio foi determinante para o "sete" nacional anulou as manobras da equipa contrária que se mostrou sem opções para inverter o marcador. No terceiro jogo do torneio, mais uma vez a Noruega cruzou o caminho de Angola. Depois do equilíbrio registado na primeira parte, na segunda as nórdicas foram superiores e determinaram o ritmo dos acontecimentos. A campeã do mundo triunfou por 30-20.
No encontro com a selecção anfitriã, as Pérolas deram a devida réplica, por isso as brasileiras precisaram se empenhar a fundo para sorrir no final do desafio. Angola perdeu frente ao Brasil por 24-28. Na última partida do grupo, as pupilas de Filipe Cruz saíram derrotadas diante da Espanha por 22-26.
Com a Rússia, jogo referente aos quartos-de-final, Angola foi vergada por 27-31 e encerrou a participação nos Jogos. Durante a competição mais emblemática do planeta, as Pérolas de África mostraram que com investimento e aposta séria na modalidade podem atingir outros patamares.
Por outro lado, ficou claro que os clubes têm feito um trabalho aturado na formação de atletas. De salientar que no andebol feminino Angola alcança os melhores resultados com técnicos nacionais. Em 2007 em França, sob o comando de Jerónimo Neto, a selecção ocupou a sétima posição no Campeonato do Mundo.
No Brasil em 2011, Angola terminou o Mundial no oitavo posto, com Vivaldo Eduardo. Na cidade do Rio de Janeiro, Filipe Cruz, apesar das contrariedades, alcançou o maior feito em Jogos Olímpicos.