Sonangol nega dívidas a banco
Empresa reconhece passivo inferior com reembolso previsto para o próximo ano
A Sonangol desmentiu ontem uma notícia veiculada em Luanda, segundo a qual a petrolífera estatal tem uma dívida de 1,2 mil milhões de dólares junto do Banco Millennium Atlântico (BMA) em resultado de empréstimos sindicados. A companhia petrolífera informou deter um passivo de cinco milhões de dólares no BMA, cujo reembolso está previsto para 31 de Julho do próximo ano.
A Sonangol desmentiu, ontem, uma notícia veiculada, em Luanda, segundo a qual a petrolífera estatal tem uma dívida de 1,2 mil milhões de dólares (200 mil milhões de kwanzas) junto do Banco Millennium Atlântico (BMA) em resultado de empréstimos sindicados.
Num comunicado de imprensa citado pela Angop, a companhia informou deter um passivo de cinco milhões de dólares (cerca de 834 milhões de kwanzas) no BMA, cujo reembolso está previsto para 31 de Julho de 2017.
“Face à magnitude da diferença apresentada (cerca de 1.195 milhões de dólares), a Sonangol condena as notícias veiculadas pela sua falta de rigor e pela sua natureza puramente especulativa”, escreve a Angop.
A petrolífera também reiterou a aposta num ciclo de transparência, cooperação institucional, rigor e competência que permitam criar uma empresa mais robusta e que melhor contribua para o desenvolvimento económico e social do país.
Capital no BCP
A administração do Banco Comercial Português (BCP) inicia conversações com o grupo chinês Fosun que, em final de Julho, propôs adquirir de imediato 16,7 por cento da entidade bancária liderada pela Sonangol, através de uma emissão de acções reservada, noticiou a imprensa portuguesa.
Os principais accionistas do BCP – Sonangol com 17,84 por cento, Banco Sabadell com 5,07, grupo Energias de Portugal com 2,71 e grupo Interoceânico com 2,05 - vão ser envolvidos nas conversações, dado que o grupo chinês pretende evoluir para uma posição de 30 por cento.
O envolvimento dos accionistas nas negociações é também justificado pelo facto de a proposta da Fosun passar por um aumento de capital de 236 milhões de euros (cerca de 44 mil milhões de kwanzas), reservado a um novo accionista (tal como aprovado na Assembleia Geral de 21 de Abril), o que conduz à diluição das respectivas posições.
Apesar de a proposta de um aumento de capital através da entrada de um novo investidor com uma participação até 20 por cento, com supressão do direito de preferência dos accionistas, já ter sido aprovada na Assembleia Geral de Abril, a administração do BCP quer manter os accionistas estratégicos dentro do processo.
O BCP detinha 50,1 por cento do Banco Millennium Angola (BMA) antes da fusão, que, em Abril, deu lugar ao Millennium Atlântico numa operação em grande parte destinada a reduzir a 20 por cento exposição da instituição financeira portuguesa a Angola.