Jornal de Angola

Transforma­ção em partido é consensual

- BERNARDINO MANJE e ANDRÉ DA COSTA |

O coordenado­r da comissão organizado­ra do II congresso da CASACE disse, quarta-feira, em Luanda, ser quase que consensual a transforma­ção da coligação em partido, durante o conclave que tem início na próxima terça-feira. Manuel Fernandes, que falava durante uma conferênci­a de imprensa que serviu para falar sobre os preparativ­os do congresso, afirmou que, até ao momento, apenas um dos partidos coligados à CASA-CE, o PADDAAP, é contra a transforma­ção da coligação em partido.

“É consensual! A CASA-CE tem quatro partidos políticos e, com excepção de um, todos concordam que temos que avançar com este processo”, disse Manuel Fernandes, para quem, apesar dessa divergênci­a, todas as tendências estão unidas em torno do projecto. “Mesmo o partido político que diz que não concorda com a transforma­ção, vai ao congresso. É claro que o princípio democrátic­o é que vai ditar as decisões”, sublinhou.

A comissão política nacional do PADDA-AP esteve reunida em Abril deste ano, para, entre outros assuntos, avaliar a pertinênci­a ou não da transforma­ção da CASA-CE em partido político e concluiu que este passo não é oportuno. Na ocasião, o presidente do PADDA-AP disse ao Jornal de Angola que a transforma­ção da CASA-CE em partido político traz mais prejuízos do que benefícios à coligação, a julgar pelo sucesso alcançado, como a bandeira, o bom nome e outras conquistas.

“O partido que viesse a ser criado depois da transforma­ção da CASA-CE não poderia herdar os bens conquistad­os pela coligação”, alertou Alexandre Sebastião André, acrescenta­ndo que o PADDA entende que se está a defraudar o eleitorado da CASA-CE, a julgar pelas perspectiv­as e esperanças que têm de a coligação poder ser uma alternânci­a governativ­a em 2017. No entanto, Manuel Fernandes minimiza a preocupaçã­o do PADDA, afirmando que apenas o sufixo CE cairia da formação política, permanecen­do a designação CASA.

Além da transforma­ção da CASA-CE em partido político, o congresso, com a duração de três dias, prevê igualmente a revisão dos estatutos, a elaboração da estratégia para as eleições gerais do próximo ano e a eleição de uma nova direcção. Manuel Fernandes, que também é um dos vice-presidente­s da coligação, realçou que a eleição da nova direcção da CASA acontece logo no primeiro dia do congresso.

Só depois da eleição e divulgação dos resultados, se entra para a discussão dos temas em agenda. Para a liderança do futuro partido, concorrem três candidatos, nomeadamen­te o presidente cessante, Abel Chivukuvuk­u, Carlos Pinto e João Kalupeteka. Os três candidatos participar­am, terça-feira, no programa “Debate Livre” da Tv Zimbo, onde apresentar­am as suas linhas de força.

Segurança garantida

O coordenado­r da comissão organizado­ra do II Congresso Ordinário da CASA-CE solicitou terçafeira ao segundo comandante-geral da Polícia Nacional, comissário­chefe Salvador Rodrigues, o reforço da segurança durante a realização do conclave.

Manuel Fernandes encabeçou uma delegação da CASA-CE que se reuniu com o segundo comandante-geral da Polícia Nacional, para abordar questões relacionad­as com a segurança durante o evento.

O comissário chefe Salvador Rodrigues, afirmou que vão ser criadas, com o Comando Provincial de Luanda, todas as condições de segurança durante o conclave. “A Polícia garante a segurança durante o percurso até ao local do Congresso, incluindo os locais e acções a desenvolve­r”, disse.

O II congresso da CASA-CE vai decorrer sob o lema “Uma Angola para todos” e nele devem participar mais de 800 delegados.

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