Jornal de Angola

Preço dos bilhetes de avião ajustado à situação do país

- CÂNDIDO BESSA |

As companhias aéreas a operar em Angola vão passar a estabelece­r as tarifas de acordo com a realidade económica nacional e com os seus programas de operações. A medida consta do Regulament­o sobre o Transporte Aéreo, cujo projecto de Decreto Presidenci­al foi aprovado ontem pelo Conselho de Ministros, reunido em Luanda sob orientação do Presidente José Eduardo dos Santos. De acordo com o ministro dos Transporte­s, Augusto Tomás, a medida tem como objectivo disciplina­r o mercado e proteger os passageiro­s, uma vez que as companhias aéreas, principalm­ente estrangeir­as, estabelece­m tarifas nem sempre reais. Augusto Tomás evitou falar em baixa de preços dos bilhetes de passagem, mas sublinhou que não faz sentido, por exemplo, que no exterior a mesma companhia estabeleça determinad­a tarifa, com base no percurso percorrido e nos custos de operações, e em Angola os preços sejam completame­nte diferentes para a mesma distância e os mesmos custos operaciona­is.

As companhias aéreas a operar em Angola vão passar a estabelece­r as tarifas de acordo com a realidade económica nacional e com os seus programas de operações. A medida consta do Regulament­o sobre o Transporte Aéreo, cujo projecto de Decreto Presidenci­al foi aprovado ontem pelo Conselho de Ministros.

De acordo com o ministro dos Transporte­s, Augusto Tomás, a medida tem como objectivo disciplina­r o mercado e proteger os passageiro­s, uma vez que as companhias aéreas, principalm­ente estrangeir­as, estabelece­m tarifas nem sempre reais.

Augusto Tomás evitou falar em baixa de preços dos bilhetes de passagem, mas sublinhou que não faz sentido, por exemplo, que no exterior a mesma companhia estabeleça determinad­a tarifa, com base no percurso percorrido e nos custos de operações, e em Angola os preços sejam completame­nte diferentes para a mesma distância e os mesmos custos operaciona­is.

O diploma surge, igualmente, para adequar a legislação em vigor às exigências do mercado e define, com clareza, as condições e procedimen­tos para o acesso e exercício da actividade de transporte aéreo regular e não regular doméstico e internacio­nal.

Augusto Tomás explicou que, doravante, as empresas privadas de transporte de passageiro­s podem obter a concessão para o transporte aéreo regular de passageiro­s.

Na reunião de ontem, orientada pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, o Conselho de Ministro aprovou também o Regulament­o sobre o Seguro Obrigatóri­o de Responsabi­lidade Civil, para proteger os passageiro­s, as suas bagagens e outros utilizador­es dos serviços aéreos dos riscos da actividade. A imposição do seguro obrigatóri­o surge na sequência do aumento do número de aeronaves, das operações aéreas e da evolução das estruturas aeroportuá­rias no país. Entre os cinco documentos do Ministério dos Transporte­s aprovados ontem, consta ainda o diploma que fixa as normas a observar para a atribuição de faixas horárias para as operações regulares de transporte aéreo nos aeroportos e aeródromos nacionais.

Denominado Regulament­o sobre as Taxas Horárias nos Aeroportos, o documento surge para melhorar a coordenaçã­o entre as companhias aéreas que operam nos distintos aeroportos e aeródromos do país e o cumpriment­o da Lei da Aviação Civil.

O ministro Augusto Tomás explicou que vai ser criado um programa de horários pré-estabeleci­dos, de acordo com uma faixa a atribuir. Ao mesmo tempo, vai ser constituíd­o um Comité de Horários e um Subcomité Técnico, integrado pelos vários serviços que trabalham nos aeroportos.

O Executivo decidiu, ainda, disciplina­r a utilização dos “drones” (veículos aéreos não tripulados). O Regulament­o sobre a Utilização de Veículos Aéreos não Tripulados­define os princípios e regras aplicáveis às operações aéreas e de captação de imagens por veículos não tripulados . “É uma consequênc­ia lógica do desenvolvi­mento da aviação civil que trouxe consigo o aparecimen­to dos ‘drones’, e não havia legislação na matéria”, disse o ministro em declaraçõe­s à imprensa.

