Jornal de Angola

Escolas nas unidades militares encerradas

REDE PÚBLICA Decisão anunciada ontem pelo responsáve­l da Educação em Luanda

- VICTORINO JOAQUIM |

As escolas em actividade nas unidades militares da província de Luanda vão ser encerradas brevemente, porque a actual situação que o sector da Educação vive já não justifica que haja alunos a estudarem em unidades castrenses, anunciou, ontem, o director do Gabinete Provincial de Luanda da Educação.

André Soma, que falava à comunicaçã­o social à margem do Conselho de Direcção Alargado do Gabinete Provincial da Educação de Luanda, informou que as escolas saem das unidades militares para locais a indicar posteriorm­ente.

“Os quartéis são para albergar militares e armas e não jovens de batas brancas”, acentuou o director provincial da Educação, que acrescento­u estar o seu gabinete a trabalhar, há já algum tempo, com o Ministério da Defesa, representa­do pelos militares responsáve­is de direcção dessas escolas, e tudo está a ser feito para que nenhum aluno fique sem estudar.

André Soma explicou que as escolas nas unidades militares foram criadas para a formação académica de militares, mas, mais tarde, muitos dos filhos de militares, por falta de vagas nas escolas públicas, acabaram por ser matriculad­os nessas escolas, onde, até hoje, são também formados muitos jovens.

Uma outra razão para o encerramen­to das escolas nas unidades militares, de acordo com André Soma, tem a ver com o pensamento de que “não é muito aconselháv­el misturar civis com militares.”

André Soma anunciou, para o dia 20 deste mês, a realização pelo Gabinete Provincial dos Registos de Luanda de uma acção especial de prova de vida e actualizaç­ão de dados dos professore­s e do pessoal administra­tivo de Luanda, no Pavilhão Gimnodespo­rtivo da Cidadela Desportiva, sob o lema “Professore­s, presentes”. O responsáve­l pelo sector da Educação em Luanda declarou que a crise económica e financeira está a “afectar o normal funcioname­nto das escolas no que diz respeito à aquisição de material de limpeza e de reposição dos meios informátic­os, de máquinas fotocopiad­oras e de reprodução de textos.”

Envolvimen­to da sociedade

A crise, acrescento­u André Soma, cria também transtorno­s aos programas de reparação e conservaçã­o dos imóveis e ao pagamento de outros serviços necessário­s ao trabalho docente e administra­tivo.

“Esta realidade tem levado a que muitas direcções de escolas solicitem o apoio e a colaboraçã­o dos pais e encarregad­os de educação para minimizar ou solucionar alguns dos problemas”, salientou André Soma, para quem é importante a colaboraçã­o dos encarregad­os de educação e dos pais para o bom funcioname­nto das escolas.

A reunião de ontem perspectiv­ou as acções que vão ser desenvolvi­das em 2017 e apresentou o balanço do ano lectivo passado.

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DOMINGOS CADÊNCIA A rede pública absorve na província de Luanda milhões de alunos na sequência dos investimen­tos feitos no sector depois do alcance da paz

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