Andebol angolano fora dos africanos
Pela primeira vez, nos últimos oito anos, as selecções masculinas de cadetes e juniores de Angola não participam nos campeonatos africanos de andebol. As provas decorrem até ao próximo dia 19 de Setembro em Bamako, capital do Mali, e são qualificativas aos próximos campeonatos do mundo.
O director técnico da Federação Angolana de Andebol (FAAND), Pina de Almeida, confirmou, ao Jornal de Angola, a ausência das equipas nacionais “por dificuldades financeiras”, lamentando a quebra de dois ciclos de participações sucessivas nas provas africanas, permitindo “potenciar a actual selecção sénior, que garantiu a qualificação ao Mundial sénior, em França'2017.”
“Os atletas evoluíram bastante, por via das competições africanas e mundiais, no âmbito do projecto de revitalização do andebol masculino, que levamos a cabo há vários anos. Pelo menos, 4 jogadores juniores participaram no último Africano sénior, que garantiu o apuramento ao Mundial de França”, disse.
Angola soma mais de dez participações no CAN de juniores masculinos, tendo conquistado a medalha de bronze em três ocasiões. José de Sousa “Jeko”, Edgar Neto e Filipe Cruz foram os treinadores que conseguiram o terceiro lugar, à frente do “sete” nacional de juniores.
Mali, Marrocos, Guiné, Argélia, Tunísia, Ruanda, Egipto e Congo Democrático competem, desde o dia 2 até 10 do mês corrente, na prova de cadetes. Para a competição de juniores, a luta para qualificação ao Mundial promete maior despique, com a ausência de Angola a aumentar as possibilidades de países como a Argélia e o Marrocos, sendo um dado adquirido que o Egipto e a Tunísia são os principais favoritos.
O director técnico da FAAND revelou que as selecções angolanas não foram sequer convocadas, face à inexistência de verbas para a participação. Pina de Almeida lamentou a perda de “mais uma oportunidade, para colocarmos os nossos jovens andebolistas em prova, sobretudo quando estamos a poucos meses do Mundial de França.”
“Na nossa estratégia, promovemos a progressão do sector feminino, por via do crescimento do masculino. O exemplo concreto é o de Benguela, onde, depois da desaparição das equipas masculinas, o andebol feminino também veio abaixo”, alertou.
Sobre o Mundial de França, Eleutério Almeida "Pina" revelou que o combinado nacional tem agendado um estágio na Holanda, de onde deve seguir directamente para o palco da competição.