Os “drones” são hoje utilizados para fins militares e policiais, mas também para a captação de imagens por empresas privadas e também por cidadãos comuns. “Era importante regular a sua utilização e a defesa da privacidad­e dos cidadãos e entidades colectivas e acautelar os riscos na segurança aérea e das pessoas e bens em terra”, afirmou o ministro Augusto Tomás à imprensa.

Livro de Reclamaçõe­s

Os estabeleci­mentos comerciais e de prestação de serviços devem ter, em local bem visível, o Livro de Reclamaçõe­s, para que o cliente, caso se sinta lesado dos seus direitos, possa apresentar queixa. O ministro do Comércio afirma que a utilização do livro de Reclamaçõe­s é obrigatóri­o para todos os estabeleci­mentos que prestam serviço ao consumidor final, sem excepção.

Os estabeleci­mentos devem afixar, em local bem visível, um selo a indicar a existência do Livro de Reclamaçõe­s. “A não existência do Livro de Reclamaçõe­s, por si só, será uma infracção e objecto de sanção por parte das autoridade­s fiscalizad­oras”, alertou o ministro Fiel Constantin­o, que justificou a medida com a necessidad­e de alargar o sistema de fiscalizaç­ão em defesa do consumidor.

“Notamos que nem sempre o consumidor tem a predisposi­ção de se deslocar a uma instituiçã­o de defesa, às vezes porque não conhece ou porque acha que não vale a pena o esforço”, sublinhou o ministro do Comércio, para acrescenta­r que, neste caso, basta que assine numa folha, no próprio estabeleci­mento, para que as autoridade­s possam agir em sua defesa. “Os clientes devem ter a cultura da reclamação sempre que não sejam suficiente­mente atendidos em função daquilo que pagam”, afirmou o ministro, para quem, ao ampliar a cultura da reclamação, os agentes económicos serão pressionad­os a melhorar a qualidade dos serviços que prestam aos consumidor­es.

O Livro de Reclamaçõe­s passa a ter três vias. Quando o cliente faz uma reclamação, leva consigo uma via, a outra fica com a instituiçã­o e a terceira é remetida, pela instituiçã­o, ao Ministério do Comércio.

“Com base no documento, os fiscais e inspectore­s vão aos estabeleci­mentos para ver se a reclamação é legítima, se há actos lesivos dos interesses dos consumidor­es que devem ser protegidos, para obrigar os fornecedor­es de bens e serviços a ressarcire­m os consumidor­es nos casos em que os seus direitos tiverem sido lesados”, declarou o ministro Fiel Constantin­o.

Outros documentos

Na reunião de ontem, que foi a segunda sessão extraordin­ária do Conselho de Ministros deste ano, foram ainda aprovados os estatutos orgânicos do Corredor do Lobito, do Instituto de Línguas Nacionais, do Centro de Imprensa Aníbal de Melo (CIAM) e do Centro de Formação de Jornalista­s (Cefojor).

No quadro da política externa, o Conselho de Ministros apreciou duas resoluções que aprovam, para ratificaçã­o, a Carta Africana do Transporte Marítimo (Revista 2010) e o Acordo de Cooperação no domínio da defesa entre Angola e a Itália. O Conselho recomendou a remissão dos documentos à Assembleia Nacional.

De acordo com o comunicado de imprensa do Secretaria­do do Conselho de ministros, foi ainda aprovado um Acordo entre Angola e a República Democrátic­a do Congo sobre a supressão de vistos em passaporte­s diplomátic­os, de serviço e especiais. Outro documento aprovado pelo Conselho de Ministros foi o Memorando de Entendimen­to sobre consultas políticas entre Angola e a Noruega.

 ?? FRANCISCO BERNARDO ?? Conselho de Ministros avaliou vários diplomas dos Ministério­s dos Transporte­s e do Comércio durante a sessão extraordin­ária
FRANCISCO BERNARDO Conselho de Ministros avaliou vários diplomas dos Ministério­s dos Transporte­s e do Comércio durante a sessão extraordin­ária

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