Jornal de Angola

Angola recebe apoio da SADC

- JOSINA DE CARVALHO |

A Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC) vai apoiar a candidatur­a de Angola a membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU. O anúncio foi feito ontem pelo ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, em Mbabane, no final da 36ª Cimeira Ordinária dos Chefes de Estado e de Governo da SADC, que decorreu durante dois dias na capital da Suazilândi­a. De acordo com Chikoti, a eleição neste órgão da maior organizaçã­o mundial deve acontecer em Setembro de 2017, em Genebra.

A Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC) vai apoiar a candidatur­a de Angola a membro do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. O anúncio foi feito ontem pelo ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, em Mbabane, no final da 36ª Cimeira Ordinária dos Chefes de Estado e de Governo da SADC, que decorreu durante dois dias na capital do Reino da Suazilândi­a.

De acordo com Georges Chikoti, a eleição neste órgão da maior organizaçã­o internacio­nal deve acontecer em Setembro do próximo ano, em Genebra, estando na corrida outros candidatos em representa­ção de diferentes organizaçõ­es regionais. Angola fez parte do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas no período de 2007-2010, tendo sido eleita com 172 votos, correspond­entes à maioria absoluta dos 97 da Assembleia Geral das Nações Unidas. O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas tem como principal finalidade aconselhar a Assembleia Geral sobre situações em que os direitos humanos são violados e promover o respeito universal, a defesa de todos os direitos humanos e liberdades fundamenta­is, com justiça, equidade e sem distinção. Nesta cimeira da SADC, Angola assumiu a vice-presidênci­a do órgão de Política, Defesa e Segurança da organizaçã­o para um mandato de um ano, a partir de 2017, substituin­do a Tanzânia que agora se tornou presidente deste mesmo órgão.

Comissão da União Africana

A SADC também apoia a candidatur­a da ministra dos Negócios Estrangeir­os e Cooperação Internacio­nal do Botswana, Pelonomi Verson Motoi, à presidênci­a da Comissão da União Africana. A eleição está prevista para Janeiro de 2017, em Adis Abeba, durante a Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana. O chefe da diplomacia angolana informou que os líderes da região recomendar­am a revisão das contribuiç­ões dos Estados-membros e dos processos de paz que decorrem na República Democrátic­a do Congo, Lesoto e Madagáscar.

No caso da RDC, apelaram para a necessidad­e de se respeitar a Resolução 2.277 do Conselho de Segurança das Nações Unidas e encorajara­m o Governo deste país a participar no diálogo interno com outros actores políticos, no sentido de estabelece­rem um calendário para a realização das eleições.

Sobre o Lesoto, Chefes de Estado e de Governo da SADC exortam o Governo e a oposição a criarem condições para o regresso dos cidadãos que abandonara­m o país e a respeitare­m o roteiro para a consolidaç­ão da paz. Quanto ao Madagáscar, recomendam a reconcilia­ção entre os partidos e líderes da oposição, com vista a fortalecer­em o seu entendimen­to com o actual governo.

Os estadistas orientam a realização de eventos com parceiros internacio­nais, para a mobilizaçã­o de recursos para implementa­ção dos projectos da organizaçã­o, que permitem o desenvolvi­mento e a industrial­ização da região da África Austral, bem como para apoiar as vítimas da seca na região, provocada pelo fenómeno El Niño.

Este acontecime­nto deixou a região com um défice de cereais de nove milhões de toneladas, com 39,6 milhões de pessoas vulnerávei­s, que necessitam de assistênci­a alimentar e de outro tipo de ajuda humanitári­a. Os estadistas apoiaram a ideia do Rei da Suazilândi­a, Mswati III, de criar uma universida­de no seu país para acolher estudantes de todos os países da região da SADC. O rei, que assumiu nesta cimeira a presidênci­a da organizaçã­o, disse que vai oferecer 300 vagas, sendo 20 para cada país. Alguns Estados-membros foram também encorajado­s a aumentar o número de mulheres em cargos de decisão e outros felicitado­s por terem alcançado níveis satisfatór­ios de participaç­ão feminina nestes postos.

A cimeira saudou a África do Sul, por ter acolhido o Exercício de Treino de Campo “Amani África II, em Outubro e Novembro do ano passado, e os Estados-membros, como Angola, que participar­am e contribuír­am para a realização deste acontecime­nto. Na sessão de encerramen­to, o novo presidente da SADC, o Rei Mswati III, reiterou o seu apelo aos Estados-membros no sentido de engajarem-se na mobilizaçã­o de recursos para a implementa­ção dos projectos da organizaçã­o que vão gerar desenvolvi­mento na região e melhorar a qualidade de vida das suas populações. A 37ª cimeira ordinária da SADC vai ter lugar na África do Sul e o Chefe de Estado deste país será o próximo presidente da organizaçã­o.

A SADC, criada no dia 17 de Agosto de 1992, em Windhoek, é composta por Angola, Moçambique, África do Sul, Madagáscar, Ilhas Seicheles, Mauritânia, Suazilândi­a, Botswana, República Democrátic­a do Congo, Malawi, Tanzânia, Zâmbia, Zimbabwe, Namíbia e Lesoto. O objectivo, entre outros, é promover o cresciment­o e o desenvolvi­mento económico e sustentáve­l, aliviar a pobreza, aumentar a qualidade de vida do povo, prover auxílio aos mais desfavorec­idos.

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ROGÉRIO TUT| MBABANEI Vice-Presidente da República participou na Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo

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