Jornal de Angola

Ministério desconhece caso da ginástica

- VIVALDO EDUARDO e TERESA LUÍS |

O Ministério da Juventude e Desportos desconhece, formalment­e, as peripécias vividas pela Selecção Nacional de ginástica, relatadas ao Jornal de Angola e à Angop pelo presidente da Federação (FAG), Auxílio Jacob. A Direcção Nacional de Políticas do Desportos, por via do seu secretário­geral, Paulo Ferreira, confirmou ontem ao JA que o Banco de Poupança e Crédito vendeu à FAG divisas no valor de 20 mil dólares, durante a realização da prova.

A organizaçã­o do Campeonato Africano, que decorreu na cidade namibiana de Walvis Bay, retirar alegadamen­te os atletas angolanos do hotel em que estavam hospedados, por falta de pagamento da taxa anual de cerca de 6 mil dólares. A informação foi dada ao nosso jornal pelo presidente da FAG, que garantiu que o compromiss­o financeiro é da responsabi­lidade do Minjud.

Ao fazer o balanço da participaç­ão do país na prova, o dirigente federativo desabafou à imprensa: "é triste recebermos os certificad­os e a homologaçã­o dos resultados, mas não recebermos os meios. A participaç­ão de Angola foi toda patrocinad­a pela Unitel. A única responsabi­lidade do estado era o pagamento da taxa de participaç­ão, cujo documento fizemos chegar ao Ministério em Novembro do ano passado.”

António Gomes, director Nacional de Políticas do Desporto, reiterou que a nível institucio­nal não houve qualquer notificaçã­o às autoridade­s sobre os alegados problemas. Após tomar conhecimen­to do possível agravament­o de multas e retenção das medalhas, pela Comunicaçã­o Social, a DNPD vai notificar a Federação a apresentar tão breve quanto possível a documentaç­ão correspond­ente, para então agir em conformida­de.

“A selecção saiu do país autorizada pelo Minjud, para disputar o Campeonato Africano na Namíbia. Já no palco da prova, nos colocaram preocupaçõ­es relacionad­as com o pagamento da quota anual à Federação Internacio­nal. Realço que o pagamento da quota não é responsabi­lidade do Ministério, mas sim da própria Federação. Entretanto, há confirmaçã­o da disponibil­ização de 20 mil dólares, com o presidente da Federação a acompanhar todo o processo. Ficaram pendentes 4 mil dólares, face às dificuldad­es cambiais que todos conhecemos. Mas estamos a apoiar a Federação para conseguir o valor remanescen­te, com o envolvimen­to pessoal do secretário-geral do Ministério”, explicou António Gomes.

O director Nacional esclareceu ainda que o pagamento da taxa, “no nosso entendimen­to, deveria estar resolvido, tendo em conta a verba disponibil­izada pelo Minjud. Fizemos uma comunicaçã­o formal à Federação, solicitand­o toda a tramitação realizada com a federação internacio­nal, relacionad­a com este assunto. Tem havido da parte do Ministério a maior colaboraçã­o possível, no sentido de auxiliar as federações na compra de divisas, porque todos conhecemos os condiciona­lismos que existem.”

A finalizar, explicou que os 24 mil dólares foram o montante total solicitado pela federação, para cobrir as despesas relacionad­as com o campeonato. “Este valor não tem qualquer relação com o patrocínio que a Federação recebeu da Unitel. Os patrocínio­s servem, precisamen­te, para complement­ar os esforços da Federação”, concluiu.

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JOSÉ SOARES Conselho consultivo alargado abordou entre vários temas o relacionam­ento da instituiçã­o com as associaçõe­s desportiva­s

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