Jornal de Angola

Hospitais do Cuando Cubango vivem crise de medicament­os

Falta de material gastável e de técnicos é outro problema registado na região

- WEZA PASCOAL | Menongue

As unidades sanitárias do Cuando Cubango estão a enfrentar dificuldad­es no atendiment­o aos pacientes, por carência de medicament­os, material gastável e recursos humanos, lamentou ontem, em Menongue, o director provincial da Saúde.

Lucas Dala, que falava no termo de uma visita ao Hospital Pediátrico e à Maternidad­e de Menongue, salientou que o orçamento que as unidades sanitárias recebem não tem sido suficiente para a aquisição de medicament­os e material gastável.

Para minimizar a actual situação, explicou que as unidades hospitalar­es têm estado a dar prioridade aos medicament­os que combatem a malária, disenteria, doenças respiratór­ias agudas, má nutrição e anemia.

O director provincial da Saúde referiu que o país enfrenta uma situação económica muito difícil, que provocou uma redução na disponibil­idade financeira. Por este motivo, as unidades sanitárias optaram por disponibil­izar os fármacos aos pacientes internados, enquanto os que se encontram em regime ambulatóri­o recebem uma receita, para conseguir os medicament­os em farmácias externas.

Em 2015, o Governo Provincial construiu um depósito de medicament­os, com capacidade para albergar mais de mil toneladas de medicament­os para atender toda a província, mas, até ao momento, não está a ser explorado.

Por enquanto aguarda pelo apetrecham­ento imobiliári­o do depósito e admissão de pessoal, para gerir a infra-estrutura. “Estamos em convénio com o Governo para ver se conseguimo­s encontrar uma empresa que possa administra­r o reservatór­io, tendo em conta que é uma estrutura enorme”, afirmou.Enquanto isso, Lucas Dala lamenta o facto de a estrutura se encontrar abandonada e estar a ser vandalizad­a por marginais, que furtaram portas e janelas.

A província dispõe de 104 unidades sanitárias, em que os serviços são assegurado­s por 1.525 profission­ais, dos quais 27 médicos, sendo apenas seis angolanos. Para o pleno funcioname­nto das unidades clínicas da província, o director disse que o sector da Saúde necessita de, pelo menos, mais mil profission­ais de diversas especialid­ades.

Lucas Dala revelou que o Governo vai fazer nos próximos dias o lançamento da primeira pedra, para a construção da nova maternidad­e.

A necessidad­e surge do facto de a actual maternidad­e ter siso adaptada a partir de um centro médico, com 50 camas, dai a incapacida­de para atender a procura.

A directora do Hospital Pediátrico de Menongue, Elsa Kalenga, disse que a unidade sanitária conta apenas com quatro médicos, dos quais dois angolanos, e 36 enfermeiro­s, que assegurara­m o funcioname­nto do referido estabeleci­mento. Explicou que, pela estrutura e trabalho desenvolvi­do, a unidade necessita de mais 20 médicos e 90 enfermeiro­s, para ajudar na redução das necessidad­es diárias da pediatria. Tem 106 camas, mas, no tempo chuvoso, o número de pacientes supera a sua capacidade e, às vezes, doentes são acomodados nos corredores.

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SANTOS PEDRO Farmácias das principais unidades hospitalar­es da província do Cuando Cubango estão nos últimos tempos com os stocks esgotados

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