CASA-CE encerra II Congresso com decisão de passar a partido
O II Congresso Ordinário da CASA-CE deliberou ontem pela transformação da coligação em partido e orientou os órgãos executivos desta formação política a passarem à fase de execução da decisão.
De acordo com uma resolução emitida no final do Congresso que reelegeu Abel Chivukuvuku no cargo de presidente do futuro partido, a decisão foi tomada em respeito ao estabelecido no n.º 3 do artigo 3.º dos Estatutos da CASA-CE, aprovados pelo I Congresso Extraordinário, realizado em 2013, da Lei dos Partidos Políticos, dos acordos constitutivos, das deliberações do Conselho Deliberativo Nacional e das resoluções saídas dos congressos da maioria dos partidos constitutivos da coligação.
O II Congresso Ordinário decidiu ainda que o futuro partido adopte a sigla CASA (Convergência Ampla de Salvação Nacional), eliminando assim o sufixo “CE”, de Coligação Eleitoral. Em reacção à decisão, Alexandre Sebastião André, presidente do PADDA-AP, um dos partidos coligados à CASA e que desde o início se manifestou contra a transformação em partido, minimizou a resolução saída do II Congresso Ordinário desta formação política, afirmando que uma decisão como esta não deve ser tomada por decreto.
Alexandre André, que no entanto foi reconduzido por Abel Chivukuvuku para ocupar uma das seis vice-presidências da CASA, disse que a decisão da transformação da coligação em partido foi uma decisão dos delegados e cabe agora às formações políticas coligadas pronunciarem-se. “A CASA-CE ainda não está transformada em partido. A coligação continua. Não existe nenhuma transformação do ponto de vista material. A CASA-CE tem pessoas singulares, que são os militantes (que tomaram esta decisão), mas também tem as pessoas colectivas, que são os partidos políticos a si coligados”, sustentou o político, lembrando que foram estes (partidos) que constituíram a coligação. “Estes partidos são os pilares legais da CASA-CE”, sublinhou, referindo-se ao PALMA, PADDA-AP, PPA e PNSA.
De acordo ainda com a resolução, lida por William Tonet, o II Congresso Ordinário da CASA aprovou a estratégia eleitoral constituída por dez medidas sugeridas por Abel Chivukuvuku, para a elaboração do programa de governo às próximas eleições gerais. Os estatutos foram igualmente aprovados, instrumento jurídico que vai regular o funcionamento e organização dos órgãos e estruturas da CASA. Finalmente, exortou todos os angolanos a engajarem-se no processo do registo eleitoral.
Vice-presidentes
Ainda ontem, foi conferida a posse do presidente eleito, bem como apresentados os seis vice-presidentes indicados por Abel Chivukuvuku. Trata-se de André Mendes de Carvalho “Miau”, Manuel Fernandes, Lindo Bernardo Tito, Cesinanda Xavier, William Tonet e Alexandre Sebastião André, que foi alvo de apupos da maioria dos delegados, claramente por ter sido defensor da não transformação da CASA-CE em partido.
Os membros do Conselho Deliberativo Nacional (CDN) foram posteriormente apresentados, em que constam nomes como os dos candidatos derrotados Carlos Pinho e João Kalupeteca, bem como a esposa e o irmão, Maria Vitória Chivukuvuku e Américo Chivukuvuku, respectivamente.
Ao encerrar o Congresso, Chivukuvuku agradeceu aos candidatos derrotados pelo papel desempenhado durante o conclave e comprometeu-se a trabalhar com eles em prol da formação política e da população.
Aos congressistas, exortou o arregaçar das mangas, tendo em conta os próximos compromissos. “Se quisermos coesão social, temos de trabalhar, senão continuaremos na situação de pobreza em que nos encontramos. Eu estou pronto e acredito que vós também estais prontos. Agora é hora de trabalho”, encorajou.
Para hoje está prevista a eleição do secretário-executivo nacional e seu adjunto, ambos propostos pelo presidente. Sabe-se desde já que Leonel Gomes deve ser reconduzido no cargo de secretário-executivo nacional. Ainda para hoje, devem ser apresentadas as composições dos conselhos Presidencial e Executivo Nacional, assim como do Secretariado Executivo Nacional. A CASA-CE é a terceira maior força política na Assembleia Nacional, onde ocupa oito assentos.