OMS divulga novo guia
A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou, terça-feira, em Genebra, um novo guia para o tratamento da sífilis, da gonorreia e da clamídia, doenças de transmissão sexual, devido à sua preocupação em relação ao aumento da resistência dessas enfermidades aos antibióticos.
A OMS calcula que mais de 214 milhões pessoas no mundo contraem essas infecções anualmente, sendo que a clamídia e a gonorreia são as mais comuns.
O aumento de casos deve-se ao facto de essas doenças sexualmente transmissíveis não serem diagnosticadas e fica mais difícil serem tratadas. Agora, alguns antibióticos estão a fracassar na cura devido ao seu uso indevido ou excessivo. Os especialistas disseram que todos esses problemas são causados por bactérias e, geralmente, são curados com o uso de remédios.
A pró-reitora de extensão da Universidade Federal do Espírito Santo, no Brasil, Angélica Miranda, que integrou o grupo de desenvolvimento das directrizes para infecções sexualmente transmissíveis da OMS, disse à Rádio ONU que essas doenças tiveram um aumento expressivo nas últimas décadas.
Entre as recomendações, o guia da OMS reforça a necessidade de tratar-se essas doenças com o antibiótico e na dosagem correctos e no horário determinado para impedir a sua propagação.
O relatório explica que a resistência dessas doenças aos antibióticos aumentou rapidamente nos últimos anos e acabou por reduzir as opções de tratamento.
Maior resistência
Das três doenças sexualmente transmissíveis mencionadas no documento, a gonorreia é a que apresenta maior preocupação por desenvolver a mais forte resistência aos remédios. Quando não tratadas, essas doenças podem resultar em sérias complicações de saúde para mulheres e homens. A OMS classifica a sífilis, a gonorreia e a clamídia como grandes problemas de saúde pública em todo o mundo.
Essas doenças afectam a qualidade de vida de milhões de pessoas, causando problemas graves e até mesmo a morte. No caso da gonorreia, a OMS afirma que os antibióticos mais antigos e baratos, comummente utilizados para combater a doença, já não fazem mais efeito e não devem mais ser usados. Como exemplo, os especialistas desaconselharam o uso do antibiótico quinolones.
A clamídia é a doença sexualmente transmissível mais comum e geralmente está associada à gonorreia. Em relação à sífilis, o relatório recomenda o uso de penicilina benzatina, antibiótico injectável, considerado o mais eficaz neste momento.