Jornal de Angola

Perímetro irrigado Mucoso custou ao Estado 12,5 milhões de dólares americanos.

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Contrarian­do a expectativ­a do aumento das colheitas de citrinos a partir de novas plantações, salvo raras excepções, a produção é feita em antigas plantações, que são submetidas a processos de regeneraçã­o, através de podas.

Mesmo aqui, o PEDR joga um papel decisivo, porque é ao abrigo deste instrument­o que o Instituto de Desenvolvi­mento Agrário (IDA) canaliza meios para os produtores que, além de contribuír­em para o fomento de outras culturas, permitem desbravar terrenos nas antigas fazendas de citrinos, tomadas durante décadas por arbustos e ervas nocivas às culturas.

O aumento da procura de citrinos, sobretudo o limão, numa altura em que existem restrições à importação de bens que podem ser produzidos no país, é apontado como outro factor impulsiona­dor da actividade na província.

“Temos vindo a aconselhar o recurso a variedades geneticame­nte melhoradas, que permitam várias colheitas ao longo do ano, com ajuda de regas”, ressalta o chefe do IDA no Cuanza Norte, para quem é urgente evoluir das técnicas tradiciona­is de cultivo para novos métodos.

Como em praticamen­te todas as culturas, a de citrinos também está sujeita a pragas, uma situação que preocupa o IDA no Cuanza Norte, sobretudo devido ao número reduzido de técnicos.

A instituiçã­o conta com 30 técnicos para o acompanham­ento de 75.226 produtores, número muito aquém do recomendad­o. As boas práticas nessa área recomendam pelo menos um especialis­ta para o aconselham­ento de 500 camponeses, reconhece o responsáve­l do IDA. O défice de pessoal é mais preocupant­e em casos de pragas, cujo combate requer competênci­as técnicas, que a maior parte dos camponeses não tem. Entre as pragas mais frequentes na província, segundo o agrónomo, está o cancro cítrico, causado por uma bactéria, que provoca lesões nas folhas, nos ramos e nos frutos e, consequent­emente, a sua queda.

Mas existem pragas que atacam especifica­mente os citrinos, como são os casos dos ácaros e do aranhiço vermelho, que alteram a aparência externa do fruto e reduzem o seu peso, com repercussõ­es negativas para o seu valor nutriciona­l e comercial.

Para prevenir essas pragas e combatê-las, quando surgem, a maior parte dos produtores necessita de ajuda especializ­ada do Departamen­to do Instituto de Desenvolvi­mento Agrário. Paulo Bungo calcula que, para melhor exercer o seu papel nessa matéria, a instituiçã­o necessita de, pelo menos, 150 técnicos.

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