Imigrantes ilegais com números altos
A situação migratória da província de Cabinda “inspira cuidados” por parte das autoridades governamentais da região, tendo em conta o número elevado de cidadãos estrangeiros ilegais residentes na província, oriundos maioritariamente da República Democrática do Congo, alertou o director provincial do Serviço de Migração e Estrangeiros.
O comissário Firmino Somavia, que falava à imprensa no final de um encontro que a delegação do Ministério do Interior teve com a governadora Aldina da Lomba, para balancear o quadro migratório e as estratégias de combate à imigração ilegal, afirmou que os imigrantes ilegais oriundos da RDC, além de violarem sistematicamente a fronteira, são os principais protagonistas de acções criminosas na cidade de Cabinda e bairros periféricos, constituindo entre 50 e 60 por cento do reclusos da Penitenciária do Yabi. “Os maiores crimes cometidos em Cabinda são protagonizados por cidadãos estrangeiros ilegais da RDC”, denunciou Firmino Somavia.
O responsável máximo do SME em Cabinda disse ser “difícil manterse o controlo da situação migratória na província”, devido a um conjunto de factores que transcendem a instituição que dirige, apontando a fragilidade que se observa na protecção da vasta fronteira comum entre Angola e as RDC e a República do Congo, estimada em mais de 500 quilómetros de extensão como sendo a situação que mais dificulta o controlo de entrada e saída de cidadãos estrangeiros.
O comissário Firmino Somavia esclareceu que o SME realizou, em 2015, cerca de 25 mil repatriamentos de cidadãos estrangeiros em situação migratória ilegal, enquanto no primeiro semestre de 2016 foram já expulsos 3.694 imigrantes ilegais.