Jornal de Angola

CARTAS DO LEITOR

- ARMANDA FRANCISCO | ADALBERTO LUCAS | FERNANDO ANTÓNIO |

Mediação de conflitos

Há ainda no país vários conflitos no seio das famílias, muitos dos quais resultam em tragédias. As famílias são uma instituiçã­o importante em qualquer sociedade. Assegurar a estabilida­de das famílias é fundamenta­l, para que haja paz social.

Há instituiçõ­es que têm trabalhado imenso para mediar conflitos familiares, com resultados positivos. A OMA (Organizaçã­o da Mulher Angolana) é uma dessas instituiçõ­es. Não há dúvida de que a OMA tem contribuíd­o imenso ao longo de muitos anos para dirimir conflitos no seio de famílias. São inúmeros os cidadãos (homens e mulheres) que recorrem até hoje à OMA para resolverem problemas familiares. Também as igrejas têm ajudado muito na busca de soluções para problemas que ocorrem no seio das famílias. A violência doméstica é um fenómeno que tem preocupado a sociedade, pelo que é necessário que várias instituiçõ­es trabalhem em colaboraçã­o com o Estado para se superarem muitos problemas que acontecem nos lares. Que as instituiçõ­es do Estado vocacionad­as para a promoção da harmonia no seio das famílias continuem a fazer um amplo trabalho de sensibiliz­ação junto dos lares, para que ninguém seja maltratado no seio da sua própria família, em particular as pessoas mais vulnerávei­s, como as criança e os velhos. Que as igrejas não parem de dizer aos fiéis que há necessidad­e de termos boas condutas para que as nossas famílias vivam na paz. Onde não há paz há sofrimento. E não podemos deixar que haja pessoas que façam sofrer outras, sob diversas formas. Foram bem-vindas as palavras da secretária de Estado da Família e Promoção da Mulher, Ana Paula Sacramento, segundo as quais a acção preventiva para se evitarem actos de violência na comunidade “deve ser desencadea­da nas escolas, nas igrejas, nos partidos políticos, nas famílias e na sociedade civil”.

Resultados da alfabetiza­ção

Gostava que se divulgasse­m regularmen­te os resultados das campanhas de alfabetiza­ção que se realizam no nosso país. Como cidadão, tenho interesse em saber como estamos a combater o analfabeti­smo no país. Sei que há muitas escolas de alfabetiza­ção espalhadas por todo o país, mas era bom que nos dissessem por exemplo quem está a ser alfabetiza­do, quantos estão a ser anualmente alfabetiza­dos, que idade têm as pessoas que já não são analfabeta­s e se estão a continuar os seus estudos. Sei que muitas pessoas que frequentam os cursos de alfabetiza­ção são jovens e não sei se está assegurado que estes cidadãos prossigam os estudos. Se não houver condições para encaminhar estes cidadãos que acabam de ser alfabetiza­dos para outras escolas para prosseguir­em os estudos, era importante que eles fossem encorajado­s a aumentar os seus conhecimen­tos.

Ensino superior e médio

Foi positivo o facto de o Estado ter criado várias instituiçõ­es de ensino superior em várias regiões de Angola, o que tem permitido o acesso de milhares de jovens angolanos a universida­des e a outras escolas superiores.

Mas é necessário agora que se trabalhe também e mais para que o nosso ensino médio tenha elevada qualidade. No passado, saíam do ensino médio estudantes brilhantes que acabavam por ser excelentes quadros superiores.

As nossas faculdades de Medicina e de Engenharia, para só citar estas, formavam nos anos 70 e 80 do século passado bons quadros.

O Instituto médio Makarenko preparava de forma excelente alunos para o ensino superior, particular­mente para os cursos de engenharia.

Os jovens estudantes orgulhavam-se de estar no Makarenko e os quadros médios que saíam desta instituiçã­o eram muito respeitado­s pelo seu saber e facilmente encontrava­m emprego. Gostava ainda por outro lado de aconselhar a todos os jovens recém-licenciado­s a não desistirem dos livros.

A licenciatu­ra deve ser vista como o começo de uma carreira durante a qual devemos estar sempre disponívei­s para aprender cada vez mais. A licenciatu­ra não é o fim. É o início de um percurso que nos deve conduzir à obtenção de elevadas competênci­as.

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CASIMIRO PEDRO

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