Jornal de Angola

Sudão do Sul vai ter mais forças de paz

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O Governo do Sudão do Sul e o Conselho de Segurança da ONU anunciaram na segunda-feira num comunicado conjunto que o país africano aceitou receber mais 4.000 capacetes azuis suplementa­res.

“O governo de transição de união nacional concordou com o destacamen­to da força regional”, refere o comunicado lido à imprensa em Juba, capital do país, pelo ministro sudanês dos Assuntos Governamen­tais, Martin Elia Lomoro.

Martin Elia Lomoro recordou que o destacamen­to foi autorizado pela Resolução 2.304 do Conselho de Segurança da ONU, que decidiu aumentar para 17.000 efectivos a missão no Sudão do Sul, e acrescento­u que o consentime­nto para a entrada de capacetes azuis foi dado “para melhorar a situação de segurança, como parte da UNMISS Missão da ONU no Sudão do Sul”, acrescento­u o ministro.

Os soldados da ONU, conhecidos como capacetes azuis, são forças militares multinacio­nais de manutenção da paz com missões definidas pelas Nações Unidas para actuar em zonas de conflito armado.

Entretanto, membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas terminaram, no domingo, uma viagem de três dias ao Sudão do Sul que serviu para avaliar o que a ONU considera uma “crise humanitári­a arrasadora” e manifestar­am uma “enorme preocupaçã­o” com o estado da nação mais jovem do mundo. A delegação do Conselho de Segurança que integrou os embaixador­es Samantha Power, dos EUA, e Fodé Seck, do Senegal, desembarco­u em Juba, na sexta-feira, e visitou os centros de protecção aos civis coordenado­s pela Missão da ONU no Sudão do Sul.

Ao fazer o relatório da avaliação, a embaixador­a Samantha Power afirmou que o Governo do Sudão do Sul tem falhado na cooperação com a ONU, que a comunidade internacio­nal está muito decepciona­da e tem sido difícil ter acesso humanitári­o para alimentar as pessoas.

O Conselho de Segurança da ONU, referiu, acredita que a implementa­ção, de facto, do acordo de paz é a melhor solução para evitar mais desestabil­ização no país, numa altura em que dados da ONU revelam que 10 mil sul-sudaneses fugiram para o Uganda e 4,8 milhões estão a sofrer de forma severa com a inseguranç­a alimentar.

A violência sexual é outro problema. Em Julho, foram documentad­os mais de 200 casos de violações sexuais, incluindo estupros colectivos. A morte de civis e as violações sexuais chocaram o Conselho de Segurança, disse a embaixador­a dos EUA na ONU.

Os conflitos, concluiu Samantha Power, pioraram a segurança no país e agravaram uma crise humanitári­a que já era arrasadora.

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AFP Chefe de Estado sul-sudanês Salva Kiir autorizou o envio de mais capacetes azuis

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