Central de Compras reforça combate aos especuladores
IMPEDIR A ESCALADA DOS PREÇOS
A criação de uma central de compras, a adopção de uma estrutura de custo de referência e a colaboração do Ministério do Interior são algumas soluções apresentadas ontem, em Luanda, por empresários do sector do Comércio para impedir a subida abrupta dos preços dos produtos da cesta básica. Nos termos dessa proposta, a central de compras deve servir para as aquisições do sector industrial e o Ministério do Interior deve reforçar o controlo e a fiscalização do comércio.
A instituição de uma central de compras, a adopção de uma estrutura de custo de referência e a colaboração do Ministério do Interior são algumas soluções apresentadas ontem, em Luanda, por empresários do sector do Comércio para impedir a subida dos preços dos produtos da cesta básica.
Nos termos dessa proposta, a central de compras pode servir para as aquisições do sector industrial e o Ministério do Interior pode reforçar o controlo e a fiscalização do comércio.
O presidente da Associação de Industriais de Panificação e Pastelaria de Angola (AIPPA), Gilberto Simão, solicitou a colaboração do Ministério do Interior para elevar o controlo e a fiscalização, considerando não haver necessidade de o preço do saco da farinha de trigo, a nível nacional, estar situado em mais de 9 mil kwanzas.
“Precisa-se de mais fiscalização aos importadores. O saco de farinha de trigo deve ser vendido entre sete e nove mil kwanzas: este é o verdadeiro preço”, disse.
A opinião é corroborada pelo presidente da Associação dos Empresários de Luanda, Francisco Viana, que também solicitou o controlo da Polícia Fiscal nas fronteiras de Angola, porque há empresários que estão a transportar a farinha importada para as fronteiras. Outros retêm o produto nos armazéns, para os encarecer.
“Solicitamos que as medidas sejam urgentes para acudir os consumidores que pagam a preços duplicados para levar à mesa o pão e outros produtos da cesta básica.
Uma vez que o Governo faz esforços para atribuir verbas cambiais aos panificadores, foi indagado na reunião por que razão os beneficiários retêm a farinha de trigo ou diminuem o tamanho do pão e utilizam “artimanhas não satisfatórias.”
O ministro do Comércio reconheceu que, mercê da situação excepcional e das dificuldades de cambiais que o país atravessa, há falhas no mercado e os preços dos produtos de consumo básico estão encarecidos, com realce para o do pão, que apresenta comportamentos anormais, os quais levam à insatisfação do consumidor. Fiel Constantino informou que estão a ser tomadas medidas, algumas das quais paliativas, pelo que pediu contribuições para a instituição de um quadro regulamentar e de procedimentos que impeçam a especulação.
Participaram na reunião os secretários de Estado da Indústria e do Interior, Kiala Gabriel e Hermenegildo José Félix, representantes do Ministério das Finanças e de associações empresariais. Na reunião, foi analisada a situação da dotação de cambiais para a importação de farinha de trigo, as quantidades de bens da cesta básica importadas no primeiro semestre do ano e os constrangimentos na comercialização dos bens de consumo básico.
Oito produtos fazem parte da cesta básica, nomeadamente o óleo alimentar, arroz, feijão, açúcar, farinha de milho, farinha de trigo, sabão e leite em pó.