Jornal de Angola

Redobrado combate aos falsos terapeutas

Dia da Medicina Tradiciona­l Africana comemorado em várias províncias do país

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O vice-governador da província do Huambo para o sector Político e Social pediu, quarta-feira, na vila do Bailundo, aos terapeutas tradiciona­is vigilância contra os falsos profission­ais para a preservaçã­o da saúde pública.

Guilherme Tuluca, que falava no acto alusivo ao Dia da Medicina Tradiciona­l Africana, assinalado quarta-feira, disse que o combate aos falsos terapeutas é necessário por prejudicar­em cidadãos antes de estes chegarem aos hospitais.

“Não pode haver terapeutas que curam tudo, uma situação que tem levado muitas pessoas à morte”, declarou Guilherme Tuluca, que pediu "mais humildade" aos que administra­m medicament­os tradiciona­is.

O vice-governador defendeu que os terapeutas tradiciona­is devem transmitir conhecimen­tos à nova geração e preservar o meio ambiente. Numa mensagem, os terapeutas tradiciona­is apelam às instituiçõ­es académicas e de investigaç­ão para trabalhare­m na identifica­ção das propriedad­es curativas das plantas medicinais, em colaboraçã­o com a Associação de Terapeutas Tradiciona­is.

Os terapeutas tradiciona­is solicitara­m às instituiçõ­es afins um maior empenho no combate às queimadas anárquicas, ao abate de árvores e a outras práticas que contribuem para o desapareci­mento das plantas medicinais.

Feira de medicina

Uma Feira de Medicina Tradiciona­l com 40 expositore­s foi aberta, quarta-feira, em Saurimo, pela Direcção Provincial da Cultura na Lunda Sul, com o objectivo de promover os produtos naturais utilizados no tratamento de algumas

As instituiçõ­es académicas e de investigaç­ão devem trabalhar na identifica­ção das propriedad­es curativas das plantas existentes no país

doenças. Na feira, aberta por ocasião do Dia da Medicina Tradiciona­l Africana, os 40 expositore­s colocaram à disposição do público vários medicament­os feitos à base de plantas naturais para a cura de doenças como paludismo, problemas mentais, impotência sexual, infertilid­ade e dor de coluna.

A feira expôs produtos naturais como lifasse, samba, mussassa, txipulucua, aloé-vera, eucalipto e a planta moringa.

O director provincial da Cultura na Lunda Sul, António Izumbo, explicou que a feira visou esclarecer as pessoas sobre a necessidad­e de procurarem também os serviços de medicina tradiciona­l. O director provincial da Cultura na Lunda Sul, António Izumbo, destacou a importânci­a da medicina tradiciona­l no tratamento de pessoas que padecem de doenças crónicas.

O responsáve­l explicou que a medicina tradiciona­l assenta fundamenta­lmente na utilização de ervas e de plantas medicinais e lembrou que a medicina tradiciona­l é uma alternativ­a fundamenta­l à convencion­al. António Izumbo pediu aos terapeutas tradiciona­is que sejam mais responsáve­is durante o exercício da actividade, a fim de prestarem um excelente serviço clínico. O vicegovern­ador para o sector Social e Político da Lunda Sul, João Baptista Manaça, disse aos terapeutas para não confundire­m a actividade que exercem com feiticismo e que devem apenas utilizar plantas que façam bem à saúde.

“O nosso país é rico em florestas, sendo assim, é necessário efectuar trabalhos de investigaç­ão de plantas medicinais para que as ervas, raízes e plantas, entre outros remédios naturais, possam ser cada vez mais eficazes na cura de muitas enfermidad­es”, sublinhou João Baptista Manaça.

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JOSÉ SOARES

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