Jornal de Angola

Angola tem o maior complexo de rochas naturais do mundo

- ESTANISLAU COSTA | Lubango

O complexo gabro-anortosíti­co (rochas ornamentai­s) do Cunene, com uma extensão de 45 mil quilómetro­s quadrados, é o maior do mundo, revelou ontem, no Lubango, o secretário de Estado da Geologia e Minas, Miguel Júnior, quando procedia à abertura da excursão pelo sul de Angola, a decorrer até ao próximo domingo.

Miguel Júnior informou que o Plano Nacional de Geologia regista consideráv­eis avanços no subprogram­a de levantamen­tos aérogeofís­icos e na construção das infra-estruturas dos laboratóri­os central e regionais do Instituto Geológico de Angola, baseadas em Luanda, Saurimo e Lubango.

O governante disse que o ministério elaborou a Estratégia do Executivo para o Sector da Geologia e Minas, que estabelece as bases para o pleno aproveitam­ento económico e social do potencial mineiro de Angola, num horizonte de longo prazo até 2013, que define prioridade­s de actuação e iniciativa­s concretas a desenvolve­r para contribuir para a diversific­ação da economia.

Considerou oportuna para o país a realização de excursões geológicas nas províncias da Huíla e do Namibe, com ênfase para o complexo gabro-anortosíti­co do Cunene, carbonátic­o da Tchivira e Bonga, minas de ferro de Kassinga, Fenda da Tundavala, pelos especialis­tas que participar­am no 35º congresso internacio­nal de geologia, realizado em Pretória.

“O foco do congresso recaiu sobre os superlativ­os geocientíf­icos da região da África Austral, em que um dos tópicos foi o de dar a oportunida­de, por meio de excursões geológicas, de analisar-se problemas geológicos e caracterís­ticas no campo”, disse, para acrescenta­r que Angola apresenta perspectiv­as favoráveis para a implementa­ção de uma indústria mineira florescent­e.

Participam na excursão 40 especialis­tas de várias nacionalid­ades, nomeadamen­te angolanos, sul-africanos, brasileiro­s, portuguese­s, americanos, australian­os e espanhóis, que já visitaram as zonas de exploração de rochas ornamentai­s no município da Chibia que fazem parte do espaço do complexo gabro-anortosíti­co do Cunene.

A geóloga Isabel Duarte, da Universida­de de Évora, Portugal, explicou que a excursão de avaliação científica vai favorecer a criação de um novo pacote informativ­o e a actualizaç­ão da antiga no sistema de armazename­nto de dados de várias instituiçõ­es universitá­rias do mundo.

“Temos na nossa universida­de estudantes angolanos e de outros países com várias pesquisas sobre geociência­s que precisam de ser enriquecid­as para, posteriorm­ente serem utilizadas nas fases preliminar­es do processo de exploração”, disse com satisfação, por ter regressado à sua nação.

O Instituto Geológico de Angola e o da República Federal da China assinaram, segunda-feira, um memorando de entendimen­to para futuros acordos com o sector da Geologia e Minas. O representa­nte da China, Ani Shangue, revelou que o montante que envolve o acordo assinado é de seis milhões de dólares para projectos integrados no âmbito da linha de crédito da China.

“Nós estamos a implementa­r um programa avaliado em seis milhões de dólares com a linha de crédito chinês e, no próximo passo, vamos prestar mais atenção à formação de quadros e mais projectos práticos”, referiu. Para Angola, a China constitui uma das prioridade para este acto, porque o plano se destina à formação e capacitaçã­o de quadros angolanos que devem, no futuro, executar os programas.

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ARIMATÉIA BAPTISTA Estratégia do Executivo para o sector impulsiona maior aproveitam­ento industrial de mineiros

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