Educação ambiental
Sob o lema “Recicle os seus hábitos, produza menos lixo”, um grupo de jovens deu início há dias a uma campanha de educação ambiental e cidadania num dos distritos de Luanda. Atendendo aos desafios ambientais em todo o país, acredita-se que todo o angolano apoia esta importante diligência que visa essencialmente fomentar as noções elementares sobre protecção, preservação e conservação do ambiente e uso racional dos recursos naturais.
Trata-se de uma iniciativa que, a ser ensaiada em todas as localidades do país, mas com maior incidência ali onde a precariedade ambiental começa a acentuar-se com muita preocupação, vai ser um ganho enorme para todos nós. Na verdade, este passo espelha bem o que a Lei de Bases do Ambiente prevê, recomenda e determina quando estão em causa a vida em sociedade, o usufruto de um meio sadio, o acesso aos recursos de forma racional, entre outros. Tudo isso acompanhado do contributo de cada um para que a sustentabilidade ambiental seja uma realidade em todo o país.
Para a busca do equilíbrio de que precisamos no meio é preciso que todos ganhemos consciência de que apenas com a contribuição de todos podemos esperar melhores resultados. E nada melhor do que começarmos por reflectir seriamente sobre numerosos dos nossos hábitos na medida em que o consumismo exacerbado tem levado a uma produção escandalosa de lixo. Não é exagerado sugerir que as famílias repensem os modos de consumo, que avaliem hábitos e práticas porque, como dispõe o número dois do artigo três da Lei de Bases do Ambiente, “é devido o respeito aos princípios do bemestar de toda a população, à protecção, preservação e conservação do ambiente e ao uso racional dos recursos naturais, cujos valores não podem ser subestimados em relação a interesses meramente utilitários”.
A queima do lixo em muitas comunidades periurbanas e periféricas constitui um atentado grave, proporcional ao abate indiscriminado de animais, de árvores e das queimadas para efeitos de caça nas comunidades do interior do país. Não podemos continuar a contemplar práticas culturais que afectam gravemente o meio em que todos se encontram inseridos, numa altura em que, definitivamente, tem faltado mais cidadania no exercício para a defesa contra acções ou actos que envolvam desequilíbrios ambientais e sociais.
Embora não tenhamos ainda mecanismos precisos para medir os estragos ambientais, são visíveis em muitas localidades periurbanas e periféricas das grandes cidades. E atendendo que a maioria das cidades angolanas se encontra num processo contínuo de crescimento, não há dúvidas de que urge fortalecer todas as iniciativas que visem uma conduta positiva para com o meio ambiente.
Reconhecemos todos que em larga medida não é ainda aceitável a forma como as famílias e as pessoas singulares, na sua maioria, produzem, manuseiam e dispõem dos resíduos sólidos para posterior recolha por parte das operadoras. É profundamente preocupante a percepção de que o “problema do lixo diz respeito unicamente às operadoras”, realidade visível na forma como as famílias e pessoas dispõem do lixo nos locais apropriados e inapropriados.
A poluição, nas suas variadas formas, continua preocupante um pouco por todo o lado e, apenas para exemplificar, os gases de escape, os óleos usados dos motores e o som elevado dos aparelhos de música constituem agressões graves.
Tal como a iniciativa dos jovens ambientalistas aspira, todos concordamos que o fomento de campanhas de sensibilização, palestras sobre educação ambiental e cidadania nas comunidades deve ser uma prática habitual. As nossas populações, independentemente do grau de instrução, precisam de estar munidas de informação ambiental suficiente para que estejam em condições de identificar “infracções ambientais” e contribuir para a inversão do quadro.
O ambiente não pode esperar e não há dúvidas de que não precisamos de esperar para implementação, da parte das instituições do Estado, de um Programa Nacional de Gestão Ambiental para tomarmos a nível local as medidas que se impõem. Devemos todos contribuir para que as boas práticas ambientais sejam asseguradas por cada um de nós, reciclando os nossos hábitos em matéria de produção, gestão e manuseamento dos resíduos sólidos. Nisto, os mais velhos têm acrescidas responsabilidades nos agregados familiares e nas comunidades, particularmente na contribuição para que os mais pequenos vivam e aprendam novos paradigmas. Viver em comunidade implica obrigações para compreensão dos fenómenos do equilíbrio ambiental, para a participação efectiva de todos os cidadãos, prevenção, entre outras iniciativas.
Esperemos que os jovens que tomaram a iniciativa de passar, de porta a porta, num dos bairros de Luanda, consigam atingir os objectivos a que se propuseram. E, mais importante, que iniciativas como esta com o propósito de educar ambientalmente as populações tenham continuidade e, dentro das especificidades locais, conhecer replicações.
Problemas na comunidade
Uma comunidade tem uma série de problemas por resolver. Quanto a mim, há problemas que deviam chegar com celeridade. ao conhecimento das autoridades, para que estas tomassem as medidas necessárias para os resolver.
Penso que as autoridades municipais deviam criar mecanismos que permitissem que os cidadãos pudessem transmitir as suas preocupações, a fim de que os problemas fossem resolvidos numa fase em que ainda não se agravara. É importante que órgãos representativos dos cidadãos estejam regularmente em contacto com as autoridades para se dar solução aos problemas nos municípios. Sou da opinião de que há muitos problemas