Táxis conquistam o mercado
A empresa “Dura Barato”, que presta serviço de táxi há mais de dois anos, empregou dezenas de jovens que estavam desempregados. No começo da actividade, a empresa trabalhou com táxis pintados de azul e branco. Posteriormente, lançou uma empresa de táxi personalizado, que garante emprego há mais de 18 jovens.
A empresa funciona com um “call center” que atende os telefonemas dos clientes que solicitam o serviço de táxi, que permite a localização do motorista para recolher o cliente. “Estamos a trabalhar em Luanda, por ser o começo do negócio nesta área, mas a previsão é de nos tornarmos numa empresa grande que consiga responder ao País todo. As nossas viaturas estão asseguradas na ENSA, com seguro contra todos os riscos, e os nossos motoristas têm asseguradas as suas cartas de condução”, diz Creusa Kizola, administradora da empresa “Dura Barato”.
O trabalho de prestação de serviço de táxi é considerado arriscado, mas, como refere Creusa Kizola, “tem sido feito absolutamente tudo para evitar assaltos, incluindo o uso do GPS nas viaturas”. Na cidade capital há assaltantes que se fazem passar por clientes de táxis. A maior parte vem da zona do Aeroporto Internacional de Luanda com bagagem, mas são marginais. Levam os valores e bens pessoais dos motoristas, mas nunca as viaturas por estarem seguras com GPS.
Por esta razão, os motoristas, antes de exercerem a função de taxistas, recebem uma formação de 15 dias para melhor responderem às dificuldades do dia-a-dia e à protecção dos clientes.
A administradora da empresa “Dura Barato” afirma que a empresa tem dado o seu melhor: “Entramos no mercado, não para competir, mas para ajudar o País a crescer. Embora tenhamos algumas dificuldades, os êxitos são maiores. Temos pago os nossos impostos de selo atempadamente, pois não queremos dever nada ao Estado”. Para Creusa Kizola, a “Dura Barato” é uma empresa exemplar que cumpre com o que está estabelecido pelo Estado.
As tarifas são cobradas consoante a quilometragem que o taxímetro aponta e depende do trajecto do cliente. Começa com o valor de 300 kwanzas, no período do dia, e 600 de noite, depois é só conferir a quilometragem feita e o cliente paga o total. Caso o cliente não consiga pagar a tarifa por várias razões, pode entrar num acordo com o motorista desde que apresente uma garantia, para depois contactar o motorista Uma das perspectivas da empresa para daqui a um ano é estar ao mesmo nível das outras empresas que têm já nome no mercado.
Vários são os jovens que conseguiram emprego como motorista na “Dura Barato”. José Domingos, motorista e chefe dos motoristas da empresa, conta como o conseguiu: “Conversei com alguns amigos que sabiam da existência da empresa em Luanda. É uma grande valia trabalhar para esta empresa que se encontra em crescimento. É um projecto jovem que já deu e ainda pode dar emprego a muita gente e que investe na juventude angolana”. As tarifas são cobradas consoante a quilometragem que o taxímetro indica
Rosete Manuel é estudante universitária e conta que usa o serviço dos táxis personalizados. “Sinto-me mais segura. Se tivesse que sair de onde me encontrava àquela hora de noite, corria o risco de sofrer um assalto ou algo pior. Gastei um pouco mais do que o habitual, mas foi melhor assim. Acho que os preços devem baixar. Em relação aos táxis normais o que se paga de diferença é muito alto. Realmente, ao usar estes serviços evitamos muitos transtornos, mas a tarifa é ainda muito alta e devia ser revista”, diz a estudante.
Qualidade de serviço
Os táxis colectivos, os “candongueiros”, são o rosto mais visível do transporte público em Luanda, devido ao número elevado de pessoas que transportam diariamente. Apesar da sua utilidade, os motoristas dos “azuis e branco” são apontados como os principais causadores do movimento caótico que se verifica no trânsito rodoviário na cidade de Luanda.
O vice-presidente da Associação dos Taxistas de Luanda (ATL), José Bernardo, garante que, além de criar delegações municipais para melhorar o serviço aos clientes, estão disponíveis os telefones 912502819 e 922444447 para a denúncia de taxistas infractores na condução e no desrespeito aos passageiros. “Para melhor organização e funcionamento da classe, estamos a trabalhar no sentido de associarmos todos os taxistas”, realça José Bernardo.
O vice-presidente da Associação dos Taxistas de Luanda salienta que o exercício da actividade de táxi tem servido apenas para a sobrevivência dos membros, devido à falta de emprego e acrescenta que, ao contrário do que geralmente se pensa, este serviço não é tão rentável como parece. “Diariamente, temos viaturas dos nossos membros avariadas na via pública por problemas técnicos”, afirma José Bernardo, para quem a situação toma contornos alarmantes devido a dificuldades na aquisição de peças sobressalentes, cada vez mais difíceis de encontrar no mercado.
“Mesmo os mercados que oferecem alguma alternativa para a compra de peças, também enfrentam dificuldades”, lamenta o vicepresidente Em Luanda estão licenciados mais de quatro mil viaturas para o serviço de táxi da Associação dos Taxistas de Luanda. José Bernardo sublinha ainda que as viaturas de marca Toyota Hiace são as mais usadas devido à facilidade de compra de peças sobressalentes e frisa que o mau estado das vias urbanas tem causado grandes constrangimentos no exercício da actividade de transporte.
“Luanda tem uma rede de transporte pública pequena. Somos parceiros do Governo Provincial de Luanda no sentido de se melhorar a circulação de pessoas e bens na capital do país”, salienta ainda o vicepresidente da associação. Em Luanda, estão licenciadas mais de quatro mil viaturas para o serviço de táxis. José Bernardo refere que a associação tem sobrevivido apenas com uma quota irrisória paga pelos seus associados e, por isso, acrescenta que está em análise uma proposta de aumento da contribuição dos seus membros.
“Todos os cidadãos que exercem a actividade de táxi conhecem as normas. Alguns, por interesse pessoal, têm infringido estes regulamentos, porque cobram aos passageiros valores acima dos 150 kwanzas”, sublinha José Bernardo, acrescentando que muitos desses casos são sancionados de acordo com a lei. José Bernardo recorda que faltam paragens para os táxis, apesar de terem sido criadas algumas.