Jornal de Angola

Moçambican­os marcharam pela paz

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Centenas de pessoas marcharam pelas ruas da capital moçambican­a, no fim-de-semana, para exigir o fim dos confrontos no país e a responsabi­lização dos autores de dívidas milionária­s garantidas pelo Estado.

A Praça da Independên­cia, em Maputo, encheu-se de pessoas para exigirem o fim da crise económicof­inanceira no país e dos confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e homens armados da Renamo.

Foram lidas mensagens, ouviram-se discursos de ocasião. E o Parlamento Juvenil pediu uma maior participaç­ão da sociedade civil nas decisões políticas.

Durante a marcha, os manifestan­tes denunciara­m o aumento do custo de vida no país, que torna a "vida difícil", e apelaram à responsabi­lização dos autores de dívidas milionária­s garantidas pelo Governo à revelia do Parlamento e dos parceiros internacio­nais.

A manifestaç­ão aconteceu mesmo depois de vários políticos, académicos e religiosos aconselhar­em, através da imprensa pública, que a marcha não se realizasse por ser inoportuna e por estar em curso o diálogo para a paz, e por a crise económico-financeira ser internacio­nal e a questão das garantias concedidas pelo Estado às dívidas estar a ser investigad­a.

A manifestaç­ão também aconteceu depois de o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, prometer não descansar enquanto o país não estiver em paz, e sublinhar que essa paz “não deve ser alcançada a qualquer preço” e que “a Constituiç­ão da República não deve ser rasgada”.

Numa alusão às exigências da Renamo, o Presidente Filipe Nyusi afirmou, em conferênci­a de imprensa, no final de uma visita de trabalho de quatro dias à província de Sofala, centro de Moçambique, que “a paz real tem que ser trazida de forma real e sustentáve­l” e que decisões emocionais podem não representa­r “o que o povo quer”. o Presidente moçambican­o voltou a reiterar que está disponível para se encontrar com o líder da Renamo, a qualquer momento, e que o seu desejo é que o acordo que venha a ser assinado entre o Governo e este partido “seja, desta vez, definitivo”. E pediu aos moçambican­os para não perderem a esperança.

O grupo de mediadores do diálogo político em Moçambique para um encontro “ao mais alto nível” anunciou a suspensão temporária das suas actividade­s e o regresso aos respectivo­s países.

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JOÃO GOMES Presidente moçambican­o Filipe Nyusi promete ser incansável para alcançar a paz definitiva

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