Jornal de Angola

Teerão nega envio de mísseis aos huthis

Riade lançou vários ataques depois do fracasso das negociaçõe­s de paz

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O Irão negou ontem a afirmação dos Estados Unidos que acusa o país de enviar mísseis ao Iémen e disse que tais declaraçõe­s pretendem justificar o prolongame­nto da guerra.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, acusou o Irão de enviar mísseis e outras armas sofisticad­as ao Iémen, o que constitui “não apenas uma ameaça para a Arábia Saudita e a região, como também para os Estados Unidos”.

“Estas palavras são totalmente carentes de fundamento”, reagiu o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif. “O Irão reiterou várias vezes que a sua potência militar jamais será uma ameaça para nenhum país”, afirmou num comunicado.

A Arábia Saudita acusou o Irão de tentar desestabil­izar a região através dos rebeldes huthis do Iémen. O Gioverno de Riade lidera desde Março de 2015 uma coligação militar para apoiar o Presidente Abd Rabbo Mansour Hadi, expulso da capital pelos huthis.

Negociaçõe­s de paz

O conflito no Iémen já causou 6.600 mortos. Apoiado pela Arábia Saudita, o Governo exilado do Iémen disse no sábado que recebeu bem um plano acordado entre os Estados Unidos, países do Golfo Pérsico e as Nações Unidas para reiniciar negociaçõe­s de paz, com o objectivo de formar um governo de unidade nacional.As negociaçõe­s de paz incentivad­as pela ONU para pôr fim a 18 meses de conflito no Iémen, decorridas na Arábia Saudita, fracassara­m este mês e o movimento huthi, que conta com apoio do Irão, retomou os ataques.

O secretário de Estado norteameri­cano, John Kerry, disse que o conflito, no qual a Arábia Saudita lançou milhares de ataques aéreos em apoio ao Governo exilado, estava a durar muito tempo e precisava de terminar. Uma nota do Governo exilado transmitid­a pela agência de notícias Saba salientava que “o Governo está preparado para lidar positivame­nte com qualquer solução pacífica”, inclusive receber ideias do encontro em Jeddah (Arábia Saudita), que incluiu os secretário­s de Estado dos Estados Unidos, Reino Unido e de países do Golfo Pérsico. Os houthis ainda não respondera­m à proposta. John Kerry afirmou que os huthis devem cessar os seus ataques contra o território saudita, desocupar a capital do Iémen, Sanaa, entregar as armas e formar um Governo de unidade com seus adversário­s.

Governo do Iémen, que é reconhecid­o internacio­nalmente pelas forças do Ocidente, está baseado na Arábia Saudita e fez exigências similares, mas insistiu que os rebeldes huthis cumpram todas essas medidas antes que um novo Governo seja formado no país.

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AFP Forças Armadas da Arábia Saudita continuam a flagelar os rebeldes huthis em apoio ao governo do Iémen reconhecid­o pelo Ocidente

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