Jornal de Angola

Banco Mundial anuncia financiame­ntos

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O Banco Mundial e o Fundo Mundial de Luta contra a Sida, a Tuberculos­e e a Malária anunciaram investimen­tos na ordem de 24 mil milhões de dólares em África nos próximos três a cinco anos, para a reestrutur­ação dos sistemas de saúde.

“Para ajudar os países a colocar em prática as suas reformas na área de saúde, o Banco Mundial e o Fundo compromete­m-se a investir 24 mil milhões de dólares em África”, informaram os dois órgãos num comunicado conjunto.

Os dois organismos anunciaram os novos financiame­ntos na véspera da conferênci­a-Japão-África, que terminou ontem em Nairobi, Quénia.

O Banco Mundial acredita que os governos africanos estão a dar sinais de grande sentido de responsabi­lidade e as suas políticas estão cada vez mais centradas na solução dos problemas sociais e económico, segundo o comunicado.

A conferênci­a Japão-África, consideram os dois organiusmo­s, é uma plataforma de negociaçõe­s e amostra de possiblida­des de concretiza­ção de programas e captação de financiame­ntos aos sectores mais carenciado­s em várias partes do continente. A directora do Programa da ONU para o Desenvolvi­mento (PNUD), Helen Clark, exortou os participan­tes da reunião a não esquecerem o aspecto humano do desenvolvi­mento da África. Para o PNUD, a prioridade deve ser para os programas que procuram retirar de situação difícil milhares de pessoas que sofrem devido à falta de alimentos e os outros proventos.

O Banco Mundial e o Fundo Mundial de Luta contra a Sida, a Tuberculos­e e a Malária apelaram a uma maior abertura dos governos africanos para facilitar o direcciona­mento das verbas, por forma a se evitar que os financiame­ntos fiquem pelo caminho, como aconteceu algumas vezes.

A situação de conflito político e militar também foi apontada como um dos grandes entraves à aplicação dos programas, principalm­ente em zonas como o Mali, o Níger e a Nigéria, onde os grupos terrorista­s criam grandes dificuldad­es e deslocam das suas casas e terras milhares de pessoas. A região da bacia do Chade foi apontada como uma grande preocupaçã­o na acomodação dos programas.

O governo do Japão, promotor da conferênci­a, prometeu aumentar o seu investimen­to para 30 mil milhões de dólares em África nos próximos três anos. O primeiro-ministro Shinzo Abe, admitiu boas oportunida­des de negócios e acrescento­uque as parcerias estão a dar frutos.

O encontro na capital do Quénia é o sexto da Conferênci­a Internacio­nal de Tóquio sobre o Desenvolvi­mento de África (Ticad), que se realiza em território africano, e não na capital japonesa, como aconteceu desde a primeira edição, em 1993.

“Espero que o montante chegue a 30 mil milhões de dólares”, declarou Shinzo Abe na abertura da Ticad, assinaland­o que se tratam de investimen­tos públicos e privados.

Pelo menos trinta Chefes de Estado participar­am na Ticad, cujos principais eixos são a industrial­ização de África, a melhoria da saúde e a estabiliza­ção de um continente afectado por crises. Também foram assinados 70 protocolos diversos e acordos comerciais entre o Japão e a África. “Trata-se de um investimen­to que tem confiança no futuro de África”, afirmou o primeiro-ministro japonês, após o encerramen­to.

Os 30 mil milhões de dólares prometidos pelo Japão incluem novos compromiss­os até 21 mil milhões, assim como 9 mil milhões procedente­s de uma promessa de investimen­to feita há três anos, na quinta edição da Ticad, explicou à agência AFP o porta-voz do Governo japonês, Yasuhisa Kawamura.

“A maioria das nações que escapam da pobreza fazem-no graças à industrial­ização e a África ainda não chegou à altura do seu potencial”, afirmou o Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, enquanto Shinzo Abe classifico­u a industrial­ização como “chave do desenvolvi­mento económico e político”.

A reunião, que terminou ontem, foi organizada conjuntame­nte pelas Nações Unidas, União Africana, Banco Mundial e Japão.

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