Obama reforça interesses políticos e económicos
O Presidente Barack Obama apostou no avanço significativo da diplomacia norte-americana na Ásia, durante a sua última visita ao continente, para garantir o espaço político e económico de Washington, numa altura em que a dinâmica de Pequim chegou até aos países considerados estratégicos na cooperação com os Estados Unidos.
Analistas citados em jornais, nos Estados Unidos, afirmaram que o Presidente norte-americano, Barack Obama, quer deixar os interesses na Ásia em situação estável, para tornar as coisas mais fáceis a Washington com a entrada em cena do próximo chefe da Casa Branca.
Na sua décima e última viagem à Ásia como Chefe do Estado, Barack Obama procurou priorizar a política externa e a cooperação económica com velhos aliados.
Obama está a cinco meses de sua partida da Casa Branca, e, além de ter admitido que a crise dos refugiados é uma das grandes preocupações da agenda internacional, quer marcar um posicionamento forte no continente asiático, onde os interesses norte-americanos estão tremidos. Assim, Obama incluiu Laos, um dos países comunistas da Ásia, na sua agenda de grandes contactos para afirmar a sua influência no Oriente. O Estado de Laos exerce neste ano a presidência da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), uma boa razão para ser considerado um marco importante na nova estratégia de Washington na Ásia.
Durante a reunião do grupo regional com os Estados Unidos, Obama elogiou as vantagens do acordo de livre comércio transpacífico (TPP), perseguido por todos os lados do espectro político norte-americano e que ainda precisa de ultrapassar a barreira do congresso.
No início deste mês, Obama defendeu o TPP, ao garantir que é uma arma contra a influência da China na Ásia, a primeira vez que o Presidente dos Estados Unidos se referiu directamente à dinâmica de Pequim na região. O Laos é o país do mundo sobre o qual caíram mais bombas por habitantes, quando a guerra do Vietname chegou ao seu território, entre 1964 e 1973. Cerca de 30 por cento dessas bombas não explodiram e 50.000 pessoas morreram desde o fim da guerra.
Washington e Vietname, que durante anos mantiveram relações tensas, evocaram nos últimos meses um reforço do programa norteamericano de desminagem e de desarmamento destes explosivos.
Presidenciais
Os analistas fizeram saber que a dinâmica que Obama pretende impor na Ásia tem o seu foco para dentro, já que o Presidente quer influenciar, com a diplomacia, uma possível vitória da candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton. No confronto directo com o candidato republicano, Donald Trump, Hillary Clinton conserva uma magra vantagem de três por cento, segundo as últimas sondagens. Donald Trump conseguiu uma recuperação impressionante, que os analistas atribuem a uma postura mais firme e às suas últimas declarações sobre a responsabilidade política dos Estados Unidos nos principais assuntos internacionais. Trump defende, nesse sentido, uma cooperação com a Rússia, ao invés de uma disputa que tornaria mais difícil as coisas para os Estados Unidos. A campanha eleitoral, nos Estados Unidos, entrou praticamente na recta final e os candidatos disputam voto-a-voto a conquista da Casa Branca.
dois meses da votação, a candidata democrata disse que o magnata republicano tem “algo a esconder, ao se negar mostrar a sua declaração de renda e está completamente equivocado se acha que ninguém se importa com essa informação.” “Acho que é um assunto fundamental sobre o qual teremos de falar de uma forma, ou de outra nos próximos 62 dias, porque, claramente, tem algo a esconder”, disse Hillary aos jornalistas durante um voo para a Flórida.
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, quer clarificar a situação de Washington na arena internacional, para retirar argumentos ao candidato republicano, segundo a imprensa norte-americana.
Última aposta
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, nomeou, na terça-feira, aquele que, ao ser confirmado pelo Senado, vai transformar-se no primeiro juiz federal muçulmano da história norte-americana, num contexto eleitoral no qual aumentaram os ataques retóricos contra os que professam a religião islâmica no país.
Obama anunciou num comunicado que indicou o norte-americano Abid Riaz Qureshi para ser um dos juízes do Tribunal Federal do Distrito de Columbia, onde se encontra Washington, capital do país.
“Estou encantado por nomear o senhor Qureshi para fazer parte da bancada do Tribunal Federal do Distrito de Columbia. Tenho certeza que vai servir ao povo americano com integridade e um compromisso ferrenho com a justiça”, disse Obama. Mesmo que Qureshi não seja confirmado antes de Obama deixar o poder em Janeiro, pode voltar a ser nomeado por Hillary Clinton.