Transformação em partido é consensual
O coordenador da comissão organizadora do II congresso da CASACE disse, quarta-feira, em Luanda, ser quase que consensual a transformação da coligação em partido, durante o conclave que tem início na próxima terça-feira. Manuel Fernandes, que falava durante uma conferência de imprensa que serviu para falar sobre os preparativos do congresso, afirmou que, até ao momento, apenas um dos partidos coligados à CASA-CE, o PADDAAP, é contra a transformação da coligação em partido.
“É consensual! A CASA-CE tem quatro partidos políticos e, com excepção de um, todos concordam que temos que avançar com este processo”, disse Manuel Fernandes, para quem, apesar dessa divergência, todas as tendências estão unidas em torno do projecto. “Mesmo o partido político que diz que não concorda com a transformação, vai ao congresso. É claro que o princípio democrático é que vai ditar as decisões”, sublinhou.
A comissão política nacional do PADDA-AP esteve reunida em Abril deste ano, para, entre outros assuntos, avaliar a pertinência ou não da transformação da CASA-CE em partido político e concluiu que este passo não é oportuno. Na ocasião, o presidente do PADDA-AP disse ao Jornal de Angola que a transformação da CASA-CE em partido político traz mais prejuízos do que benefícios à coligação, a julgar pelo sucesso alcançado, como a bandeira, o bom nome e outras conquistas.
“O partido que viesse a ser criado depois da transformação da CASA-CE não poderia herdar os bens conquistados pela coligação”, alertou Alexandre Sebastião André, acrescentando que o PADDA entende que se está a defraudar o eleitorado da CASA-CE, a julgar pelas perspectivas e esperanças que têm de a coligação poder ser uma alternância governativa em 2017. No entanto, Manuel Fernandes minimiza a preocupação do PADDA, afirmando que apenas o sufixo CE cairia da formação política, permanecendo a designação CASA.
Além da transformação da CASA-CE em partido político, o congresso, com a duração de três dias, prevê igualmente a revisão dos estatutos, a elaboração da estratégia para as eleições gerais do próximo ano e a eleição de uma nova direcção. Manuel Fernandes, que também é um dos vice-presidentes da coligação, realçou que a eleição da nova direcção da CASA acontece logo no primeiro dia do congresso.
Só depois da eleição e divulgação dos resultados, se entra para a discussão dos temas em agenda. Para a liderança do futuro partido, concorrem três candidatos, nomeadamente o presidente cessante, Abel Chivukuvuku, Carlos Pinto e João Kalupeteka. Os três candidatos participaram, terça-feira, no programa “Debate Livre” da Tv Zimbo, onde apresentaram as suas linhas de força.
Segurança garantida
O coordenador da comissão organizadora do II Congresso Ordinário da CASA-CE solicitou terçafeira ao segundo comandante-geral da Polícia Nacional, comissáriochefe Salvador Rodrigues, o reforço da segurança durante a realização do conclave.
Manuel Fernandes encabeçou uma delegação da CASA-CE que se reuniu com o segundo comandante-geral da Polícia Nacional, para abordar questões relacionadas com a segurança durante o evento.
O comissário chefe Salvador Rodrigues, afirmou que vão ser criadas, com o Comando Provincial de Luanda, todas as condições de segurança durante o conclave. “A Polícia garante a segurança durante o percurso até ao local do Congresso, incluindo os locais e acções a desenvolver”, disse.
O II congresso da CASA-CE vai decorrer sob o lema “Uma Angola para todos” e nele devem participar mais de 800 delegados.