Estradas melhoram qualidade
O sector da Construção está empenhado em melhorar a qualidade das obras nas estradas nacionais, de modo a aumentar o tempo de vida dessas infra-estruturas. A assinatura de contratos entre o INEA e empresas de construção civil marca o início de um vasto programa de reabilitação rodoviária.
O sector da Construção está empenhado em melhorar a qualidade das obras nas estradas do país de modo a aumentar o tempo de vida dessas infra-estruturas. “Pretendemos efectuar uma intervenção de profundidade, para que este troço de grande utilidade para o país tenha no mínimo dez anos de bom estado de circulação de pessoas e bens”, afirmou no Longa, município de Porto Amboim, o ministro Waldemar Pires Alexandre.
A afirmação foi feita após assinatura de oito contratos entre o INEA, a China Engeneer e outras seis empresas daquele país para a reconstrução de 328 quilómetros de troços na estrada nacional (EN) nº100 e nos troços que ligam Luanda/Cuanza Sul, no âmbito do plano operacional da Linha de Crédito da China.
As obras contemplam estradas com plataformas que variam entre os 11 e os metros de largura, duas faixas de rodagem com 3,5 metros cada uma e 1,5 de berma. Trata-se dos troços Cabo Ledo/ponte sobre o rio Longa, daí ao rio Queve, segue para o Eval Guerra e a estrada da Gabela/Quilenda, nas províncias de Luanda e do Cuanza Sul.
Waldemar Pires Alexandre referiu que a actual situação económica e financeira que o país atravessa tem dificultado a reabilitação, conservação e manutenção das estradas em tempo oportuno. “Mas, tudo está a ser feito, por parte do Executivo para melhorar a situação”, concluiu o ministro.
Os cadernos de encargos anexos aos contratos prevêem uma garantia da obra de cinco anos e os acordos celebrados entre os governos de Angola e da China estabelecem que, pelo menos, 20 por cento dos recursos alocados aos projectos dedicados às empresas chinesas se destinam à subcontratação de empresas locais.
Troço estratégico
O troço Cabo Ledo/Lobito dá acesso às províncias do Cuanza Sul, Benguela, Huambo, Namibe, Cuando Cubando e Moxico. Para o governador do Cuanza Sul, Eusébio de Brito Teixeira, é uma via de importância estratégica para o abastecimento dessas regiões e o escoamento dos produtos do campo.
A estrada, que passa por terrenos agrícolas e zonas de mato verdejante, possui pontos degradados com muitas crateras, carece de iluminação e sinalização. “As vias desempenham um papel muito importante na diversificação da economia que muito se pretende”, reforçou Eusébio de Brito Teixeira.
Viagem logo pela manhã
A viagem, através da EN nº100, aconteceu a 30 de Agosto, numa manhã de céu nublado. A caravana automóvel, concentrada no município dos Ramiros, em Luanda, seguiu em direcção ao Sul, passou pela Quissama, Cabo Ledo, Porto Amboim, rios Longa e Queve até chegar às imediações da cidade do Sumbe.
Um local rodeado por mato virgem foi o escolhido para a assinatura dos contratos, na presença do ministro Waldemar Pires Alexandre, do governador da província do Cuanza Sul, Eusébio de Brito Teixeira, e de funcionários das duas instituições.
O engenheiro Rui Wang, garantiu estar tudo pronto para o arranque das obras. “Fizemos os estudos e levantamento dos terrenos, o material já está a ser preparado e, no prazo previsto, vamos entregar a obra ao Ministério da Construção”, afirmou. Os contratos assinados correspondem aos diferentes troços a serem intervencionados. O projecto, avaliado em mais de 122 milhões de dólares, no total dos lotes a intervir, arranca este mês e tem prazo de conclusão, de 12 a 14 meses.
O lote mais longo vai do rio Longa ao Queve, com cerca de 92 quilómetros, está avaliado em 39 milhões de dólares e foi adjudicado à empresa China Railway Bureau Group Internacional. O menor situa-se entre a Gabela e a Quilenda, numa extensão de 35 quilómetros, custa mais de 27 milhões e está a cargo da Sinohydro.
Ao meio da tarde, a caravana, já sem a presença do ministro, retomou viagem até Benguela, onde passou a noite. Antes, fez uma paragem na zona do Eval Guerra, próximo à Canjala, onde foram assinados mais contratos de adjudicação. Dessa vez, a assinatura coube ao engenheiro Henrique Victorino, pelo INEA, enquanto, pela parte chinesa, esteve Xue Haisong.
Construção de estrada de raiz
Na manhã de quarta-feira, 31 de Agosto, sob intenso nevoeiro, a caravana, agora liderada pelo secretário de Estado da Habitação, António Flor, saiu de Benguela pela EN nº 240 em direcção à província do Huambo, onde, ao meio dia, fez uma paragem nos arredores de Cachiungo, para mais assinaturas de contratos de adjudicação de obras.
Tratou-se da construção da estrada entre a sede do município de Cachiungo e a comuna da Chinhama, numa extensão de 78 quilómetros. Orçada em mais de 58 milhões de dólares, a empreitada vai ser executada pela empresa chinesa CR20 no prazo de 12 meses.
A estrada, a ser construída de raiz, dá acesso às vizinhas províncias do Bié, Huíla e Cuando Cubango, dividindo ao meio uma zona de muita produção agrária com destaque para as hortícolas.
“Temos tudo pronto para o desmatamento do terreno. Os equipamentos e a mão-de-obra já estão a postos para arrancar com os trabalhos”, explicou, o engenheiro da empresa, Shen Guam.
O vice-governador do Huambo para o Sector de Infra-estruturas, Calunga Quissanga, disse que a construção da estrada é “um alívio” que “vai mudar a vida das comunidades camponesas, que, assim, vão poder escoar os produtos.”
O secretário de Estado da Habitação, António Flor, apelou para a cooperação de todas as forças vivas dos municípios e da província, no sentido de “contribuírem para que, em Agosto do próximo ano, o motivo de novo encontro na localidade seja o de celebrar a conclusão da obra.”
O representante do empreiteiro chinês, mais uma vez, reiterou a predisposição de cumprir com as obrigações contratuais e os prazos determinados nos contratos.
Ruas do Cuito reabilitadas
Ao fim da tarde de quarta-feira, 31, a caravana, ainda liderada pelo secretário de Estado, António Flor, chegou ao Cuito. Na capital do Bié, o Ministério da Construção, através da Direcção Nacional de Infra-estruturas, representada por Hélder Paulo, e Xiaolim Mo, da empresa chinesa GHCB, assinaram um contrato para a reabilitação de 15 quilómetros de vias secundárias e terciárias, orçado em 21 milhões de dólares.
As obras começam este mês, devem durar 12 meses e, além do asfaltamento, incluem a montagem de postes de iluminação pública, construção de passeios e sistemas de drenagem de água pluviais.
No mesmo dia em que a cidade de Cuito completava 81 anos, o governador do Bié, Álvaro Boavida Neto, considerou a assinatura “um presente para todos os cidadãos do município e um renovar das esperanças de que melhores dias virão.”