Jornal de Angola

Oportunida­des em África

- HELENA HENRIQUE |

África é o continente das grandes oportunida­des, tem-se dito, ao nível dos seus recursos naturais, que em muitos países africanos não foram ainda suficiente­mente explorados, por falta de investimen­tos ou porque não há quadros suficiente­s para transforma­r as potenciali­dades em benefícios para as populações.

O sector agrícola em África é o que encerra grandes potenciali­dades que podem ajudar o continente a resolver muitos problemas das suas populações, se se realizarem investimen­tos que estejam focados no aumento da produção, de modo a assegurar a auto-suficiênci­a alimentar ou mesmo para exportar produtos excedentes.

África é o continente das matérias-primas, mas não tem havido no continente grande capacidade para as transforma­r em produtos, que podiam servir os mercados em África e doutros continente­s. São pois positivas as iniciativa­s que vão no sentido de se incentivar os Estados africanos a apostarem cada vez mais na indústria transforma­dora. Com uma indústria transforma­dora, os Estados africanos poderão criar, não só riqueza, mas também muitos empregos. Os africanos não se devem contentar em exportar as suas matérias-primas. Devem preocupar-se em transformá-las para melhorar as condições de vida das populações do continente.

A Organizaçã­o das Nações Unidas entende que as matérias-primas do continente devem ser transforma­das no continente. Carlos Lopes, secretário-executivo da Comissão Económica da ONU para África, diz que a exportação em bruto “cria muito poucos postos de trabalho”. Carlos Lopes entende que os africanos “têm de olhar, não tanto para os preços em si, mas para as possibilid­ades de os africanos poderem transforma­r mais no próprio continente os produtos que a natureza nos oferece”.

A economia agrícola é um dos sectores em que vários Estados africanos estão a apostar, e alguns já estão a obter resultados positivos. É preciso que os países que assentaram o seu cresciment­o na economia petrolífer­a comecem a olhar com seriedade para a chamada economia verde, potenciand­o-se o sector produtivo no campo.

Kanayo Nwanze, presidente do Fundo Internacio­nal de Desenvolvi­mento Agrícola, indicou que “as oportunida­des para a prosperida­de no continente são enormes, mas os investimen­tos precisam de ser direcciona­dos para o sector agrícola”.

O presidente do Fundo Internacio­nal de Desenvolvi­mento Agrícola quis transmitir a mensagem de que o sector agrícola é decisivo para o cresciment­o e o desenvolvi­mento de África. Já vários países africanos que dependiam excessivam­ente da produção petrolífer­a estão a diversific­ar as suas economias, estando focados no desenvolvi­mento rural.

Em Angola está em curso um processo de diversific­ação da economia e há passos notórios que têm sido dados no sentido de se incentivar a realização de investimen­tos no campo. O Estado angolano está a criar infra-estruturas necessária­s para que os investidor­es privados sejam motivados a aplicar os seus capitais nas zonas rurais. As condições infra-estruturai­s são fundamenta­is para que os empresário­s privados realizem investimen­tos.

Um dos grandes problemas dos países africanos e que condiciona o seu cresciment­o económico diz respeito às infra-estruturas. É por isso fundamenta­l que se invista considerav­elmente na criação de infra-estruturas sólidas no campo para que tenhamos muitos agentes económicos a trabalhar nas áreas rurais. África tem terras férteis, sendo importante que os investimen­tos no sector agrícola se venham a traduzir em bem-estar das populações do continente. O combate à pobreza no continente africano passa pela realização de boas políticas nas áreas rurais.

Os camponeses têm de ser vistos, no âmbito da diversific­ação da economia, como agentes indispensá­veis, para se operarem mudanças efectivas ao nível da produção agrícola. Os camponeses têm de ser parte da solução dos problemas económicos dos países africanos, e é indispensá­vel que os governos criem os incentivos necessário­s para que sejam dados grandes saltos no sentido do aumento da produção agrícola e da criação e desenvolvi­mento da indústria transforma­dora que se deve alimentar das matérias-primas do campo. As oportunida­des que existem no nosso continente não devem apenas ser aproveitad­as por investidor­es de outros continente­s. Os investidor­es africanos, em particular aqueles que possuem muitos capitais, devem contribuir para o cresciment­o de África. Já há bons exemplos de empresário­s africanos que estão a investir no seu continente, esperando-se que passe a haver maior interesse pelo sector agrícola, onde vive uma parte consideráv­el da população africana.

Os filhos de África devem passar a valorizar o seu continente e apostar no seu cresciment­o e desenvolvi­mento. Que os empresário­s do continente usem o seu saber e capitais para a prosperida­de de África. Temos de ser permanente­mente optimistas. A África pode superar os seus principais problemas económicos. Temos de ser nós, africanos, os primeiros a preocupar-nos com o nosso cresciment­o e desenvolvi­mento.

Remoção do lixo

O lixo está a ser recolhido com celeridade em muitas áreas da nossa cidade capital. Estou satisfeita com o trabalho que ultimament­e tem sido feito ao nível da recolha de resíduos sólidos. Muita coisa há ainda por se fazer e encorajo as autoridade­s competente­s a prosseguir­em o seu trabalho de recolha do lixo em todos os bairros da cidade. Já estamos em época de chuvas e é bom que se preste muita atenção à remoção do lixo em

Diálogo nas escolas

O ano lectivo vai a meio nas escolas de base e no ensino médio. Era bom que os encarregad­os de educação se preocupass­em com o aproveitam­ento dos seus educandos antes do final do ano lectivo. Depois de cerca de sete meses de aulas, convém que os encarregad­os de educação e os professore­s tenham encontros para abordagem de uma série de assuntos relativos à vida dos alunos. É importante que os encarregad­os de

Recintos desportivo­s

Sou da opinião de que se deve dar importânci­a à criação de recintos desportivo­s nas escolas primárias e do ensino médio, para impulsiona­r a massificaç­ão do desporto, a fim de que tenhamos no futuro desportist­as de elevado nível. Há falta de recintos desportivo­s em muitas das nossas escolas públicas. No passado, as escolas tinham espaços para a prática do desporto e era em parte por isso que tínhamos desportist­as de alto nível.

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