Renhida a corrida à Casa Branca
A candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, perdeu parte da grande vantagem que tinha para o rival republicano, Donald Trump, nas sondagens que inauguraram a recta final da campanha eleitoral, mas ganhou espaço em redutos tradicionalmente conservadores, como o Estado do Texas.
Faltando dois meses para a votação que decidirá o substituto de Obama na Casa Branca, a ex-primeira-dama parece ter perdido a confortável distância que tinha em Estados importantes e a nível nacional para o empresário, mas continua à frente em termos de Colégio Eleitoral.
Uma sondagem da CNN mostra que Trump tem 45 por cento dos votos entre os “eleitores mais prováveis”, contra 43 por cento de Hillary. No entanto, entre os eleitores registados, a ex-secretária de Estado vence por 44 a 41 por cento.Como eleitores “mais prováveis”, a CNN considera grupos que devem ir às urnas no pleito do dia 8 de Novembro, já que o voto não é obrigatório nos EUA. Segundo analistas, uma baixa participação eleitoral beneficiaria o candidato republicano.A sondagem, realizada entre 1 e 4 de Setembro, reduz a vantagem de oito pontos obtida por Hillary em Julho, após a Convenção Democrata.
No entanto, é a análise por Estado – com os seus 538 votos no Colégio Eleitoral que garantem a presidência – que revela uma previsão mais fiável sobre as possibilidades de vitória dos concorrentes republicano e democrata. Segundo sondagem do “Washington Post”, feita de 9 de Agosto a 1 de Setembro, o descontentamento em sectores importantes do eleitorado conservador com a escolha de Trump como candidato pode transformar em disputados os Estados que os republicanos dominam com tranquilidade há mais de 30 anos.É o caso do Texas, que garante 38 votos no Colégio Eleitoral.
A sondagem do “Post”, realizada com eleitores registados nos 50 Estados do país, mostra que Hillary ainda não tem garantidos os 270 votos necessários no colégio eleitoral para vencer. No entanto, tem grande vantagem sobre Trump: 244 contra 126.
No Texas, Estado que não se inclina para o lado democrata desde 1976, a ex-secretária de Estado vence por 46-45 por cento. Mas, se acrescentados os partidos minoritários – Libertários e Verdes –, ambos ficam com 40 por cento.
Tradicionalmente, os republicanos têm votos certos no Sul e no meio-Oeste e os democratas no Oeste e Nordeste (Califórnia e Nova Iorque como principais redutos). Mas um Texas dividido muda radicalmente a campanha, deixando Estados como Ohio, hoje paragem obrigatória, em segundo plano. Além disso, Hillary vence por pequenas vantagens ou empata nos outros “swing States”: Colorado (empate), Flórida (2 pontos), Arizona (2), Pensilvânia (3) e Nevada (3). Trump vence o próprio Ohio por mais de três pontos.
O imprevisível Trump, que não conta com o apoio de figuras centrais do Partido Republicano, não só fez com que Estados indiscutivelmente conservadores como o Texas, Geórgia e Mississipi sejam agora incógnitas, mas também permitiu que o Partido Libertário tenha intenções de voto historicamente altas. Liderados por Gary Johnson, os libertários obtêm sete por cento de intenções de voto a nível nacional, segundo a sondagem da CNN, e 12 por cento na sondagem da NBC, que aponta uma vantagem de apenas quatro pontos percentuais de Hillary sobre Trump.