CARTAS DO LEITOR
Mediação de conflitos
Há ainda no país vários conflitos no seio das famílias, muitos dos quais resultam em tragédias. As famílias são uma instituição importante em qualquer sociedade. Assegurar a estabilidade das famílias é fundamental, para que haja paz social.
Há instituições que têm trabalhado imenso para mediar conflitos familiares, com resultados positivos. A OMA (Organização da Mulher Angolana) é uma dessas instituições. Não há dúvida de que a OMA tem contribuído imenso ao longo de muitos anos para dirimir conflitos no seio de famílias. São inúmeros os cidadãos (homens e mulheres) que recorrem até hoje à OMA para resolverem problemas familiares. Também as igrejas têm ajudado muito na busca de soluções para problemas que ocorrem no seio das famílias. A violência doméstica é um fenómeno que tem preocupado a sociedade, pelo que é necessário que várias instituições trabalhem em colaboração com o Estado para se superarem muitos problemas que acontecem nos lares. Que as instituições do Estado vocacionadas para a promoção da harmonia no seio das famílias continuem a fazer um amplo trabalho de sensibilização junto dos lares, para que ninguém seja maltratado no seio da sua própria família, em particular as pessoas mais vulneráveis, como as criança e os velhos. Que as igrejas não parem de dizer aos fiéis que há necessidade de termos boas condutas para que as nossas famílias vivam na paz. Onde não há paz há sofrimento. E não podemos deixar que haja pessoas que façam sofrer outras, sob diversas formas. Foram bem-vindas as palavras da secretária de Estado da Família e Promoção da Mulher, Ana Paula Sacramento, segundo as quais a acção preventiva para se evitarem actos de violência na comunidade “deve ser desencadeada nas escolas, nas igrejas, nos partidos políticos, nas famílias e na sociedade civil”.
Resultados da alfabetização
Gostava que se divulgassem regularmente os resultados das campanhas de alfabetização que se realizam no nosso país. Como cidadão, tenho interesse em saber como estamos a combater o analfabetismo no país. Sei que há muitas escolas de alfabetização espalhadas por todo o país, mas era bom que nos dissessem por exemplo quem está a ser alfabetizado, quantos estão a ser anualmente alfabetizados, que idade têm as pessoas que já não são analfabetas e se estão a continuar os seus estudos. Sei que muitas pessoas que frequentam os cursos de alfabetização são jovens e não sei se está assegurado que estes cidadãos prossigam os estudos. Se não houver condições para encaminhar estes cidadãos que acabam de ser alfabetizados para outras escolas para prosseguirem os estudos, era importante que eles fossem encorajados a aumentar os seus conhecimentos.
Ensino superior e médio
Foi positivo o facto de o Estado ter criado várias instituições de ensino superior em várias regiões de Angola, o que tem permitido o acesso de milhares de jovens angolanos a universidades e a outras escolas superiores.
Mas é necessário agora que se trabalhe também e mais para que o nosso ensino médio tenha elevada qualidade. No passado, saíam do ensino médio estudantes brilhantes que acabavam por ser excelentes quadros superiores.
As nossas faculdades de Medicina e de Engenharia, para só citar estas, formavam nos anos 70 e 80 do século passado bons quadros.
O Instituto médio Makarenko preparava de forma excelente alunos para o ensino superior, particularmente para os cursos de engenharia.
Os jovens estudantes orgulhavam-se de estar no Makarenko e os quadros médios que saíam desta instituição eram muito respeitados pelo seu saber e facilmente encontravam emprego. Gostava ainda por outro lado de aconselhar a todos os jovens recém-licenciados a não desistirem dos livros.
A licenciatura deve ser vista como o começo de uma carreira durante a qual devemos estar sempre disponíveis para aprender cada vez mais. A licenciatura não é o fim. É o início de um percurso que nos deve conduzir à obtenção de elevadas competências.