Parlamento da RCA quer apoio de Angola
Fernando da Piedade Dias dos Santos recebeu ontem em Luanda Karim Abdou Meckassoua
O Presidente da Assembleia Nacional da República Centro Africana, Karim Abdou Meckassoua, pediu ontem em Luanda o apoio de Angola para o reforço da capacidade institucional do Parlamento. Falando à imprensa no final de um encontro com o Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, Karim Abdou Meckassoua exprimiu a sua gratidão pelo apoio dado pelo Presidente de Angola e pela Assembleia Nacional ao processo de pacificação na RCA.
O presidente da Assembleia Nacional da República Centro Africana, Karim Abdou Meckassoua, pediu ontem, em Luanda, o apoio de Angola para o reforço da capacidade institucional do Parlamento.
Falando à imprensa no final de um encontro com o presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, Karim Abdou Meckassoua disse que foi também abordado o processo de paz e reconciliação nacional na República Centro Africana.
O presidente da Assembleia da República Centro Africana exprimiu a sua gratidão pelo apoio dado pelo Presidente de Angola e pela Assembleia Nacional. Lembrou que o seu país viveu três anos difíceis, mas, com o apoio do povo angolano, a República Centro Africana realizou eleições presidenciais e legislativas e hoje está a ultrapassar todos os problemas.
O líder parlamentar disse que transmitiu a Fernando da Piedade Dias dos Santos os agradecimentos do Presidente da República Centro Africana pelo apoio dado por Angola para a estabilidade do país.
AAssembleia Nacional da República Centro Africana vai criar um grupo de amizade parlamentar com Angola, para o reforço da cooperação entre os dois parlamentos.
Michelle Sanze, deputada do Parlamento da República Centro Africana, afirmou que Angola sempre esteve ao lado do seu país no momento da crise que o país viveu.
A parlamentar da RCA informou que a Assembleia Nacional da República Centro Africana tomou posse e começou a funcionar em Abril deste ano, por isso, necessita do reforço da capacidade institucional, através da formação de quadros.
A presidente da Comissão de Relações Exteriores, Cooperação Internacional e Apoio às Comunidades do Exterior, Exalgina Gamboa, salientou que a República Centro Africana está a sair de uma fase de conflito, mas que o diálogo foi indispensável para o êxito do processo que culminou com as eleições.
A deputada ressaltou que a Assembleia Nacional de Angola, com o fim do conflito armado, em 2002, desempenhou um papel importante com a aprovação de vários diplomas, visando o processo de reconciliação e reconstrução nacional. Quanto às questões ligadas ao género, Exalgina Gamboa salientou que Angola tem 25 milhões de cidadãos, 52 por cento dos quais são mulheres, por isso os assuntos do género são transversais. “A nível de todos as comissões, há preocupação do equilíbrio do género”, disse a deputada, lembrando ser um dos objectivos do milénio que as Nações Unidas propõem. Disse que a Assembleia Nacional está aberta à promoção da troca de experiências com os deputados da República Centro Africana.
Temos de explorar as riquezas
O presidente da Assembleia Nacional da República Centro-Africana, Karim Abdou Meckassoua, encontrou-se também com o ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, com quem abordou aspectos relacionados com o estado das relações bilaterais, os passos dadoscom vista ao alcance da estabilidade permanente e da paz duradoura depois da eleição democrática e justa do actual Presidente da RCA e a instalação do Parlamento.
No encontro, foi destacada a importância das relações bilaterais e, fundamentalmente, o empenho do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, neste domínio, que permitiu que a RCA não só chegasse às eleições e saísse da crise que a afectounos últimos anos, mas que, também, fosse possível cumprir todo o processo eleitoral.
Tal como sublinhou no encontro que teve com o seu homólogo Fernando da Piedade Dias dos Santos, o dirigente parlamentar centroafricano voltou a realçar o papel que Angola teve no processo de paz da República Centro Africana , que levou as autoridades a olharem com maior optimismo para o desenvolvimento do país.
Sobre os abusos sexuais a que estiveram sujeitas muitas mulheres nos campos de refugiados na República Centro Africana, o Presidente da Assembleia Nacional centroafricana caracterizou a situação de difícil, apesar do quadro estar controlado. Em face disso, lembrou que o fundamental é pensar em tudo o que de positivo aconteceu ao povo centro-africano, como foi contar com o “inestimável apoio” do povo angolano que, disse, “jamais se afastou do nosso país e por isso temos um Presidente da República devidamente eleito e um Parlamento já instalado".
“As nossas relações com Angola continuam. Esperamos que rapidamente haja a deslocação recíproca de homens de negócios entre os nossos países para permitir que exploremos as nossas riquezas em comum, enquanto africanos e em prol da redução da pobreza e no avanço para o desenvolvimento”, sublinhouKarim Meckassoua.
Para o reforço da cooperação entre os dois governos, deve ser assinado em breve um acordo geral de cooperação, anunciou o ministro Georges Chikoti. O ministro angolano das Relações Exteriores considerou haver um contínuo crescimento no plano das relações bilaterais e lembrou que ao longo dos últimos anos Angola recebeu altas entidades da República Centro Africana.