TAAG compra Boeing 777
Angola contraiu um empréstimo de 153,6 milhões de dólares para garantir a entrega do terceiro avião Boeing 777-300 ER encomendado pela companhia aérea TAAG, nos termos de um despacho presidencial.
O texto do despacho, que concede um aval do Estado à operação, informa que se trata de um “empréstimo intercalar” concedido pela Boeing Capital Corporation (BCC), justificado pela “necessidade” da “pontualidade da entrega por parte do fabricante, inicialmente prevista para Agosto deste ano”.
O Governo angolano teve de aprovar o empréstimo intercalar, visto que o financiamento previsto para ser concedido pelo Banco de Exportações e Importações dos Estados Unidos para esta aquisição não está ainda disponível. A entrega deste aparelho, a última de uma encomenda de três, chegou a ser anunciada para Junho passado pelo administrador da companhia aérea de bandeira angolana.
O contrato para a aquisição dos três B777 foi assinado entre a TAAG e a Boeing a 27 de Março de 2012, tendo o primeiro avião entrado ao serviço em 2014. O terceiro avião deveria ter chegado a Luanda em Junho passado, depois de concluído o processo de financiamento, para garantir as ligações de Angola para a América do Sul a partir de Julho. Em Fevereiro, a TAAG anunciou a compra de dois novos Boeing 777 para entrar em operação a partir de Abril. Com os novos aviões, a TAAG aumentou as frequências nas rotas entre Luanda e Lisboa e Havana. O negócio foi anunciado pelo administrador executivo da companhia, William Boulter, na Televisão Pública Angolana (TPA) a 24 de Fevereiro. O valor final do negócio não foi revelado, mas o modelo mais barato da gama da Boeing 777 custa 277 milhões de dólares, enquanto o mais caro tem um preço de 400 milhões, segundo os valores apresentados pelo fabricante.
Neste momento, a empresa conta com cinco Boeing 737 que asseguram as rotas domésticas. Já os voos internacionais para Cuba, Brasil e Portugal são assegurados por seis Boeing 777.
Na altura, o gestor anunciou que a companhia pretendia ganhar novos clientes e fomentar o turismo através da promoção do país a nível interno e internacional. “Queremos elevar os padrões dos serviços para ganharmos quota de mercado”, afirmou. O líder da TAAG admitiu que a crise afectava a companhia e, por isso, a empresa ajustou o seu “plano de negócios para fazer face à crise”.
O Governo angolano assinou em 2014 com a Emirates um contrato de gestão da TAAG. Apesar de a companhia continuar a ser uma empresa pública, com sede em Luanda, a gestão passou a ser feita pela transportadora aérea dos Emirados Árabes Unidos. A nova equipa de gestão da TAAG, mandatada pela Emirates, assumiu o cargo no ano passado e o aviso à navegação foi feito pouco depois. “Não haverá retorno aos velhos tempos de performance indiferente, de enganar a companhia e de apropriação indevida dos fundos da companhia e de equipamentos”, disse o presidente executivo da TAAG, Peter Hill, em Novembro.