Jornal de Angola

Vários reclusos do Kindoki abrangidos pela amnistia

- NICODEMOS PAULO | Negage

Ao todo, 116 reclusos que cumpriam penas na unidade penitenciá­ria do Kindoki, no município do Negage, foram ontem postos em liberdade, à luz da Lei da Amnistia, aprovada recentemen­te pela Assembleia Nacional.

O juiz-presidente do Tribunal do Uíge, Jorge Pindi, que testemunho­u o acto, referiu que os reclusos libertos reúnem os requisitos jurídicos para beneficiar da indulgênci­a dos seus crimes. A amnistia, esclareceu, é uma iniciativa do Presidente da República que visa devolver a liberdade a todos aqueles que cometeram crimes passíveis de perdão.

Jorge Pindi apelou aos beneficiár­ios a fazerem bom uso da sua liberdade, dedicando-se a práticas socialment­e úteis, evitando assim choques ou atropelos à lei, sobe pena de serem considerad­os reincident­es, o que agravaria as penas. O magistrado judicial informou que outros reclusos podem ser igualmente contemplad­os pela Lei da Amnistia. “Saem hoje em liberdade 116 compatriot­as.

Ficam para trás outros tantos que nos próximos dias poderão ser contemplad­os, pois continuamo­s a analisar minuciosam­ente os vossos processos, tendo em atenção a informação dos responsáve­is da unidade prisional. Por isso, apelamos à calma, paciência e o cumpriment­o estrito das vossas tarefas”, exortou. O governador provincial, Paulo Pombolo, que presidiu à cerimónia, lançou um apelo aos familiares dos reclusos postos em liberdade no sentido de auxiliarem na sua reintegraç­ão social, com vista a absterem-se de práticas criminosas e canalizar todas as suas energias no trabalho e progresso de suas famílias.

“Caros amigos, aproveitem bem a vossa liberdade e dediquem-se à formação académica e profission­al, e aceitem as pequenas oportunida­des de trabalho que surgirem. Não procurem grandes empregos. É preciso começar em algum lugar e crescer paulatinam­ente. É assim que se fazem os grandes homens”, aconselhou. A cerimónia foi presenciad­a por membros do Governo, magistrado­s judiciais e do Ministério Público, autoridade­s tradiciona­is e convidados.

Para facilitar a reinserção dos reclusos internados na unidade prisional do Kindoki, estão a ser ministrado­s cursos de informátic­a, carpintari­a, canalizaçã­o, electricid­ade, aquicultur­a e suinicultu­ra.

O director da unidade, subinspect­or-chefe Gabriel Barros, revelou que a unidade oferece várias oportunida­des aos reclusos para aprender alguma coisa útil. Dispõe de um centro médico e os reclusos beneficiam de assistênci­a psicológic­a.

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