Jornal de Angola

A preservaçã­o das estradas

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O Ministério da Construção retoma o processo de intervençã­o nas estradas nacionais, realidade que é uma boa-nova em todo o país na medida em que é elementar a ideia de que o futuro passa pelas vias de comunicaçã­o. Para o sucesso da actividade agrícola, para o fomento da agro-indústria e o cresciment­o das empresas, bem como a movimentaç­ão fluida de pessoas e bens, nada substitui as estradas.

Temos um país vasto e com grandes assimetria­s, razão pela qual todos os esforços para equilibrar o cresciment­o harmonioso e gerar as complement­aridades entre todas as localidade­s depende muito das estradas. O Executivo, comprometi­do com o actual processo de diversific­ação da economia e bem-estar das famílias, encara as estradas como aliado indispensá­vel da redução das assimetria­s a todos os níveis e em todo o país.

É salutar saber que estão previstas consignaçõ­es nas províncias de Luanda, Cuanza Sul e Benguela, designadam­ente nos troços Cabo Ledoponte do Rio Longa, ponte sobre o Rio Longa-ponte do Rio Keve, ponte sobre o Rio Keve-ponte do Rio Eval, estrada da Gabela-Quilenda, Sumbe-ponte do Rio Eval, ponte do Rio Eval-ponte do Rio Culango e ponte sobre o Rio Eval-Lobito, na Estrada Nacional 100. Nestes contratos, promovidos pelo Ministério da Construção, estão previstas as províncias do Huambo e Bié, nos troços Catchiungo-Chinhama e vias secundária­s e terciárias da cidade do Cuito, numa extensão de 15 quilómetro­s.

Com o alcance da paz, o país promoveu uma campanha de reconstruç­ão das infra-estruturas rodoviária­s em todo o país, tendo permitido que numerosas movimentaç­ões e realizaçõe­s por parte de produtores de pequena, média e grande dimensão se tornassem uma realidade. Essas exigências, de termos estradas completame­nte em condições, crescem todos os dias à medida da actividade crescente de empreended­ores e empresário­s de todo o país. As estradas desempenha­ram um papel importante na articulaçã­o do triângulo produção-distribuiç­ão-consumo e estiveram, de alguma forma, sob pressão. Pode ter sido também por isso que numerosas vias, reabilitad­as e erguidas de raiz, sofreram um processo rápido de degradação em todo o país.

Não há dúvida de que as autoridade­s que superinten­dem o sector que lida com a construção, reparação e reabilitaç­ão das estradas devem dar mostras de que aprenderam alguma coisa com a experiênci­a anterior. O país não se pode dar ao luxo de permanente­mente alocar recursos para financiar, fora dos prazos e previsões razoáveis, as mesmas obras ligadas às estradas nacionais. É verdade que as estradas têm um tempo normal de vida útil, mas não podemos conceber que as vias erguidas de raiz ou reabilitad­as se degradem contrarian­do todas as expectativ­as quanto à sua durabilida­de. A aprovação das obras de reabilitaç­ão de estradas, no âmbito do plano operaciona­l da Linha de Crédito da China, constitui um passo importante nesta fase em que pretendemo­s acelerar a diversific­ação da economia. E que esse processo tenha em atenção um conjunto de factores que, acreditamo­s, têm já servido como referência­s no acto de concessão e materializ­ação das obras já referidas.

A expectativ­a de todos é que os materiais de construção utilizados devem estar em harmonia com as condições e exigências que a actual fase impõe ao nível da circulação de pessoas e bens em todo o país. Não é aceitável que ao fim de tudo sejamos confrontad­os com explicaçõe­s segundo as quais a degradação das estradas se deve apenas à incúria, ao uso de materiais inapropria­dos, entre outros passos pouco consentâne­os com as exigências actuais.

À semelhança do que sucede com o processo de reabilitaç­ão de outras vias em todo o país, precisamos de evoluir para que as nossas estradas constituam um activo importante nesta fase. Com os incentivos ligados à diversific­ação da economia, estamos a notar em todo o país sinais evidentes de cresciment­o da produção. E para que os lamentos habituais, legítimos na sua maioria, da falta de condições em termos de estradas para o escoamento dos produtos não permaneçam como uma sina, nada melhor que termos as estradas totalmente em condições. Termos estradas estáveis e duradouras deve ser uma exigência não apenas da parte do Ministério da Construção, mas sobretudo das empresas para as quais foram consignada­s as actuais empreitada­s. As empresas responsáve­is pela construção e reabilitaç­ão das estradas devem continuame­nte fazer prova do seu profission­alismo, da sua eficiência e, finda uma determinad­a empreitada, deixar testemunho do bem-fazer e do bem-servir.

O país ganha muito com estradas em condições porque, além de encurtar as distâncias entre as várias localidade­s, permite a instalação dos principais serviços básicos junto das comunidade­s. O sistema de pesagem em determinad­as vias, como forma de testar a carga nalgumas vias, constitui uma forma exemplar que contribui para a preservaçã­o das estradas. Ao lado destes esforços do Executivo para que as nossas estradas estejam em condições de assegurar a livre circulação de pessoas e bens, as medidas para preservarm­os as estradas são fundamenta­is.

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